Pe�a de Gabriel Villela ser� encenada em Passos

O grupo de teatro Os Geraldos apresenta no Festival de Teatro de Passos seu novo espet�culo, “Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico”, neste domingo (17/7), �s 21h, em frente � Esta��o Cultura, antiga Esta��o Mogiana de Passos, no munic�pio do Sul de Minas.

 

Passos � a segunda cidade mineira a receber o espet�culo, que j� esteve em Tiradentes, durante a 10ª Mostra de Artes C�nicas de Tiradentes.

A passagem por Passos faz parte do projeto “A Flor do Chico - Circula��o Teatral”, patrocinado pela empresa Porto, por meio da Lei de Incentivo � Cultura, que contempla dez apresenta��es da pe�a por munic�pios mineiros.

“Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico” re�ne artistas que t�m em comum o trabalho com o teatro popular: o diretor mineiro Gabriel Villela, com seu universo barroco, musical, colorido e popular, a dramaturga Claudia Barral, nascida em Salvador e inspirada pelas narrativas, poesias e culturas locais do sert�o baiano, e o grupo paulista Os Geraldos, cuja trajet�ria, de 14 anos, est� pautada na cultura popular.

Com dramaturgia de Claudia Barral e dire��o de Gabriel Villela, natural de Carmo do Rio Claro, o espet�culo conta a hist�ria de tr�s irm�s que vivem em Carinhanha, cidade do sert�o baiano, �s margens do Rio S�o Francisco.

No enredo, a mais nova das mo�as, �s v�speras de seu noivado, apaixona-se por um viajante no porto, situa��o que muda o rumo de todas as personagens dessa hist�ria sobre a espera, o tempo e o amor. Com m�sicas tocadas e cantadas ao vivo, a obra traz can��es da M�sica Popular Brasileira.

O espet�culo come�ou a ser montado em novembro de 2019, e em mar�o de 2020 estava pronto, mas n�o p�de estrear por causa da pandemia. Situa��o que, para Gabriel Villela, teve forte liga��o com o texto de Cl�udia Barral, que fala de espera, o tempo e o amor. 

“’Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico'' � um espet�culo criado num momento de muita dor na humanidade. Esperou ‘dentro de malas’ para estrear quase dois anos depois. Nosso ‘Cordel’, que � uma f�bula sobre espera e amor, teve que esperar e nos ensinar a nos recolher, a silenciar palcos, ritos e liturgias sociais, em prol de nos proteger coletivamente”, conta.

“Recolhidos em casa, com cen�rio e figurinos tamb�m confinados, tivemos que aprender a inventar modos de nutrir esperan�a, a n�o esquecer que somos perec�veis e a perceber, mais do que nunca, que a arte presencial, carnal, de encontro, � uma realidade ilimitada que pode nos salvar”, complementa o diretor. 

A espera, transformada em a��o, j� foi tema dos dramaturgos Samuel Beckett e Anton Tchekhov. E se trata de um caminho que Cl�udia Barral desbrava com desenvoltura pr�pria.

“A Cl�udia est� entre nossos grandes dramaturgos. Uma joia em meio ao lama�al. Ela cria para si uma estradinha de barro, bem ribeirinha, um barranco brasileiro no Rio S�o Francisco. Assim, com um lirismo sens�vel, ela nos presenteia com um cordel pungente, um afago em tempos t�o brutais”, define Gabriel Villela.

“Na f�bula, a eterna espera por um amor prometido, uma promessa t�o fugaz que se torna motivo de chacota, deboche e reprova��o. Munidos desse texto, o trabalho com Os Geraldos decerto seria singular (jovens e aprendizes �vidos por poesia e esperan�a). Acreditando na volta do amor prometido, retornamos renitentes: � o amor”, complementa o diretor.

A equipe formada por Villela para “Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico” conta com a cantora e preparadora vocal Babaya Morais, natural de C�ssia e radicada em Belo Horizonte, a cantora l�rica e professora de canto italiana Francesca Della Monica e o m�sico paulista Everton Gennari, trabalhando na especializa��o e antropologia da voz, o assistente de figurinos e adere�os Jos� Rosa, de Cacul� (BA), e os assistentes de dire��o Z� Gui Bueno e Ivan Andrade, de S�o Paulo.

A pe�a abre a 6ª edi��o do Festival Nacional de Passos e Regi�o, que prossegue at� 24 de julho, com a participa��o de grupos e companhias de Teatro de todo o Brasil. 

A primeira edi��o do festival aconteceu em 2017 e reuniu 22 grupos teatrais de v�rias partes do Brasil. J� na estreia, ficou marcado pela apresenta��o de tr�s �cones: o tradicional mineiro Grupo Galp�o, o ator, poeta e dramaturgo Gero Camilo e o grupo Ueba, do Rio Grande do Sul. As apresenta��es foram gratuitas e, somadas, reuniram mais de 25 mil pessoas na plateia.

No ano seguinte, o Festival Nacional de Passos expandiu pela regi�o, com programa��es em Alpin�polis e Carmo do Rio Claro. A segunda edi��o recebeu 38 espet�culos teatrais de todo o pa�s. Cerca de 200 artistas se apresentaram na programa��o, que incluiu tamb�m oficinas culturais, shows musicais, debates, palestras eo lan�amento de um livro. O p�blico tamb�m aumentou: 40 mil pessoas prestigiaram as atra��es.

Em 2019, a recep��o dos espet�culos ganhou um novo est�gio: um bate-papo com um corpo de jurados ao fim de cada atra��o, para debater uma cr�tica das pe�as junto ao p�blico. Essa edi��o foi marcada pela descentraliza��o do festival, inserido em novos territ�rios, possibilitando a acessibilidade de um p�blico que nunca tinha ido ao teatro antes e a maior regionaliza��o do evento, alcan�ando novas cidades da regi�o.

Por causa da pandemia, as edi��es de 2020 e 2021 n�o impediram o festival de acontecer. Em 2020, no formato online e, no ano passado, em modalidade h�brida, o festival se manteve de p�. A expectativa para a edi��o deste ano � retomar a presen�a e a intera��o entre os artistas e seu p�blico, celebrando o momento de retomada.