Mauricio de Sousa comemorou os 60 anos de Mônica durante a abertura da Bienal do Rio

Mauricio de Sousa comemorou os 60 anos de M�nica durante a abertura da Bienal do Rio. E avisou: hist�ria em quadrinhos tamb�m � literatura

Bienal do Livro do Rio de Janeiro/divulga��o

Rio de Janeiro
– O ano de 2019 foi o �ltimo que contou com edi��o “normal” da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Em 2021, o evento foi adaptado � pandemia de COVID-19, recebendo metade do p�blico habitual. Aquela edi��o ficou marcada pela tentativa de censura do ent�o prefeito carioca, Marcelo Crivella, � HQ “Os Vingadores, a cruzada das crian�as”, do brit�nico Jim Cheung, cuja capa trazia dois garotos adolescentes se beijando.

“Livros assim precisam estar em pl�stico preto lacrado, avisando o conte�do”, escreveu o ent�o prefeito em suas redes sociais. “Pessoal, precisamos proteger as nossas crian�as. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conte�dos impr�prios para menores”, continuou.

A decis�o arbitr�ria de Crivella n�o foi em frente. A organiza��o da Bienal n�o acatou a censura, avisando que o evento � “festival plural, onde todos s�o bem-vindos e est�o representados”.
 
Este ano, o evento foi declarado patrim�nio cultural da cidade do Rio de Janeiro durante a abertura de sua 40ª edi��o, na sexta-feira (1/9), no Riocentro, onde ficar� em cartaz at� o pr�ximo dia 10.

De olho na inova��o

“A Bienal, al�m de ser um grande festival de literatura, cultura e entretenimento, � polo propulsor das inova��es, do que vem acontecendo no mundo e no mercado editorial”, ressalta Tatiana Zaccaro, diretora da GL Events Exhibitions, realizadora do evento em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

“A gente est� sempre inovando e isso tem trazido resultados. Afinal, foram 20 mil pessoas � nossa primeira edi��o, h� 40 anos, realizada no Copacabana Palace. Hoje, ocupamos todo o Riocentro, esperando receber pelo menos 600 mil pessoas”, afirma Tatiana.
 
Integrantes da Portela  levaram samba para o palco

Integrantes da Portela, que dedicar� seu pr�ximo desfile ao livro "Um defeito de cor", levaram samba para o palco

Bienal do Livro do Rio de Janeiro/divulga��o
 

Para atender tanta gente, foram mobilizados cerca de 500 expositores (entre editoras e plataformas digitais, como Amazon Kindle e Tik Tok), al�m de 380 autores e personalidades que participar�o de debates.

A diversidade se refletiu na solenidade de abertura. Subiram ao palco a escritora Thalita Rebou�as, P�tala e Isa Souza – a Afrofuturas, dupla de influenciadoras liter�rias e apresentadoras –, o criador de conte�do digital Fab�o, o violoncelista Federico Puppi e a bateria da escola de samba Portela.

O Pr�mio Jos� Olympio foi entregue ao Programa Nacional do Livro Did�tico. A escritora mineira Ana Maria Gon�alves, autora do cl�ssico “Um defeito de cor” (2006), ganhou homenagem. Este romance ser� tema do desfile da Portela no carnaval de 2024.
 
 Ana Maria Gonçalves, autora do romance  'Um defeito de cor', foi homenageada

A mineira Ana Maria Gon�alves, autora do romance "Um defeito de cor", foi homenageada

Bienal do Livro do Rio de Janeiro/divulga��o
 

Quadrinhos e literatura

A mesa mais esperada recebeu o quadrinista Mauricio de Sousa, que recebeu pequena homenagem devido aos 60 anos da estreia da personagem M�nica, comemorados este m�s.
 
A r�plica em grandes dimens�es do Sans�o, o famoso coelhinho de pel�cia da dentu�a mais querida do Brasil, recepciona o p�blico na entrada do Riocentro. Crian�as ganharam chap�u com orelhinhas de coelho.

Mauricio de Sousa defendeu que hist�rias em quadrinhos s�o, sim, literatura, e contou como M�nica surgiu. Falou sobre seu processo criativo e as caracter�sticas da HQ.
 

