No Galpão Cine Horto, plateia se diverte com balões atirados para o alto

O Festival de Cenas Curtas, um dos eventos campe�es de audi�ncia do Galp�o Cine Horto, segue a todo vapor na esteira dos 25 anos do centro cultural

Guto Muniz / divulga��o

Diretor e coordenador-geral do Galp�o Cine Horto, que neste ano completa duas d�cadas e meia de funcionamento, Chico Pel�cio responde com uma �nica palavra quando questionado sobre o que a efem�ride em torno do centro cultural situado no bairro Horto representa para si: “Vida”. 

Al�m das j� anunciadas novas edi��es do Oficin�o, do Festival Cenas Curtas e da Mostra de Mon�logos, que seguem com inscri��es abertas, projetos in�ditos tamb�m v�o movimentar os pr�ximos meses no Galp�o Cine Horto. Um deles � o document�rio sobre os 25 anos de hist�ria do espa�o, realizado pelo Centro de Pesquisa e Mem�ria do Teatro (CPMT), com estreia prevista para o segundo semestre.

Uma novidade no campo da forma��o � a primeira edi��o dos N�cleos para as Juventudes, que v�o oferecer atividades gratuitas a jovens da zona Leste de Belo Horizonte. Os tradicionais N�cleos de Pesquisa, pelos quais j� passaram diversas gera��es de artistas-pesquisadores da cidade, tamb�m est�o de volta, com inscri��es a partir de abril. As inscri��es para os cursos livres de teatro tamb�m seguem abertas, com vagas para os m�dulos voltados a adolescentes.
 

'A gente j� vem trabalhando com idosos e com moradores de rua e, agora, com a presen�a da Samira �vila e da Laura Bastos na ger�ncia executiva, vamos potencializar essas a��es nos territ�rios vulner�veis de Belo Horizonte, principalmente na zona Leste, com um olhar mais cuidadoso para com a juventude'

Chico Pel�cio, diretor do Galp�o Cine Horto

 

Expoentes do teatro

O projeto Sabad�o apresenta, em maio, a premiada atriz Ana Carbatti e, em edi��o especial, traz � cidade, em agosto, o diretor Amir Haddad, considerado um dos maiores encenadores do Brasil. Enquanto isso, o Galp�o Convida se prepara para receber, nos pr�ximos meses, uma homenagem ao Centro de Demoli��o de Constru��o do Espet�culo, criado pelo diretor teatral Aderbal Freire-Filho.

O Galp�o Cine Horto tamb�m passa a abrigar uma galeria de artes visuais, al�m de ter ganhado uma fachada totalmente nova, restaurada e pintada por meio do projeto Tudo de Cor, em parceria com as Tintas Coral. “Usamos, vez ou outra, o corredor de entrada para fazer algumas exposi��es, de forma improvisada. Agora adequamos para que seja, de fato, um espa�o dedicado a exposi��es de artes pl�sticas”, diz Pel�cio.
 

Ele divide em quatro “segmentos” as atividades de destaque que marcam os 25 anos do Galp�o Cine Horto. Um deles � na �rea de educa��o, com o Conex�o Galp�o, que trabalha dentro das escolas p�blicas, junto a alunos e professores. O outro � na �rea art�stica, com o Festival de Cenas Curtas, que, segundo o gestor do espa�o e ator do Grupo Galp�o, “� um grande provocador de cria��o e de pesquisa de linguagem”.
 
Pessoas reunidas em evento artístico em frente à sede do Galpão Cine Horto

Galp�o Cine Horto � uma esp�cie de 'agitador cultural' da Regi�o Leste de BH

Julia Lanari/divulga��o
 

O terceiro segmento � na �rea da mem�ria, justamente com as a��es conduzidas pelo CPMT. Pel�cio aponta que o quarto segmento de destaque � na �rea de forma��o, com os cursos e oficinas oferecidos pelo Galp�o Cine Horto. Ele destaca, ainda, que existe o desejo de, a partir de agora, dar mais aten��o ao audiovisual e �s experimenta��es de linguagens nas novas m�dias.

“Estamos organizando nossa produ��o audiovisual. Durante a pandemia, criamos a TV Teatro Galp�o Cine Horto. Outra coisa que a gente faz, mas n�o de modo sistem�tico, � documentar o dia a dia do espa�o, a passagem do p�blico, os alunos. Tudo isso agora passa a merecer uma aten��o especial, no sentido de tentar estabelecer uma presen�a mais profissional e mais criativa dentro das redes sociais. � uma proposta de gerar conte�do”, afirma.

Pel�cio  observa que o Galp�o Cine Horto est� saindo de um per�odo de muitas dificuldades – em raz�o da pandemia e tamb�m da cruzada contra a cultura empreendida pelo governo Bolsonaro –, mas que agora v� um horizonte de perspectivas se abrir. “Dizem que o veneno que n�o mata fortalece. O que aconteceu com a gente foi um pouco isso. Foi um per�odo muito duro, tivemos que nos reinventar.”
 

'Estamos organizando nossa produ��o audiovisual. Durante a pandemia, criamos a TV Teatro Galp�o Cine Horto. Outra coisa que a gente faz, mas n�o de modo sistem�tico, � documentar o dia a dia do espa�o, a passagem do p�blico, os alunos. Tudo isso agora passa a merecer uma aten��o especial'

Chico Pel�cio, diretor do Galp�o Cine Horto

 

Papel social

O processo de reinven��o e a batalha para manter o centro cultural ativo serviram para revelar o papel importante que o Galp�o Cine Horto cumpre na vida das pessoas, segundo Pel�cio. Segundo ele, as agruras passadas refor�aram o sentimento de que o centro cultural tem um papel a cumprir tamb�m na esfera social.

“A gente j� vem trabalhando com idosos e com moradores de rua e, agora, com a presen�a da Samira �vila e da Laura Bastos na ger�ncia executiva, vamos potencializar essas a��es nos territ�rios vulner�veis de Belo Horizonte, principalmente na zona Leste, com um olhar mais cuidadoso para com a juventude. Esse per�odo dif�cil fortaleceu nossa consci�ncia nesse sentido”, diz.

Ele sublinha que, sem deixar de fazer seu trabalho na �rea art�stica, de forma��o, pesquisa e fomento, o Galp�o Cine Horto tem agora a tend�ncia de desenvolver trabalhos ligados ao resgate social, “� vida de pessoas que est�o desassistidas ap�s a crise por que passamos”. Pel�cio observa que h�, no entanto, um “calcanhar de Aquiles”, que diz respeito � quest�o imobili�ria.

“O fato de estarmos em um pr�dio que � ainda alugado nos impossibilita de fazer uma reforma significativa. Tem esse gargalo, que � o espa�o f�sico. A gente n�o consegue aumentar as turmas de teatro, receber mais gente, mais espet�culos. O CPMT est� numa sala ainda muito acanhada. Uma reforma que nos permitiria crescer e oferecer melhores condi��es para todos n�o tem como ser feita”, observa.

Ele diz que tem tentado conversar com o poder p�blico no sentido de permutar o im�vel com os propriet�rios. “Seria uma forma de preservar este que � um dos poucos cinemas de rua da cidade. O im�vel poderia ser cedido em comodato, para que possamos fazer essas reformas, e se tornaria um espa�o do Estado. A gente quer ver se sensibiliza o poder p�blico para tentar resolver essa nossa quest�o de custo, de aluguel, e para fazer as reformas necess�rias.”.