Disco de regrava��es homenageia Torquato Neto nos 50 anos de sua morte

Ao voltar do ex�lio, o poeta tropicalista Torquato Neto se isolou e se entregou ao alcoolismo, at� tirar a pr�pria vida, em 10 de novembro de 1972. Embora tenha morrido jovem, aos 28 anos, deixou um legado extenso, frequentemente revisitado.

A cantora mineira Patr�cia Ahmaral fez um mergulho na obra de Torquato e lan�ou no �ltimo dia em 10 de novembro �ltimo, nos 50 anos de sua morte, o primeiro volume do disco duplo “Um poeta desfolha a bandeira”, exclusivamente com composi��es do piauiense.

Como pr�via do lan�amento, em outubro, ela j� havia disponibilizado nas plataformas digitais single com as can��es “Let’s play that” (Jards Macal� e Torquato Neto) e “Quero viver” (Chico C�sar e Torquato Neto), gravadas, respectivamente, com as participa��es de Macal� e Chico C�sar.

Agora, o volume 1 de “Um poeta desfolha a bandeira” chega completo, com suas nove faixas, dire��o art�stica de Zeca Baleiro e produ��o musical de Rog�rio Delayon, Marion Lemonnier e Walter Costa.

Al�m das faixas j� citadas, o disco traz “Margin�lia II” (Gilberto Gil e Torquato Neto), “Tr�s da madrugada” (Carlos Pinto e Torquato Neto), “Louva��o” (Gilberto Gil e Torquato Neto), “Mam�e coragem” (Caetano Veloso e Torquato Neto). “Ai de mim, Copacabana” (Caetano Veloso e Torquato Neto), “Geleia geral” (Gilberto Gil e Torquato Neto) e “Cogito” (Rog�rio Skylab e Torquato Neto).

Acompanham Patr�cia os m�sicos Rog�rio Delayon (guitarra), Lu�s Patr�cio (bateria), Celso Pennini (guitarra) e Thiago Corr�a (baixo), al�m dos instrumentistas de apoio Kuky Stolarski, Marion Lemonnier, Fernando Nunes, Loco Sosa, Bruno Santos e Richard Fermino.

Al�m de Macal� e Chico C�sar, participam Maur�cio Pereira, Tonho Penhasco e os grupos Moda de Rock e Banda de Pau e Corda.

“Um poeta desfolha a bandeira” � um disco de m�ltiplas naturalidades. Algumas partes dele foram gravadas em S�o Paulo, outras no Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e at� em Honfleur, comuna da Fran�a.

 

“A parte dos instrumentos foi gravada remotamente. Est�vamos na pandemia e vivendo esse aprendizado de trabalhar remotamente”, conta Patr�cia. 

“J� era feito esse neg�cio de cada um gravar de seu home studio ou de algum outro est�dio e mandar para o produtor mixar. O desafio maior foi lidar com o tempo, porque todas as pessoas estavam envolvidas com outros trabalhos. Ent�o, o deadline ficou um pouco flutuante.” 

A dificuldade, segundo Patr�cia, era na hora em que os m�sicos faziam as devolu��es de suas partes gravadas. “Eu e o Zeca (Baleiro) ouv�amos e t�nhamos que voltar com as grava��es explicando os detalhes que a gente queria ajustar. Esse vai e volta foi desafiador, mas houve muita dedica��o e colabora��o de todos que participaram”, diz.

Com o lan�amento do primeiro volume de “Um poeta desfolha a bandeira” depois do t�rmino das elei��es presidenciais, Patr�cia diz estar com a sensa��o “de que tudo deu certo”. 

"A gente n�o caminha para a frente se n�o tem consci�ncia das dores e das del�cias”, observa. “A minha sensa��o � de que est� tudo certo, porque acho que tem a ver com os ideais libert�rios e de comprometimento com a integridade da vida, que est�o muito presentes na obra de Torquato.”

• De Patr�cia Ahmaral

• Independente

• 9 faixas

• Dispon�vel nas plataformas digitais