Augusta Barna, de 20 anos, lan�ou o EP "Cantora de ru�dos" e o �lbum "Sangria desatada"
Gabriel Oliveira/divulga��o
Determinada e ambiciosa s�o adjetivos que caracterizam bem Augusta Barna, de 20 anos. A artista vem chamando a aten��o desde o lan�amento de seu primeiro disco autoral, “Sangria desatada”, em dezembro de 2022. Leve e aut�ntico, o som de Augusta conquistou o p�blico – ela tem sido figurinha carimbada na cena musical da capital mineira.
Desde cedo, Augusta soube que queria viver de arte. Cresceu no Jardim Laguna, em Contagem, regi�o metropolitana de BH, mesmo bairro onde surgiu a bem-sucedida produtora Filmes de Pl�stico, que ganhou v�rios pr�mios e lan�ou o longa “Marte Um” (2022).
Cercada de m�sica em casa, a artista cita Chico Buarque, Tim Maia e Rita Lee como refer�ncias. Uma de suas lembran�as mais marcantes foi o dia em que conversava com a m�e na cozinha, enquanto as duas ouviam “Como nossos pais”, com Elis Regina.
F� de Elis aos 13
Curiosa com aquela letra, Augusta, ent�o com 13 anos, foi pesquisar. Encontrou a imagem de Elis interpretando o hit de Belchior no show “Falso brilhante”, que estreou em 1975. Um impacto. “Fiquei encantada, chorei igual a um beb� quando ouvi aquilo”, diz a mineira.
Depois disso, o desejo de ser artista se intensificou para aquela garota, que se achava muito diferente dos primos e dos colegas de escola, por causa de suas ideias. Por�m, sabia que o contexto social em que vivia n�o era o mais prop�cio para o seu sonho. “Como uma pessoa que n�o tem grana consegue fazer uma coisa dessas?”, ela se perguntava.
Al�m da incerteza, Augusta precisou enfrentar o luto ao perder um de seus irm�os. A fam�lia se mudou, ela foi para nova escola e teve de se readaptar. Passou a escrever, percebeu que ficava cada vez mais latente o sentimento de que precisava dar vaz�o aos pr�prios sentimentos.
“Nesse per�odo da minha vida, muita coisa ficou por eu mesma. Tive de me resolver, me encontrar, achar uma sa�da para alcan�ar o meu sonho”, comenta Augusta.
Foi a� que o Cefart (Centro de Forma��o Art�stica e Tecnol�gica da Funda��o Cl�vis Salgado) entrou na hist�ria de Augusta. Em 2018, ela ingressou no curso de teatro. Profissionalizou-se e conheceu o produtor Dudu Amendoeira, que a guiou no caminho da m�sica.
Sempre inquieta, Augusta revela que, com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais apreensiva por n�o conseguir levar os planos adiante. O teatro n�o era o que desejava para sua vida. V�rias can��es guardadas na gaveta trouxeram o sentimento de que a oportunidade nunca chegaria.
Parceria com Dudu e Mari
Quando Augusta mostrou suas composi��es para Dudu Amendoeira e para Mari Fontoura, companheira dele, o trio decidiu se juntar para para produzir o EP “Cantora de ru�dos”, com seis faixas. Artista independente, Augusta Barna finalmente conseguiu botar o bloco na rua, mesmo sem dinheiro.
“Eu n�o sabia o que ia acontecer, se aquilo realmente daria certo, mas tinha uma confian�a muito grande e estava muito a fim de fazer acontecer”, diz.
Lan�ado em 2021, o EP foi uma esp�cie de escola. Durante o processo de produ��o, Augusta aprendeu o que deveria fazer, percebeu erros que n�o poderiam se repetir. Conscientizou-se da necessidade de recursos para garantir qualidade � grava��o de seu repert�rio.
Em dezembro de 2022, veio o disco de estreia, “Sangria desatada”, que j� contava com recursos viabilizados pelo Fundo Municipal de Cultura de Contagem. O projeto levou o Pr�mio Fl�vio Henrique/ BDMG Cultural na categoria de melhor �lbum de can��o autoral mineira.
Com letras densas, as can��es dan�antes eram visivelmente mais maduras.Traziam refer�ncias da m�sica popular brasileira somadas � autenticidade de Augusta. As 10 faixas, cheias de fluidez, v�o do samba e do pop ao rap.
Somando mais de 100 mil plays na semana de lan�amento, o disco e suas m�sicas “chiclete”, que “grudam” nos ouvidos, levaram Augusta Barna para o palco. Ela se apresentou no Festival Sensacional e na Festa da Luz, em BH, e no Rio2C, na capital fluminense. A experi�ncia no teatro garantiu intimidade com o palco, conferido � cantora desenvoltura e expressividade.
“A vida tem sorrido para mim de um jeito muito bom. Trabalhei muito pra ver isso acontecendo, n�o fiquei em nenhum momento de bra�os cruzados, esperando algu�m fazer algo por mim. O empenho em fazer do trabalho uma coisa di�ria me trouxe at� aqui. E eu quero muito mais”, avisa Augusta Barna.
* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
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