O primeiro dia da Bienal destacou tamb�m o “botequim liter�rio” do escritor Luiz Antonio Simas, historiador, especialista em cultura afro-brasileira e compositor. Ele conversou, entre um copo e outro de chope, com os autores Marcelo Moutinho, Alberto Mussa e Bruna Beber.
 
Thalita Rebouças, autora de vários best-sellers, e a dupla Afrofuturas na Bienal do Livro do Rio

Thalita Rebou�as, autora de v�rios best-sellers, e a dupla Afrofuturas representam a for�a da mulher e do negro na literatura brasileira

Bienal do Livro do Rio de Janeiro/divulga��o
 

Pr�mio Amazon

Outro destaque foi o lan�amento do Pr�mio Amazon de Literatura Jovem. Realizado pela plataforma em parceria com a editora HarperCollins, contemplar� jovens escritores que publicarem obras no Kindle.
 
O prazo de inscri��es vai at� 31 de dezembro, no site da Amazon. O vencedor receber� R$ 35 mil – desse total, R$ 10 mil em adiantamento de royalties da HarperCollins.

Os autores Ruy Castro, Thalita Rebou�as, Mauricio de Sousa, Ana Maria Machado e Clara Alves lembraram epis�dios do evento marcantes para eles, na mesa “40 anos de Bienal: Uma celebra��o”.

“Nossa ideia foi pensar no agora, mas de olho no futuro”, diz Mateus Baldi, que divide a curadoria da Bienal com Clara Alves e Stephanie Borges. “Por isso, nos preocupamos em trazer autores consagrados, mas tamb�m novas apostas, pessoas que a gente queria que tivessem contato com o p�blico”, emenda.

A lista de nomes que n�o chegam a ser associados diretamente � literatura re�ne os artistas Vera Holtz, Claudia Abreu, Klara Castanho, Alice Braga, Daniel Rezende e Ingrid Guimar�es.

No grupo dos escritores consagrados est�o Carla Madeira, Valter Hugo M�e, Concei��o Evaristo, L�zaro Ramos, Mauricio de Sousa, A�lton Krenak, Ana Maria Machado, Eliane Brum e Itamar Vieira Jr, entre outros.
 

'Nos preocupamos em trazer autores consagrados, mas tamb�m novas apostas, pessoas que a gente queria que tivessem contato com o p�blico'

Mateus Baldi, curador

 

“Isca” pop

A estrat�gia parece clara: usar personalidades pop – do universo liter�rio ou fora dele – para atrair p�blico. No entanto, Tatiana Zaccaro garante que n�o � assim.
 
“N�o vejo isso como estrat�gia. Muitas personalidades t�m rela��o muito forte com o livro. A�, elas acabam estando com a gente invariavelmente. Algumas dessas pessoas escreveram livros, outras s�o muito f�s desse universo e fazem quest�o de estar aqui”, afirma a diretora da GL Events Exhibitions, realizadora da Bienal.

“A gente trabalha com um grupo bem-selecionado de curadores, nossos superparceiros, para montarmos programa��o diversa, inclusiva, que aborde temas para todas as faixas et�rias. Ent�o, aqui tem coisa para quem gosta de poesia, de romance policial, de literatura young adult… Tem para todos os gostos”, destaca.

O curador Mateus Baldi observa que tudo foi pensado para que estejam representadas todas as faces do mercado editorial e da sociedade.

“Basta voc� andar no Riocentro para ver que as editoras est�o contemplando o m�ximo de gostos e interesses. Vejo isso de maneira muito positiva. � uma alegria, realmente. Ser�o 10 dias de celebra��o do livro e de tudo em que a gente acredita”, conclui Baldi.

40ª BIENAL DO LIVRO DO RIO DE JANEIRO

At� 10 de setembro, no Riocentro (Avenida Salvador Allende, Barra da Tijuca), na capital fluminense. De segunda a sexta, das 9h �s 21h; s�bados e domingos, das 10h �s 22h. No feriado de 7 de setembro, funcionar� das 9h �s 22h. A entrada custa R$ 39 (inteira) e R$ 19,50 (meia). Informa��es no site.

* O rep�rter viajou a convite da Amazon