Na mesma semana em que o ministro da Educa��o, Milton Ribeiro, criticou a presen�a de crian�as deficientes em salas de aula, a Pesquisa Nacional de Sa�de (PNS), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geograifa e Estat�stica (IBGE), revelou o tamanho da lacuna educacional desse contingente da popula��o brasileira.
Segundo o estudo divulgado, nesta quinta-feira (26/8), 67% da popula��o com alguma defici�ncia n�o tinham instru��o alguma ou tinham apenas o ensino fundamental incompleto. Entre as pessoas sem defici�ncias, esse porcentual � de 30%. Na ter�a-feira, 24, em entrevista concedida � r�dio Jovem Pan, o ministro afirmou "n�s n�o queremos o inclusivismo" e defendeu a separa��o dos alunos com defici�ncia.
Na mesma ter�a-feira, foram abertas as Paralimp�adas de T�quio, um dos mais emblem�ticos exemplos mundiais de inclus�o de pessoas com defici�ncia. E embora os atletas brasileiros tenham bom desempenho nos jogos, a PNS mostrou que a realidade cotidiana do pa�s � bem mais dura.
A pesquisa revela que o d�ficit educacional desse contingente da popula��o se reflete diretamente no mercado de trabalho. Apenas 28% das pessoas com defici�ncia e em idade de trabalhar estavam na for�a de trabalho (que inclui os ocupados e os que est�o buscando emprego), contra 66% daquelas sem defici�ncia.
"Esta menor participa��o na for�a de trabalho ocorre em todas as grandes regi�es do Pa�s, mas � ainda mais acentuada nas regi�es Sul e Sudeste", afirmou a pesquisadora do IBGE Ma�ra Lenzi, que apresentou os resultados.
Segundo o IBGE, os brasileiros com alguma defici�ncia somam 17,3 milh�es de pessoas ou 8,4% da popula��o em geral. Cerca de 3% tinham defici�ncia visual; 1% apresentavam defici�ncia auditiva (sendo que apenas a minoria dominava a L�ngua Brasileira de Sinais); e outros 1% tinham defici�ncia mental. Cerca de 3% apresentavam defici�ncia f�sica dos membros inferiores e outros 2% dos membros superiores.