'Elementos' encanta com suas met�foras sobre xenofobia e intoler�ncia

 

A “hist�ria de amor imigrante” entre Fa�sca e Gota, jovens de fogo e �gua, em meio �s segrega��es da metr�pole futurista. Essa � a nova aposta da Disney/Pixar em “Elementos”, anima��o que estreia nesta quinta-feira (22/6) nas salas de cinema.

O filme discute rela��es familiares e processos de autodescoberta. Com personagens tocantes, a hist�ria foi criada para cativar p�blicos de diferentes idades. Cenas leves, mas emocionantes, remetem � viv�ncia do diretor Peter Sohn, filho de sul-coreanos que emigraram para os Estados Unidos. Ao questionar a xenofobia, o longa defende – com sutileza – a harmonia entre ra�as e culturas.

A protagonista � Fa�sca, jovem nascida na Cidade dos Elementos. Cercada de costumes ancestrais, a garota sonha em herdar a loja dos pais, que deixaram a terra natal, a Ilha do Fogo, em busca de melhores condi��es de vida.

Criada em um bairro segregado � beira da metr�pole, a menina admira o pai, Brasa, que construiu com as pr�prias m�os a casa e o neg�cio da fam�lia, al�m de ajudar os conterr�neos, o povo do fogo, a se estabelecerem no novo pa�s.

 

 

A esquentadinha e o chor�o

Ensinada desde pequena que o calor das chamas n�o se mistura a outros elementos, a futura dona do neg�cio segue � risca os conselhos do patriarca. Por�m, se v� impedida de assumir responsabilidades por ser explosiva demais. Numa de suas explos�es, a garota espalha fa�scas por todos os lados. E se depara com Gota, o jovem vindo da �gua, herdeiro de uma fam�lia rica. O garoto “chor�o” � inspetor da prefeitura e se sente obrigado a denunciar as irregularidades do neg�cio de Brasa.

Desesperada, Fa�sca tenta resolver os problemas que amea�am o sonho dos pais. Fica amiga de Gota, e os dois se metem em situa��es c�micas. Os dois elementos t�m muito em comum, apesar de radicalmente diferentes. Fa�sca se diverte com as trapalhadas de Gota e aprende a apreciar seu jeito “tranquil�o”, enquanto descobre novas voca��es.

A dupla se apaixona, mas � obrigada a jamais se tocar, para que a �gua n�o apague as labaredas do fogo. Brasa sempre lembra � filha que “elementos n�o se misturam”.

Apesar da hist�ria interessante, “Elementos” se apressa ao desenvolver o romance entre Fa�sca e Gota, “atropelando” a personalidade durona da jovem de fogo. Mas recupera o ritmo e oferece cenas benfeitas, capazes de emocionar o p�blico.

 

 

O enredo tra�a paralelos com a imigra��o asi�tica no Ocidente. O diretor Peter Sohn � filho de sul-coreanos que se mudaram para os Estados Unidos em 1957, sem estabilidade financeira e sem falar ingl�s. O pai dele abriu uma loja de conveni�ncia em Nova York.

Nascido no Bronx, Sohn se espelha em Fa�sca. Os pais dele tamb�m trabalharam duro, o filho de imigrantes tamb�m conviveu com gente de outras culturas, a contragosto dos mais velhos.

 

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Diversidade em cores

Lan�ando m�o das cores vivas dos quatro elementos – �gua, fogo, terra e ar –, Sohn cria met�foras sobre a diversidade cultural e racial da sociedade, facilmente compreendidas pelas crian�as. A reflex�o sobre o amor, a rela��o familiar complicada regida por costumes ancestrais e a xenofobia s�o quest�es oportunas apresentadas aos adultos, sobretudo diante de preconceitos que ganham for�a no mundo.

Elenco multicultural d� voz aos protagonistas da vers�o original. A atriz Leah Lewis � Fa�sca. Ela nasceu na China e foi adotada ainda beb� por um casal norte-americano. Mamoudou Athie, o Gota, veio da Maurit�nia, na �frica. O filipino Ronnie del Carmen, codiretor de “Divertidamente”, emprestou sua voz a Brasa.

 

No Brasil, a dublagem ficou a cargo de Giovanna Antonelli, Cacau Prot�sio, Marisa Orth e Andr� Mattos.

Estreia abaixo da expectativa nos EUA

“Elementos” � a esperan�a da Disney/Pixar para enfrentar crise iniciada na pandemia. A nova aposta foi bem recebida pela cr�tica. O filme, que estreou nos cinemas dos Estados Unidos na �ltima sexta-feira (16/6), tem 92% de avalia��o positiva entre os usu�rios da plataforma Rotten Tomatoes.

Por�m, a performance nas salas americanas ficou aqu�m das expectativas. As bilheterias somaram US$ 29,6 milh�es – a pior estreia da hist�ria da empresa. O investimento em “Elementos” somou US$ 200 milh�es.

Em alerta desde “Lightyear” (2022), desenho que representou a volta da empresa �s salas de exibi��o depois do confinamento social imposto pela COVID-19, a Disney/Pixar vem lidando com fracassos financeiros. “Lightyear”, por exemplo, rendeu US$ 226 milh�es e custou US$ 200 milh�es.

Durante a crise sanit�ria, o ent�o presidente da Disney, Bob Chapek, tomou a decis�o radical de lan�ar “Soul”, produ��o de 2020, “Luca”, de 2021, e “Red: Crescer � uma fera”, de 2022, diretamente na plataforma Disney+ N�o foi anunciado quando “Elementos” chegar� ao streaming. (Com Folhapress)

“ELEMENTOS”

EUA, 2023. Dire��o de Peter Sohn. Estreia nesta quinta-feira (22/6) nas salas de cinema das redes Cinemark, Cineart, Cinesercla e Cin�polis.

 

* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria