Produtores de eventos se manifestam contra proibi��o de shows no Mineir�o

A Associa��o Mineira de Eventos e Entretenimento (Amee) divulgou uma carta se manifestando contra o pedido do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), feito na �ltima sexta-feira (14/10), de proibir eventos n�o esportivos no Mineir�o. A publica��o feita nessa segunda-feira (19/10), por meio das redes sociais, relembra a import�ncia do 'Gigante da Pampulha' para o setor cultural, tanto na capital Belo Horizonte, quanto no Estado como um todo.

O MP argumenta que a Minas Arena - empresa respons�vel por gerir o est�dio - precisa de uma licen�a ambiental e um alvar� de localiza��o e funcionamento para receber shows e eventos. Por outro lado, o licenciamento que permite as partidas de futebol dura at� 15 de janeiro de 2023. O pedido ainda ressalta os problemas relatados por moradores do entorno, que reclamam, principalmente, da polui��o sonora.

Para a Amee, a tentativa de “silenciar” o maior palco de entretenimento do Estado � um ato inadmiss�vel, com efeitos incalcul�veis para a economia e o turismo mineiro.

“� uma decis�o que traz um impacto gigantesco para o setor, que foi o mais impactado na pandemia, sendo o primeiro a parar e o �ltimo a voltar. � quase uma ‘nova pandemia’ para o setor de eventos e turismo”, ressalta Rodrigo Marques, presidente da associa��o.

Um estudo de 2019, realizado pelo Instituto de Pesquisas Econ�micas Administrativas e Cont�beis (Ipead) da UFMG, demonstra que os eventos promovidos no Mineir�o movimentaram, em apenas um ano, R$ 948 milh�es na economia Mineira, sendo R$ 862 milh�es em BH, al�m de criar quase 6 mil postos de trabalho.

Desde que foi reformado para a Copa do Mundo de 2014, o Mineir�o tem sido palco de grandes festivais e por ele j� passaram grandes nomes da m�sica e do entretenimento nacional e internacional. Por�m, para o MPMG esses eventos realizados no gramado, estacionamento e esplanada, contribuem para a polui��o sonora devido � falta de medidas de controle ambiental.

A expectativa da Amee � de que o pedido n�o seja acatado pela justi�a, mas reconhe�e as demandas da comunidade do entorno como justas e cab�veis de reclama��o. Por�m, a associa��o tamb�m entende que os produtores t�m todo um cuidado para fazer seus eventos com o menor impacto.

“O mineir�o hoje n�o � um problema, mas uma solu��o para Belo Horizonte, que hoje � a capital brasileira dos bares e do entretenimento. A pr�pria pampulha foi criada para as festas e a alegria. Proibir os eventos seria muito danoso”, diz Rodrigo Marques.

J� a Minas Arena refor�a que todas as opera��es s�o devidamente autorizadas pela Prefeitura de BH, que nenhum evento acontece sem as autoriza��es legais, e que montou um grupo de trabalho para dialogar com os moradores e mitigar os impactos dos eventos. O MP solicitou uma multa de R$ 500 mil para cada evento em desconformidade com a decis�o judicial.

Apesar do pedido do Minist�rio P�blico, o Mineir�o fechou acordo com grandes festivais para os pr�ximos anos. Conforme apurado pelo Estado de Minas, o contrato j� est� acertado com os festivais: Carnaval do Bem, S� Track Boa, Prime Rock e Festival Brasil Sertanejo, at� 2026.

No final de setembro, o Gigante da pampulha recebeu cerca de 100 mil pessoas no Planeta Brasil, que contou com grandes nomes da m�sica nacional e internacional como Djonga, Marcelo D2, Marina Sena, 50cent e Lauryn Hill.

Esse ano, grandes nomes tamb�m j� passaram pelo est�dio em shows solo, por exemplo, Metallica, Demi Lovato, Guns N’Roses, e �cones da m�sica nacional, como Gilberto Gil e Ludmilla.

“Minas Gerais custou a ser rota de grandes artistas, proibir os eventos � levar o nosso p�blico para outros estados como o eixo Rio e S�o Paulo. Com isso hot�is, mercados e outras �reas deixam de faturar”, completa Rodrigo Marques.



*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira