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Estado de Minas GASTRONOMIA

Entenda o que � o vinho 'reservado', o tipo mais comum nos supermercados

O 'reservado' � um vinho bom? Ruim? Pre�os costumam ser atraentes em rela��o a outros tipos dessa que � uma das bebidas alco�licas mais antigas da civiliza��o


27/07/2023 02:05 - atualizado 05/08/2023 18:44
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Rótulo de garrafa de vinho com a palavra 'reservado'
Palavra costuma vir em destaque nos r�tulos (foto: Divulga��o)
Das mercearias mais populares �s adegas dos mais supermercados mais refinados, os vinhos "reservados" est�o sempre presentes, com seus pre�o atraentes e uma experi�ncia at� bastante agrad�vel para quem s� quer uma tacinha para acompanhar o jantar. N�o � toa, segundo a Nielsen, o Reservado da vin�cola chilena Concha y Toro est� entre os r�tulos importados mais vendido do pa�s.

Mas n�o � s� a Concha y Toro que tem vinhos reservados. Outras vin�colas chilenas populares no Brasil, como Santa Helena e Santa Carolina, e at� mesmo vin�colas nacionais tamb�m tem o "reservado" em seu portf�lio. Mas o que, afinal significa essa express�o? Vinho reservado � ruim? � bom?

O vinho reservado nada mais � do que um vinho jovem, que foi da produ��o direto para as garrafas, sem passar por nenhum processo de descanso ou envelhecimento em barricas de madeira, por exemplo. "Isso n�o significa que ele � ruim. Apenas que ele � menos complexo do que um vinho envelhecido", explica Ricardo Morari, presidente da Associa��o Brasileira de Enologia.

 

Sem tempo de armazenagem, a produ��o desses vinhos fica mais barata, fazendo deles um produto "de entrada", os mais em conta que as vin�colas conseguem fazer. Os chilenos e argentinos perceberam o Brasil como um importante mercado para esse tipo de vinho, mas faltava neles algum elemento distintivo de qualidade que fisgasse o brasileiro de vez. Foi ent�o que eles criaram o termo "reservado".

"Nossos vizinhos chilenos e argentinos passaram a chamar os vinhos jovens de 'reservado' para dar a eles um ar mais sofisticado, posicionando-os como uma categoria diferente e at� superior", explica Morari. "Mas essa classifica��o nem obrigat�ria �. Um produtor pode engarrafar um vinho fino sem classific�-lo de nenhuma forma. Mas a maior parte das vin�colas acabam usando essas classifica��es porque elas ajudam a vender mais."

Ap�s protestos de produtores brasileiros que se sentiram em desvantagem em rela��o aos chilenos e argentinos, em 2018 o Minist�rio da Agricultura brasileiro publicou uma instru��o normativa que padronizou as nomenclaturas que podem ser utilizadas nos vinhos vendidos no pa�s:

**- Vinho reservado:** vinho jovem pronto para consumo, com gradua��o alco�lica m�nima de 10%;

**- Vinho reserva:** vinho com gradua��o alco�lica m�nima de 11% envelhecido por pelo menos 12 meses (para tintos) ou 6 meses (para brancos e ros�s) em qualquer tipo de recipiente;

**- Vinho gran reserva:** vinho com gradua��o alco�lica m�nima de 11%, envelhecido por pelo menos 18 meses (para tintos) ou 12 meses (para brancos), necessariamente em recipientes de madeira.

 

Vale lembrar que essa classifica��o se aplica apenas aos vinhos finos e nobres, que s�o aqueles produzidos com uvas europeias -como a Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Chardonnay, etc. Os vinhos produzidos com outras uvas, como Cata�ba ou Ni�gar, pertencem a outra categoria, a dos "vinhos de mesa", que apesar de serem considerados inferiores, t�m ganhado respeito e espa�o no mercado.

Dos cinco melhores vinhos brasileiros reconhecidos no International Wine and Spirits Competition, uma das mais importantes competi��es do g�nero no mundo, apenas dois passaram por envelhecimento e ganharam o selo "reserva" ou "gran reserva". Todos os outros, incluindo o melhor deles, � um vinho jovem, da safra de 2022, e custa R$74 - veja a lista completa aqui.

Da pr�xima vez que for escolher um vinho, lembre-se: pode escolher o reservado sem medo. A �nica diferen�a � que, por n�o ser envelhecido, ele � menos elaborado e complexo que os vinhos mais nobres e caros.

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