Espet�culo, segundo o diretor Plinio Oliveira, respeita a hist�ria real do m�dium. No palco, p�blico ver� um Chico Xavier que dan�a, canta, ri e chora
Aline Grossi/divulgacao
Chico Xavier (1910-2002) � o maior nome do espiritismo no Brasil. Natural de Pedro Leopoldo e filho de pais analfabetos, o m�dium perdeu a m�e, aos 5 anos de idade, e, desde ent�o, come�ou a mostrar sinais de que possu�a um dom especial. O reconhecimento veio ap�s a publica��o de seu primeiro livro, "Parnaso de al�m-t�mulo". Na obra, s�o reunidos textos atribu�dos a poetas brasileiros e portugueses j� falecidos, como Augusto dos Anjos e Castro Alves.
Ao longo de sua vida, Chico Xavier publicou mais de 450 livros, que foram traduzidos para 33 idiomas – detalhe: n�o ficou com os direitos autorais de nenhum deles. Os lucros foram doados a entidades ligadas � caridade. Portador de uma doen�a incur�vel nos olhos, se mudou para Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, onde atraiu a visita de seguidores que iam em busca de mensagens, consolo e respostas sobre familiares que haviam falecido.
A hist�ria do mineiro que inspirou milhares de pessoas pelo mundo agora pode ser vista pelo p�blico de Belo Horizonte no musical “Um cisco, a vida de Chico Xavier”, que estreia nesta sexta-feira (24/3), �s 21h, no Cine Theatro Brasil.
O musical tem a proposta de narrar a hist�ria de vida do m�dium brasileiro, dos 4 aos 92 anos. O roteiro come�ou a ser escrito pelo diretor Plinio Oliveira, em 1985, e s� foi conclu�do em 2018. Plinio conta que, aos 17 anos, ouviu uma das hist�rias de Chico Xavier e, naquele momento, comp�s a primeira can��o que passaria a fazer parte da pe�a.
HER�I BRASILEIRO
“Ao longo dos anos fui acumulando hist�rias e fazendo pesquisas, li tudo que pude, entrevistei, conversei com pessoas e colhi depoimentos. A hist�ria do Chico � imensa, mas eu precisava selecionar os momentos que seriam transformados num espet�culo, e que ao mesmo tempo respeitasse a hist�ria real de vida dele”, conta o diretor.
Apesar de Chico Xavier ser s�mbolo do espiritismo no Brasil, o musical n�o � um espet�culo religioso. “� sobre um homem que vendeu mais de 26 milh�es de livros em vida e n�o ficou com os direitos autorais de nenhum deles, porque ele dizia: ‘N�o sou eu quem escreve isso’ ", afirma Plinio Oliveira.
“A ideia de ser uma crian�a de Pedro Leopoldo, um pequeno vilarejo em Minas Gerais, e essa crian�a realizar tudo o que realizou, tocando na alma do povo e se tornando um her�i brasileiro, � fascinante o suficiente para contar sua hist�ria”, completa.
Com Marko Ortiz interpretando o papel principal, o p�blico vai assistir um Chico Xavier diferente do que est� acostumado. No musical, o personagem dan�a, canta, ri e chora.
“Quem for assistir a pe�a vai chorar de emo��o, vai rir de alegria e vai aprender alguma coisa, � a pr�pria vida acontecendo diante dos olhos do p�blico”, afirma Plinio.
TOM, CHICO E BITUCA
A trilha sonora � composta por 30 cenas musicais, nas quais 26 s�o composi��es originais da pe�a, todas conduzidas por uma orquestra. “Quem ouvir o espet�culo vai ver a influ�ncia de Tom Jobim, Chico Buarque, Milton Nascimento e muitos outros. Todas essas influ�ncias est�o na composi��o, porque � um personagem brasileiro, isso mexe com a mem�ria afetiva do p�blico”
O espet�culo foi para a estrada em 2020, com apresenta��es marcadas para acontecer em mais de 22 cidades. O calend�rio foi interrompido pela pandemia. Para o diretor, a reestreia em Belo Horizonte � um passo muito importante. “Cada vez que eu vou a Minas Gerais, descubro novas hist�rias de Chico.”
E por que o cisco no nome do musical? “Chico se referia a si mesmo como 'um cisco'. Ele dizia: 'N�o sou importante. Meu nome � Francisco, se tirar o Fran, fica um cisco”, conclui Plinio. *
Estagi�ria sob a supervis�o da subeditora Tet� Monteiro
“UM CISCO, A VIDA DE CHICO XAVIER”
• Musical com sess�es nesta sexta-feira (24/3) e s�bado (25/3), �s 21h, no Cine Theatro Brasil (Av. Amazonas, 315 – Centro). •Ingressos: R$ 220 (inteira), R$ 130 (solid�rio, mediante a doa��o de 1Kg de alimento n�o perec�vel) e R$ 110 (meia), � venda no Eventim e na bilheteria local
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