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Estado de Minas DI�RIO DE RECEITAS

Banqueteira sugere em livro menus completos para cada m�s do ano

Andr�a Matos � economista, trabalha com projetos culturais e ama cozinhar. Na obra, ela re�ne o que aprendeu com a av�, a m�e e em viagens pelo mundo


24/07/2022 04:00 - atualizado 24/07/2022 09:38

banqueteira
Com o livro, a banqueteira Andr�a de Magalh�es Matos quer incentivar os leitores a irem para a cozinha (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o)


Rua Felipe dos Santos, entre Rio de Janeiro e S�o Paulo, Bairro Lourdes, Belo Horizonte. A casa da d�cada de 1930 no estilo art d�co j� n�o existe mais, embora continue muito presente nas mem�rias de Andr�a de Magalh�es Matos. Ali nasceu toda a tradi��o culin�ria que atravessa gera��es da sua fam�lia e que agora est� eternizada no livro “� mesa com Clarita e Cidinha”. Atrav�s das receitas, a autora relembra sabores e momentos especiais ao redor da mesa.
 
Clarita era o apelido de Maria Clara, a dona da casa em quest�o e av� de Andr�a. A neta primog�nita tomou gosto pelas panelas e aprendeu a cozinhar com ela. Lembra de brincar no fog�ozinho a lenha que ficava no quintal. “A minha av� era uma �tima cozinheira. Fazia doces, salgados, comida mineira para o dia a dia e pratos de diversas nacionalidades”, conta. O seu av�, Francisco de Assis, que era cientista, viajava muito e sempre voltava com receitas de fora.
 
Andr�a � economista e trabalha com projetos culturais. Curiosamente, gosta de n�meros o mesmo tanto que gosta de arte. Em paralelo, nutriu o seu amor pela cozinha, seguindo o exemplo da av� e da m�e, Cidinha, tamb�m citada no t�tulo do livro. “N�o vou usar de falsa mod�stia, tenho habilidade na cozinha e gosto de receber amigos e familiares na minha casa, em torno da mesa”, diz a cozinheira, tamb�m conhecida como banqueteira.
 
A pandemia acelerou a elabora��o do livro, que j� estava nos planos de Andr�a h� dez anos. Isolada em casa, ela teve tempo de escrever e testar as receitas. Como se acostumou a fazer tudo no olho, padronizou as medidas em x�caras, copos e colheres, imaginando que nem todos t�m balan�a em casa. Para que o isolamento passasse mais r�pido, voltou a desenhar e criou a maioria das ilustra��es da obra.
 
livro a mesa com clarita e cidinha
Al�m de testar e escrever as receitas, a autora assina a maior parte das ilustra��es (foto: Israel Crispim Jr/Divulga��o)


“Primeiro pensei em registrar uma mem�ria, que passou da minha av� para a minha m�e e para mim. O meu filho j� cozinha e espero que os meus netos sigam o mesmo caminho.” Depois ela achou que seria interessante compartilhar receitas (os amigos sempre pedem). Seu objetivo tamb�m � incentivar as pessoas a irem para a cozinha, mostrando que n�o h� nada t�o complicado quanto possa parecer.
 
Este n�o � um livro comum de receitas. Andr�a sugere menus completos (com entrada, prato principal e sobremesa), em vez de listar os pratos por categorias ou ordem alfab�tica. “Pensei em quem tem dificuldade de saber o que combina com o qu�”, justifica. No fim, um cap�tulo destaca preparos b�sicos, como molhos, refogados e cremes doces.
 
Outro detalhe curioso � que os menus s�o divididos pelos meses, seguindo as esta��es do ano. Assim, a autora incentiva o uso de ingredientes mais frescos e indica comidas mais apropriadas para cada �poca. Por exemplo: pratos para comer de frente para o mar no ver�o e temporada de sopas no inverno.

Datas comemorativas

Al�m disso, h� sugest�es que se relacionam com datas comemorativas. Em outubro, hamb�rguer e brigadeiro para as crian�as. Os festejos juninos s�o regados a vaca atolada e cocada, enquanto tender com molho de frutas grelhadas e pudim de nozes surgem como ideias para a ceia de Natal.
 
A maioria das receitas s�o para 10 pessoas. Andr�a admite ser exagerada na hora de cozinhar (at� porque a fam�lia � grande), mas ela tamb�m acha que esse n�mero facilita o trabalho. “Almo�o de domingo � sempre aqui em casa e cozinho para pelo menos 20 pessoas. Mesmo no dia a dia, prefiro cozinhar a mais. Congelo e j� deixo tudo pronto”, explica.

 

 bolo de Natal
O bolo de Natal � uma das receitas sugeridas para uma tarde de ch� no m�s de dezembro (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o)
A comida mineira, representada, por exemplo, pelo frango ao molho pardo com angu e couve rasgada e lombo assado com tutu de feij�o, abacaxi e batata-doce, tem sabor de casa de v�. Dona Clarita tamb�m � lembrada pelos pratos franceses (cassoulet, bouef borguignon e coq au vin), doces (creme de am�ndoas e bolo de nozes com baba de mo�a) e quitandas. Filha de brit�nico, a av� de Andr�a herdou a tradi��o de servir o ch� das cinco.

 
J� peixe e frutos do mar eram comuns nos card�pios de fim de semana da casa da sua m�e. Cidinha criou uma vers�o amineirada do vatap� baiano. Os sabores s�o at� parecidos, porque ela inclui azeite de dend�, leite de coco, castanha de caju, amendoim, coentro e pimenta dedo-de-mo�a. A diferen�a est� em usar peixe e camar�o frescos, em vez dos secos. Assim o prato fica muito mais caldoso.
 
As p�ginas do livro tamb�m s�o preenchidas com viv�ncias da pr�pria autora, que j� morou no Iraque e rodou a Europa. L� ela aprendeu a fazer massa fresca (montou uma temporada de massas com receitas como lasanha de rabada e macarr�o com molho mediterr�neo). Vem de Portugal o bacalhau com broas, assim como o arroz de pato, que ela aprendeu a apreciar em viagens com o marido, M�rio.
 
A feijoada � um dos pratos mais aclamados de Andr�a. Segundo ela, o segredo est� em cozinhar o feij�o com caldo de vegetais em panela comum, para “ele me falar em qual hora est� pronto”. Seus bolos tamb�m s�o muito apreciados. Nesse caso, o truque � adicionar uma dose de bebida alco�lica para dar uma alegrada na receita. At� no bolo de fub� ela gosta de colocar licor de laranja.

Servi�o

Informa��es sobre o livro no  telefone (31) 99957-3513 

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