No domingo (29/08) ser� comemorado o Dia da Visibilidade L�sbica. Belo Horizonte receber� eventos para a celebra��o da data. O Sapat�o no Guid�o - Pedalada pela visibilidade l�sbica � organizado pela Caminhada das L�sbicas e Bissexuais de BH e pela Ter�a das Manas, coletivo feminista de mulheres ciclistas. A concentra��o est� marcada para 15h na Pra�a do Ciclista, na Avenida Caranda�, 331, no Bairro Funcion�rios, na Regi�o Centro-sul.
Segundo levantamento do N�cleo de Inclus�o Social (NIS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), somente entre os anos de 2014 a 2017, 126 mulheres foram mortas por serem l�sbicas e 55% destas foram por n�o apresentarem comportamentos considerados femininos.
Dados do Minist�rio da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos coletados entre 2000 e 2017 revelam que os homic�dios de mulheres l�sbicas saltou de dois para 54 por ano, sendo que 83% destes foram cometidos por homens.
O Dia da visibilidade l�sbica faz refer�ncia ao 1º Semin�rio Nacional de L�sbicas (SENALE) com o tema “Visibilidade, Sa�de e Organiza��o”, realizado em 1996. O evento teve como objetivo promover a uni�o das mulheres l�sbicas e o debate sobre sexualidade, direitos e pol�ticas p�blicas.
O Sapat�o no Guid�o tem o objetivo de celebrar o movimento l�sbico, estabelecer redes e criar um ambiente alegre de socializa��o entre as mulheres. Na edi��o deste ano a caminhada ser� substitu�da pela pedalada, para garantir o distanciamento social necess�rio devido � pandemia de COVID-19. � obrigat�rio o uso de m�scara pelas ciclistas.
Lara Sousa, que organiza a Caminhada desde 2018 e � integrante da Ter�as das Manas, tem orgulho em se declarar sapatona. "Quando a Caminhada, ao longo desses 17 anos, ocupa as ruas com um monte de sapat�o, � pra falar que n�s existimos, que n�s queremos ter seguran�a, que a gente quer andar ruas, que a gente quer poder trabalhar e ter nossos corpos e nossas express�es respeitadas".
Como a��o complementar ao evento "Sapat�o no Guid�o" a Caminhada das L�sbicas e Bissexuais de BH presenteou a cidade de Jequitionha com o primeiro outdoor sobre a visibilidade l�sbica que se tem registro no Brasil, com a mensagem "Um dia sem l�sbicas � como um dia sem Sol".
A arte foi feita por Alessandra Alixandrinho, companheira da Caminhada das L�sbicas e Bissexuais, como uma releitura de faixa ic�nica na Parada pela Liberdade Gay de S�o Francisco (EUA), em 1979. O outdoor teve grande receptividade na cidade.
Outro importante evento, que acontece ente os dias 26 e 29 de Agosto, � a 3ª edi��o da M.A.L. (Mostra de Arte L�sbica). Em 2019 a mostra fez parte do programa da Virada Cultural com evento no Parque Municipal, e esse ano realiza uma vers�o online e transmitida pelo YouTube. A mostra apresenta diversas express�es art�sticas como audiovisual e artes pl�sticas vem com a curadoria de Jessica Marroques, l�sbica, cineasta, artista visual e pesquisadora.
Lutas e conquistas
Ao longo dos anos, o movimento LGBTQIA%2b conquistou muitos direitos para a comunidade l�sbica, como o casamento no civil, amparo legal no processo de reprodu��o assistida e a equipara��o do crime de LGBTfobia � ao crime de Racismo, pela Lei 7.716/1989, e aguarda a formula��o de uma legisla��o espec�fica.
Apesar das conquistas, as mulheres l�sbicas ainda sofrem com a lesbofobia e a tentativa de deslegitima��o de sua sexualidade e afetividades. Al�m disso, em uma sociedade em a mulher tem pouco espa�o em debates, as l�sbicas tamb�m sofrem por serem invisibilizadas pela sociedade, e at� mesmo no meio LGBTQIA%2b devido � constru��o social que valoriza a figura masculina em detrimento da feminina.
Os movimentos e eventos voltados para esse p�blico explicitam a exist�ncia das l�sbicas, n�o apenas dentro do tema diversidade, mas para falar de suas vidas, expans�o de seus direitos, respeito e dignidade dentro de suas especificidades. "As mulheres, quando se encontram, elas s�o adubos de si e permeiam o solo para que outros coletivos e outras rela��es brotem. Ent�o quando a gente se encontra � uma primavera. Eu gosto muito de ter essa figura na minha mente porque d� um horizonte de esperan�a, de florir. Que � o que todos desejamos", declara Lara.