Mulheres escolhem trabalhar com cozinha para ter mais tempo com os filhos

Uma executiva que viajava o mundo inteiro e passava longos per�odos fora de casa. Uma professora de curso preparat�rio para concurso p�blico que trabalhava de manh�, de tarde, de noite e nos fins de semana. M�es que constru�ram uma carreira s�lida, mas n�o tinham tempo para os filhos. O que estas duas mulheres t�m em comum? Ambas escolheram trabalhar na cozinha, como chef e confeiteira, respectivamente, para viver integralmente a maternidade.

Carolina Machado, da Confraria da Carol, � formada em com�rcio exterior. Estava feliz e realizada com o emprego dos sonhos (para quem tem esp�rito aventureiro como ela), mas tudo mudou com a chegada de Sofia. “Faltando um m�s para o primeiro anivers�rio dela, comecei a reavaliar o caminho que estava seguindo. Ser m�e era um sonho e sentia falta de estar mais presente”, conta.

 

A executiva sempre gostou de cozinhar e reunir pessoas ao redor da mesa. Incentivada por uma vizinha, que sentia o cheiro da sua comida de longe, ela arriscou dar sua primeira aula. Dividiu-se entre gastronomia e com�rcio exterior at� chegar ao seu limite. “Queria muito acompanhar o primeiro dia de aula da minha filha, mas meu chefe n�o me liberou. De supet�o, sa� do trabalho e nunca mais voltei. A� tive que assumir a gastronomia como minha profiss�o.”

A partir daquele dia, Carol conseguiu levar uma vida de m�e de verdade. As manh�s s�o sempre com Sofia, que hoje tem oito anos, e ela tem a chance de acompanhar de perto o seu desenvolvimento. “Sou grata � cozinha, n�o s� por me proporcionar outra carreira, mas, o que � mais importante, ser uma m�e presente, que participa do dia a dia da filha e pode ser parte fundamental da sua educa��o.” Os encontros da Confraria da Carol, que no momento s�o apenas on-line, ficam restritos ao hor�rio da noite.

A maternidade ajudou Carol a encontrar seu estilo na cozinha. Os pratos, mesmo os mais sofisticados, s�o f�ceis de fazer. “O fato de ensinar receitas pr�ticas � consequ�ncia do que vivo dentro de casa com a minha filha. Nunca tive bab�, ent�o n�o tenho tempo de fazer algo extremamente complicado.” Semanas atr�s, ela mostrou como se faz o cl�ssico franc�s boeuf bourguignon em 40 minutos. D� para cortar caminho sem perder qualidade. Um dos segredos est� em usar cubos de fil�.

 

 

Alguns pratos s�o inspirados em Sofia. O cuscuz marroquino, por exemplo, surgiu da experi�ncia de fazer com que a filha comesse melhor. “� uma receita ultra simples, que fa�o direto em casa, fica pronta muito r�pido e d� para cozinhar com ela sem estar na boca do fog�o. Al�m disso, consigo colocar legumes diferentes, como cenoura e aspargo, que ela jamais comeria se servisse de outro jeito.” Para os alunos, a sugest�o era servir com papilote de salm�o.

 

Toda crian�a gosta de batata, n�o � mesmo? Carol foge da vers�o frita com um prato que conquistou a filha: nhoque de batata doce roxa, que chama a aten��o pela cor, acompanhado de fonduta de queijo e picadinho de fil�. Sabores muito f�ceis de agradar. Muito apaixonada por macarr�o, Sofia acaba estimulando a m�e a pensar em receitas diferentes com massa. Entre eles, o fettuccine com tomate e alcachofra fresca, que acompanha saltimbocca de fil�-mignon su�no.

 

O Dia das M�es de Carol tem sabor especial. Este ano ela n�o queria passar o domingo trabalhando e ontem j� entregou todas as encomendas. Vai almo�ar com a m�e, que j� est� vacinada, e a filha. “Mais do que nunca, estamos dando valor para qualquer momento que temos juntos. Tenho a sensa��o de que as pessoas est�o muito mais conscientes de aproveitar cada oportunidade. Eu vou me dar ao luxo de encontrar a minha m�e porque ela est� vacinada”, comemora.

 

 

Formada em direito, Caroline Mesquita, da Bolos da Caroll, trabalhava tanto dando aulas em curso preparat�rio para concurso p�blico que tinha muito pouco tempo com as filhas. O desejo de ter uma rotina menos estressante acabou impulsionado pela maternidade. “Optei por trabalhar em casa, s� com encomendas, para ter mais qualidade de vida junto com as minhas filhas. Ter alcan�ado isso de seis anos para c� me deixa muito feliz.”

 

 

O espa�o onde Carol faz bolos e doces fica no terceiro andar de casa, o que permite que ela esteja sempre presente e ainda mais pr�xima de Camila, de 17 anos, e Ana Luiza, de 12. As tr�s almo�am e jantam juntas todos os dias. A mais nova, desde o in�cio da pandemia, estuda ao lado da m�e na cozinha. “Cozinhar me aproximou das minhas filhas. Constru� uma amizade com elas que, se n�o estivesse na cozinha, n�o teria conseguido”, comenta.

 

O que Carol n�o imaginava � que tamb�m ganharia uma parceira nos neg�cios. Percebendo falhas na parte financeira, Camila tomou a iniciativa de ajudar a m�e e faz curso t�cnico em administra��o de empresas. Ela ainda atende clientes, grava lives e produz todas as bases para as receitas. “Trouxe a minha filha para mais perto do meu mundo e ela � literalmente meu bra�o direito. Al�m de ajudar no crescimento no nosso neg�cio, isso desenvolve nela um senso de responsabilidade muito grande.”

 

Hoje a confeiteira pensa nos seus produtos com outros olhos por causa da filha mais velha. Direciona suas vendas tamb�m para o p�blico mais jovem, o que n�o considerava antes. Segundo Carol, as trocas s�o muito intensas e ela est� sempre disposta a aprender. “Ela tem um olhar est�tico diferente, um impulso de romper padr�es, � mais aberta ao novo. Posso n�o aceitar, mas ela me faz pensar.” Camila � a primeira a provar os testes e ajuda definir o que vai entrar no card�pio.

 

 

Os brigadeiros s�o uma homenagem �s filhas, por serem os doces que elas mais gostam e a primeira receita que aprenderam a fazer. “Na �poca em que elas eram pequenas, sempre faz�amos brigadeiro e nos sent�vamos para ver filmes. Quando fui fazer o meu card�pio, pensei nessa afetividade que o brigadeiro tem, � um doce que nunca vou deixar de fazer”, avisa, lembrando que o mais importante na vida s�o as rela��es familiares. Neste Dia das M�es, ela pede de presente vacina para todos.

 

Fugindo do tradicional, Carol desenvolveu um brigadeiro branco com cumaru. Inspirado no creme brul�e, o doce tamb�m tem aquela casquinha de a��car ma�aricado por cima, mas a receita leva a especiaria da Amaz�nia, no lugar da baunilha de Madagascar. Este � campe�o de vendas e unanimidade em casa. Outro diferent�o que agrada clientes e fam�lia tem chocolate meio amargo por fora e recheio de doce de leite de ovelha. Entre os bolos, os preferidos das filhas s�o chocolate intenso e red velvet. 

 

4 fil�s de salm�o (ou robalo) de 150 g cada; azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto; folhas de manjeric�o; 1 cebolas roxa cortada em 4; gengibre ralado; 8 tomatinhos (grape ou cereja); 2 lim�es siciliano; 2 x�caras de cuscuz; 1 x�cara de �gua quente; 1 colher de azeite; aspargos frescos finamente picados; sal e pimenta-do-reino; 2 laranjas-bahia; folhas de manjeric�o; sal e pimenta-do-reino; azeite

Corte os lim�es ao meio e grelhe-os rapidamente em um frigideira quente. Este processo ajuda a intensificar seu sabor, j� que os olhos essenciais da fruta s�o ativados no calor. Prepare os papilotes com papel-alum�nio e dobre as laterais, formando um pacote. Unte o interior com azeite. Tempere os fil�s de peixe com sal e pimenta-do-reino e coloque-os dentro dos pacotes. Em seguida, divida a cebola, o gengibre, o manjeric�o e os tomatinhos entre eles, formando camadas nos pacotinhos. Regue com mais um fio de azeite. Dobre at� o pacote ficar bem vedado e leve ao forno pr�-aquecido por cerca de 12 minutos. Coloque o cuscuz em um recipiente fundo (bowl) e cubra-o com a �gua quente. Deixe descansar por 5 minutos.? Em uma panela, esquente o azeite e refogue junte os aspargos. Junte o cuscuz j� hidratado, misture bem e acerte o sal e a pimenta-do-reino. Descasque as laranjas e corte os gomos sobre um prato fundo. Esprema o baga�o para obter um pouco de caldo. Tempere com sal, pimenta-do-reino e azeite. Acrescente folhas de manjeric�o e sirva acompanhando o peixe e o cuscuz.