Integrantes do coletivo JUPLP reunidos em Portugal, onde discutiram a imigra��o africana na Europa
Tati Lemos/divulga��o
Em meados de 2020, em plena pandemia, come�ou a tomar forma o coletivo internacional Juventude Unida dos Pa�ses de L�ngua Portuguesa (JUPLP), com o objetivo de estreitar la�os entre jovens de pa�ses da comunidade lus�fona. A principal a��o do grupo, o projeto Conex�es, que consiste no encontro presencial de seus integrantes, ser� realizado pela primeira vez no Brasil, em junho. Belo Horizonte foi a cidade escolhida.
A proposta � debater sobre cultura e pol�tica, al�m de garantir acesso a informa��es sobre as diferentes culturas dos pa�ses de l�ngua portuguesa. A primeira edi��o do evento foi realizada no final de 2021, a partir do arrefecimento da pandemia, em Coimbra, em Portugal.
Desde ent�o, o projeto aportou em Cidade da Praia (Cabo Verde), Porto (Portugal), Vigo (Galiza, regi�o espanhola), Santiago de Compostela (Galiza), Bissau (Guin�-Bissau) e Maputo (Mo�ambique). A edi��o mais recente foi realizada no �ltimo dia 25. As pr�ximas ocorrer�o em Angola e S�o Tom� e Pr�ncipe, antes de chegar ao Brasil.
Morador de Belo Horizonte, idealizador e um dos coordenadores do coletivo, Ricardo Soares afirma que a��es presenciais facilitam a troca de informa��es sobre temas que envolvem a nacionalidade dos participantes e as condi��es do local em que vivem.
“O objetivo � fortalecer o debate sobre diversos assuntos em torno da l�ngua portuguesa e da juventude que comp�em a comunidade lus�fona”, diz.
Ricardo Soares diz que a��es do coletivo aproximam os participantes da realidade de outros pa�ses
Maria Emanuelle/divulga��o
Africanos em Portugal
Em Coimbra, por exemplo, discutiu-se a quest�o dos imigrantes africanos que moram na cidade. Em Guin�-Bissau, a pauta foi principalmente o envolvimento da juventude local com a pol�tica. “Fazer o Conex�es em Belo Horizonte parte de uma vontade minha. Participei da funda��o do JUPLP e ainda n�o t�nhamos voltado os olhares para o Brasil”, destaca.
A realiza��o do evento na capital mineira est�, de certa forma, atrelada � Festa da Uni�o Africana, prevista para 27 de maio. Soares entrou em contato com a Associa��o de Guineenses em Belo Horizonte para que ela desse suporte na estrutura��o do evento. “A festa tem a ver com o Dia da �frica, comemorado em 25 de maio, e ela vai balizar o Conex�es”, explica.
O n�mero de participantes da Festa da Uni�o Africana vai orientar, por exemplo, a escolha do local do JUPLP. O Teatro da Cidade e o Centro de Refer�ncia da Juventude s�o algumas possibilidades. Conversas com o Museu da L�ngua Portuguesa, em S�o Paulo, e o Consulado de Portugal em Belo Horizonte v�m ocorrendo.
Soares diz que o JUPLP � muito ativo desde o in�cio, quando eram realizados encontros virtuais semanalmente. “Foi um momento de muitas descobertas, com as pessoas falando da vis�o que tinham do Brasil e de curiosidades a respeito de seus pa�ses. A gente fica sabendo, por exemplo, que o palavr�o, o baixo cal�o, muito corrente no Brasil e em Portugal, � inaceit�vel em Mo�ambique. L�, a pessoa apanha da m�e se falar”, diz.
O debate pol�tico sempre ocupou espa�o privilegiado nos encontros. “O Brasil vivia um momento muito tenso com o governo Bolsonaro, mas a� voc� descobre que a Guin�-Bissau vive cen�rio muito mais cr�tico. A gente, aqui, n�o toma conhecimento dessas coisas. L� tem golpe de Estado direto, ministros s�o mortos, presidentes feitos ref�ns. � dif�cil um governo chegar ao final”, pontua Soares.
Ele destaca que 2022 foi ano politicamente importante para a lusofonia, com elei��es no Brasil, em Angola e no Timor-Leste, al�m de elei��es legislativas em Portugal. Os primeiros debates do JUPLP tinham foco justamente na pol�tica e na cultura, com participantes dos encontros virtuais fazendo apresenta��es dos cen�rios em seus pa�ses.
Antes de articular o grupo, Soares atuava em projetos sociais voltados para a juventude como integrante do Coletivo Brain, de Venda Nova, que promovia debates e a��es culturais na regi�o, al�m de iniciativas voltadas para o empreendedorismo de jovens e produ��es audiovisuais, como o document�rio “Cantos e contos”.
'A� voc� descobre que a Guin�-Bissau vive cen�rio muito mais cr�tico. A gente, aqui, n�o toma conhecimento dessas coisas. L� tem golpe de Estado direto, ministros s�o mortos, presidentes feitos ref�ns. � dif�cil um governo chegar ao final'
Ricardo Soares, criador do coletivo Juventude Unida dos Pa�ses de L�ngua Portuguesa
Podcast diretamente de Angola
Com a chegada da pandemia, passou a imaginar sa�das poss�veis para o confinamento social. A ideia veio quando tomou conhecimento de um podcast angolano sobre juventude e pol�tica. “Pensei em criar alguma coisa envolvendo a juventude dos pa�ses de l�ngua portuguesa. Comecei a pesquisar e entrar em contato com outras pessoas, reunimos um grupo legal e ficamos tr�s meses construindo o JUPLP.”
O objetivo era a cria��o de plataforma que aproximasse a juventude da lusofonia e promovesse a uni�o dos pa�ses a partir da popula��o na faixa et�ria entre 18 es 24 anos. “Faltava representa��o maior dessa juventude. Come�amos a ter p�blico durante nossos encontros virtuais. Percebemos que n�o poder�amos ficar s� no esquema da apresenta��o, t�nhamos de ser mais ativos. Da� surgiu o Conex�es”, finaliza.
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