Greve roteiristas e atores em Hollywood

Atores e roteiristas exigem aumento de sal�rios em Hollywood

MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
A ind�stria de Hollywood enfrenta a paralisa��o mais grave em 60 anos depois que os atores iniciaram uma greve nesta sexta-feira (14/7), unindo-se aos roteiristas que j� est�o parados h� mais de dois meses, em uma disputa com os est�dios e plataformas de streaming para exigir aumentos salariais.


A greve convocada pelo comit� nacional do 'Screen Actors Guild' (Sindicato dos Atores, SAG-AFTRA) dos Estados Unidos come�ou � meia-noite de quinta-feira em Los Angeles (4H00 de Bras�lia, sexta-feira).

Os atores reivindicam melhorias salariais, um reajuste nos pagamentos que recebem pelas reexibi��es de suas produ��es, al�m de defini��es sobre o uso da Intelig�ncia Artificial (IA) na ind�stria, entre outros pontos.

"N�o temos op��o", declarou Fran Drescher, presidente do SAG-AFTRA e estrela da s�rie "The Nanny", em um discurso en�rgico para anunciar a convoca��o de greve contra os est�dios.

"Se n�o fizermos isso agora, todos vamos estar em apuros. Estaremos amea�ados de sermos substitu�dos pelas m�quinas e os grandes neg�cios", afirmou a l�der do sindicato, que re�ne mais de 160.000 atores e outros profissionais do cinema e da televis�o.

Assim, atores e roteiristas - que protestam h� 11 semanas nas entradas dos est�dios com exig�ncias similares - unem suas for�as e amea�am paralisar por completo a ind�stria, o que n�o acontecia desde 1960 em Hollywood.

As duas categorias pedem um reajuste dos pagamentos pelas reexibi��es das produ��es, uma quest�o profundamente alterada pelo avan�o das plataformas de streaming.

 

 

 


A Alian�a de Produtores de Cinema e Televis�o (AMPTP), que representa os est�dios e as plataformas de streaming, afirmou em um comunicado que ofereceu "aumentos hist�ricos de sal�rio e pagamentos residuais", al�m de respostas a outras demandas.

"Uma greve n�o era o que esper�vamos... O sindicato, infelizmente, escolheu um caminho que vai criar dificuldades econ�micas para milhares de pessoas que dependem da ind�stria", acrescentou.

O CEO da Disney, Bob Iger, disse � emissora CNBC na quinta-feira que as expectativas dos roteiristas e atores "n�o s�o realistas" e chamou a greve de "muito preocupante".

Paralisa��o da ind�stria 

A paralisa��o dos roteiristas j� havia reduzido a quantidade de filmes e programas em produ��o em Hollywood, mas sem atores a ind�stria ser� obrigada a parar quase por completo.

Apenas alguns reality shows, programas de audit�rio e de entrevistas poderiam continuar no ar. Mas as s�ries e outras produ��es de grande sucesso enfrentar�o atrasos.

As estrelas tamb�m n�o participar�o dos eventos promocionais de seus filmes.

 

 

 



A Comic-Con, um dos principais eventos anuais da cultura pop marcado para a pr�xima semana em San Diego, tamb�m pode ficar sem a presen�a de estrelas. O movimento sindical pode afetar ainda a presen�a dos atores da ind�stria americana em grandes festivais internacionais, como o de Veneza.

A cerim�nia do Emmy, prevista para 18 de setembro, pode ser adiada para novembro ou at� mesmo para 2024.

Crise existencial 

Um dos principais pontos de diverg�ncia entre os sindicatos e os est�dios s�o os chamados pagamentos "residuais", efetuados todas as vezes que as plataformas transmitem uma produ��o da qual participaram.

Para os atores, a f�rmula deve considerar a popularidade das produ��es na hora de realizar a compensa��o. Assim, um programa mais assistido geraria mais pagamentos "residuais".

Mas as plataformas de streaming, como Netflix e Disney+, mant�m sob sigilo as estat�sticas de visualiza��o e oferecem a mesma tarifa por tudo o que transmitem em seus cat�logos, sem considerar a popularidade.

 

 

 


Al�m disso, tanto atores como roteiristas querem a regulamenta��o do uso futuro da IA na ind�stria, que veem como uma amea�a a seu trabalho.

A greve dupla confirma a crise existencial da ind�stria de Hollywood.

Na quinta-feira, muitos atores organizaram um protesto em Nova York.

"� doloroso e necess�rio", declarou � AFP Jennifer Van Dyck, atriz e integrante do sindicato. "Quando o CEO da Disney recebe 45 milh�es de d�lares e n�s pedimos para receber apenas um sal�rio decente, acredito que s�o eles que podem ser acusados de serem pouco razo�veis".