Cine Teatro Mariana

Na cidade vizinha, o Cine Teatro Mariana, antigo Centro de Cultura SESI Mariana, est� sendo administrado pela prefeitura desde 2019

Reprodu��o/ Google Street View
As cidades hist�ricas de Ouro Preto e Mariana, na regi�o Central de Minas Gerais, abrigam importantes espa�os para apresenta��es de espet�culos. O Teatro Municipal Casa da �pera de Ouro Preto, fechada em outubro de 2022 e o Cine Teatro Vila Rica, fechado em 2018, est�o em reforma e revitaliza��o. Enquanto isso, as produ��es locais amargam dificuldades em alugar espa�os para espet�culos.
 
Na regi�o, os espa�os cobertos ainda dispon�veis, o Teatro Ouro Preto, localizado dentro do Centro de Conven��es da UFOP, exige um valor de aluguel considerado alto para os produtores locais. Na cidade vizinha, o Cine Teatro Mariana, antigo Centro de Cultura SESI Mariana, est� sendo administrado pela prefeitura desde 2019, e os produtores relatam que t�m encontrado dificuldades em conseguir agendar datas que est�o sendo usadas para fins n�o culturais.
 

Fechados para reforma

 
Sob supervis�o da Coordenadoria de Cultura da Pr�-reitoria de Extens�o e Cultura, da Universidade Federal de Ouro Preto, o Cine Vila Rica foi constru�do em 1886 e se transformou, em 1953, local da s�tima arte e abrigo de diversos projetos culturais. O pr�dio, tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (IPHAN), tem uma constru��o ecl�tica, com linhas neocl�ssicas do fim do per�odo imperial e possui capacidade para 400 pessoas.
 
Em 2018 foi fechado para restaura��o e reforma e aguardou at� 2022, a aprova��o e repasse da verba de R$ 16,5 milh�es pelo Governo do Estado para assim, iniciar as obras.
 
Outro espa�o que est� fechado para obras de restaura��o � o Teatro Casa da �pera, o mais antigo teatro em funcionamento das Am�ricas. Constru�do em 1769 no per�odo barroco, o espa�o tem capacidade para 250 pessoas e � uma das principais estruturas da cidade para a realiza��o de projetos culturais.

 
De acordo com a Secretaria de Cultura de Ouro Preto, a restaura��o incluiu trabalhos nas estruturas de alvenaria, reforma completa do telhado, pintura externa e interna, al�m da instala��o de detectores de fuma�a e o restauro do palco. A data de abertura do teatro estava prevista para mar�o deste ano.
 
“O atraso na finaliza��o das obras do Teatro Municipal Casa da �pera se deu por falta de pe�as de madeira que s� s�o encontradas no Par�, e a dificuldade de transporte dessas pe�as e o preparo para o tratamento da madeira atrasou a entrega. Tamb�m resolvemos incluir dentro do projeto, a restaura��o da pintura da boca de cena que tamb�m � original do s�culo XVIII, e h� muitos anos n�o passa por uma higieniza��o e restaura��o, disse a secret�ria-adjunta de Cultura, Margareth Monteiro”.
 
A secret�ria-adjunta conta que as pe�as chamadas de ‘espig�o’, tem cada uma 10 metros de comprimento e servem para a sustenta��o do telhado. Ap�s a troca da madeira ser� iniciada as obras internas. “A madeira j� chegou e ser� feita a troca do espig�o e assim fechar o telhado. Depois faremos a restaura��o interna da boca de cena. Em agosto queremos abrir as portas do teatro para os espet�culos."
 

Arte � espera

 
Enquanto as obras de restaura��o n�o s�o conclu�das, o produtor cultural Leandro Borba, convive com as dificuldades em encontrar outros espa�os para agendar os espet�culos que produz.
 
Borba conta que o �nico espa�o dispon�vel na cidade hist�rica � o Teatro Ouro Preto, que cobra R$ 3 mil de aluguel, que, segundo ele, � invi�vel para uma produ��o local que antes fazia as apresenta��es na Casa da �pera com todos os equipamentos de luz e som no valor de R$ 900.
 
“Por causa do alto pre�o do aluguel do Centro de Conven��es n�o � vi�vel produzir no teatro da UFOP, ainda que o espa�o n�o conta com nenhum tipo de equipamento espec�fico de som e luz, l� s� oferece as cadeiras e o palco”.
 
A solu��o encontrada pelo produtor cultural foi procurar a cidade vizinha de Mariana que tem o Cine Teatro Mariana, antigo Centro de Cultura SESI Mariana que foi repassado para a prefeitura de Mariana em 2019.

 
O pr�dio em estilo neocl�ssico foi restaurado pelo SESI e dispunha de uma infraestrutura como galeria, espa�o multiuso e um teatro para 300 lugares, totalmente equipado com ilumina��o e sonoriza��o profissional.
 
O produtor de Ouro Preto afirma que, na �ltima vez que foi poss�vel fazer algo no teatro, o espa�o estava sob a administra��o do SESI. “A disponibilidade da agenda do Teatro Mariana ficou menor, se a gente for pedir uma data para apresentar um espet�culo � uma dificuldade muito grande e quando vamos ver o que est� sendo usando no espa�o vemos que s�o para reuni�es, palestras e ainda n�o sabemos o porqu� do espa�o est� sendo subutilizado."
 
De acordo com um produtor de Mariana, que prefere n�o se identificar, a dificuldade em encontrar espa�o na agenda n�o � s� de produtores de outras cidades. O gestor cultural afirma que antes da administra��o do local ser repassada para a prefeitura, havia espa�o para apresenta��es de artistas de outros estados e regi�es de Minas Gerais.
 
O produtor conta que com a mudan�a, o SESI recolheu os equipamentos de luz e som e a prefeitura ainda n�o realizou a reposi��o dos materiais de sonoriza��o, ilumina��o e audiovisual, deixando para os produtores, a responsabilidade em alugar, o que encarece os espet�culos.
 
Outra dificuldade apontada pelo gestor cultural � o pouco espa�o na agenda para as apresenta��es. No Portal do Turismo, site da prefeitura de Mariana, n�o h� nenhum evento cultural cadastrado para os meses de junho e julho.
 
“O local perdeu a sua finalidade que � levar para o marianense espet�culos culturais de qualidade com bons pre�os. A transi��o da gest�o foi cheia de d�vidas para os artistas, um exemplo � a galeria de obras de artes que antes apresentava bel�ssimas exposi��es e hoje foi transformada em banheiro."
 
Procurada pela reportagem para esclarecer sobre a utiliza��o do espa�o do Cine Teatro Mariana para eventos n�o voltados para a cultura, bem como sobre os investimentos em infraestrutura, a prefeitura de Mariana n�o respondeu at� o fechamento da mat�ria.
 
Tamb�m procurada pela reportagem, a UFOP n�o respondeu �s perguntas at� o fechamento da mat�ria.