
Ao se referir ao 7 de setembro, � prov�vel, automaticamente, se lembrar do grito "Independ�ncia ou morte”, proferido por D. Pedro I � beira do rio Ipiranga. O fato inclusive abre o Hino Nacional e foi gravado na mem�ria dos estudantes pela pintura de Pedro Am�rico que leva a frase do imperador como t�tulo.
Gra�as ao apagamento hist�rico e sistem�tico das mulheres ao longo da hist�ria do Brasil, especialmente na pol�tica, muitos ignoram o fato de que a assinatura do documento que declarava a independ�ncia ocorreu no dia 2 de setembro de 1822 por Maria Leopoldina, chegando ao conhecimento de seu marido apenas cinco dias depois, imortalizando a data 7 de setembro.

Na �poca, o governo enfrentava grande instabilidade devido aos abusos que a coroa portuguesa infligia na ent�o col�nia, com altas nos impostos e envio de tropas ao Brasil, gerando insatisfa��o na popula��o, em especial a classe comerciante e agr�ria.
Em uma tentativa de apaziguar os �nimos dos brasileiros, Pedro de Alc�ntara partiu em viagem � S�o Paulo, deixando Maria Leopoldina no Pal�cio Imperial como regente interina. Ao receber uma ordem expressa da Coroa Portuguesa exigindo o retorno imediato de Dom Pedro a Portugal, Leopoldina junto a um Conselho de Ministros declarou a independ�ncia do Brasil que posteriormente foi ratificada pelo regente.

H� um movimento que vem ganhando for�a para resgatar os demais pontos de vista dos acontecimentos hist�ricos e question�-los. H� rea��o de quem defende os valores patriarcais numa tentativa de manter a invisibilidade n�o apenas das mulheres mas tamb�m de negros, indigenas e demais minorias.
MULHERES NA POL�TICA BRASILEIRA
N�o foi apenas Maria Leopoldina que teve os feitos postos de lado na hist�ria oficialmente ensinada nas escolas brasileiras. Assim como em outras partes do mundo, as mulheres costumam ser colocados no papel de m�es, esposas ou filhas. S�o pap�is importantes, no entanto, elas tamb�m tiveram protagonismo na pol�tica brasileira.
Em 1928, quatro anos antes da conquista do direito ao voto pelas mulheres no Brasil, Alzira Soriano n�o apenas votou como foi a primeira mulher eleita prefeita de uma cidade brasileira. Aos 32 anos venceu as elei��es municipais da cidade de Lages, no Rio Grande do Norte.

Bertha Lutz, foi a segunda mulher a ocupar um cargo p�blico no Brasil e lutou ferozmente pelo direito ao voto, conquistado em 1932 no governo de Get�lio Vargas, e pela emancipa��o das mulheres brasileiras. Bertha tamb�m foi respons�vel pela cria��o da Liga para a Emancipa��o Intelectual da Mulher, da Uni�o Universit�ria Feminina e da Liga Eleitoral Independente. Em 1975 foi convidada a fazer parte da delega��o brasileira no primeiro Congresso Internacional da Mulher.

Almerinda Farias, natural de Macei�, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1929 aos 30 anos para ingressar na luta feminista. Formada em advocacia, foi uma das primeiras mulheres negras a atuar na pol�tica brasileira e, junto com Carlota Pereira de Queir�s, a primeira deputada federal do Brasil e da Am�rica Latina, foram as �nicas mulheres a participar da Assembl�ia Nacional Constituinte de 1933. Em 2016 a prefeitura de S�o Paulo criou o Pr�mio Almerinda Farias Gama, que premia iniciativas com foco na popula��o negra.

Benedita da Silva Souza Sampaio foi a primeira mulher negra eleita senadora do Brasil em 1995. Feminista e ativista do Movimento Negro, Benedita al�m de senadora foi vereadora, vice-governadora e governadora do Rio de Janeiro entre 1999 e 2002 e atualmente � deputada federal pelo Rio de Janeiro.
Em 2011, Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da pol�tica brasileira e exerceu o cargo de presidenta do Brasil at� seu impeachment em 2016.
Segundo o site do Governo Federal, a participa��o das mulheres na pol�tica bateu recorde nas �ltimas elei��es. Apesar disso, ainda h� um longo caminho a ser percorrido para equiparar a representa��o feminina na pol�tica em rela��o aos homens, que ainda s�o presen�a majorit�ria em todas as esferas de poder.
*estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz