Wanessa Camargo fala sobre p�nico, psicoterapia e redescoberta

 

“Livre”, novo disco de Wanessa Camargo, � dividido em tr�s atos e definido por ela como autobiogr�fico. A primeira leva  de composi��es chegou �s plataformas em abril passado. No total, ser�o nove m�sicas, todas com clipe, que seguir�o sendo lan�adas at� novembro. 

O primeiro ato, nomeado “interno”, fala sobre o que ela viveu em sil�ncio. O segundo trata de a��o, empoderamento e for�a. Foi quando ela viajou, se isolou, passou pelo div�rcio e sentiu o escrut�nio p�blico sobre sua vida pessoal. O terceiro ato corresponde ao momento em que, depois de todo o rebuli�o e inquietudes internas, a artista tomou atitudes no sentido de se reencontrar. 

No pr�ximo s�bado (2/9), Wanessa desembarca com sua turn� “Livre” em Belo Horizonte. A seguir, ela fala  sobre o lan�amento, sa�de mental e exposi��o na internet. 

Essa cria��o partiu de uma vontade imensa de contar a minha hist�ria. Isso surgiu em mim logo ap�s um turbilh�o de coisas que eu estava vivendo. Decidi dar uma pausa breve na carreira e, de repente, come�ou a surgir uma vontade imensa de escrever e compor m�sicas. Em julho do ano passado, chamei tr�s amigas queridas, que tamb�m s�o grandes compositoras, para um camping na Chapada dos Veadeiros, onde compusemos cinco m�sicas. Fiz outras coisas fora dali tamb�m, at� que vi que tinha um �lbum que contava exatamente tudo que eu vinha vivendo durante este �ltimo ano, as transforma��es, as dores, os ciclos novos. 

A ideia de liberdade norteia todas as m�sicas, da primeira at� a �ltima. � sobre aceitar e entender quem a gente � para ser livre em qualquer rela��o que tenhamos na vida. A liberdade � uma busca constante em todas as letras. Mesmo que doa, mesmo que seja dif�cil, n�s temos que busc�-la. 

Acho que exponho pouco minha vida, �s vezes at� penso que deveria postar mais coisas, abrir mais a c�mera para falar. Mas acaba que, �s vezes, as coisas s�o expostas sem a nossa anu�ncia, ent�o temos a nossa vida exposta sem a nossa autoriza��o, em alguns casos essa exposi��o � uma mentira… Isso eu acho bastante complicado. A exposi��o com aquele vampirismo de julgamento de vamos ver a verdade sobre tal pessoa, o que est� acontecendo nas rela��es dela, a rela��o com os filhos, o ex-marido, os pais, o namorado atual… Uma parte da m�dia tenta tirar isso de voc�, o que nem sempre � algo que voc� quer mostrar porque � uma coisa particular. Isso eu acho mais complicado de lidar. Essa parte � uma corda bamba, � um equilibrismo tentar achar sanidade mental onde �s vezes n�o tem. N�o d� pra conseguir se manter equilibrada e bem quando se est� rodeado de caos e mentiras. Meu �ltimo single, “N�o devo nada”, � um pouco de resposta a isso de falar: ‘Cara, n�o tem como voc� controlar e responder todo mundo e tentar trazer a verdade onde as pessoas n�o querem ver a verdade. Faz o teu, mant�m teu p�blico aqui, conversa com ele e fala a verdade que quem quiser estar na sua verdade vai estar l�’. 

 

 

� um processo muito desafiador, s� quem vive sabe e s� quem tem entende o que acontece. � um processo muito bonito de aprendizado que for�a voc� a ir atr�s de uma melhora. � um “chacoalh�o”, n�o tem como continuar no mesmo lugar. Ao mesmo tempo que � doloroso, acredito que � uma b�n��o. Para achar a solu��o n�o existe outro processo, sen�o o autoconhecimento, resgatar partes suas e buscar entender minuciosamente a raz�o daquilo estar acontecendo, trabalhar com aquilo, olhar, encarar seus medos. Lidar com isso exige um ato de coragem di�rio que me for�ou a olhar para dentro de mim e ter coragem de p�r as coisas no lugar. Por isso eu falo que a crise de p�nico foi o que me despertou 

Minha rede de apoio foi a psicoterapia. Foi um processo muito importante para mim, eu acho que todo mundo deveria fazer tamb�m. Sou muito f� da psicologia, de uma terapia bem feita. � um processo longo, demorado, �s vezes doloroso, mas que, sem d�vidas, � libertador. � um processo muito solit�rio e interno, mas a melhor rede de apoio que algu�m pode ter num caso desses de sa�de mental � ter profissionais que te ajudem.

 

 

Tem sido muito gostoso. Amo o palco, eu estava h� um temp�o sem subir nele. � onde eu me encontro, aquele lugar onde voc� encontra seguran�a para ser tudo o que pode ser. No palco � como se eu vivesse a minha melhor vers�o. Tem dois lugares onde eu me vejo assim, no palco e com meus filhos. � onde eu consigo me ver muito forte, muito certa do que eu quero e do que eu devo fazer. Outro ponto positivo � que, com essa apresenta��o, o p�blico percebe que existe uma coer�ncia musical no meu trabalho. Sempre teve uma linha pop que conduziu tudo. Algumas pessoas dizem que eu mudei de estilo milh�es de vezes, mas, se voc� for no show, percebe que n�o � bem assim, minha personalidade e meu estilo musical sempre estiveram presentes em todos os trabalhos que lancei. 

Vai ser um show com banda, bal� e um cen�rio lindo. O p�blico de BH pode esperar um clima de reencontro, cheio de nostalgia e saudade. Tenho certeza de que as pessoas que forem l� v�o lembrar de v�rias m�sicas que cantaram durante a adolesc�ncia, inf�ncia ou outras fases da vida. � um show bonito de assistir, que toda fam�lia pode curtir junto e que me emociona muito. 

No s�bado (2/9), no Grande Teatro Minascentro (Av. Augusto de Lima, 785, Centro), �s 22h. Ingressos para o setor 1: R$ 280; setor 2: R$ 240; setor 3: R$180; setores 4 e 5: R$150; setor superior: R$120. Pre�os referentes �a inteira. Meia-entrada na forma da lei. � venda na bilheteria e no site Sympla.

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Silvana Arantes