
Uma das festas mais importantes da cultura afo-mineira, o candombe ser� realizado no Quilombo do A�ude, em Jaboticatubas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, no pr�ximo s�bado (11/09). No entanto, a festa ser� fechada para o p�blico pelo segundo ano consecutivo devido � pandemia da COVID-19.

A comunidade far� o festejo apenas entre as pessoas da fam�lia como uma medida sanit�ria para barrar a contamina��o com as novas variantes do novo coronav�rus. A fam�lia de Dona Merc�s, matriarca do quilombo, pede que as pessoas n�o v�o ao local neste momento.
"Vamos festejar o candomb� em louvor � Nossa Senhora do Ros�rio, mas vai ser fechado por causa da pandemia do coronav�rus. Estamos muito preocupados com essa nova variante", afirma Florisbela Santos, uma das filhas da matriarca. No ano passado, a reportagem acompanhou os festejos que tamb�m foram fechados ao p�blico.
Desde a chegada do novo coronav�rus a Minas, a comunidade mant�m as medidas de isolamento social para garantir a sa�de de todos em especial dos mais velhos. Como determina��o do Plano Nacional de Imuniza��o, os moradores foram vacinados com as duas doses. No entanto, as autoridades sanit�rias alertam que, mesmo com a vacina��o, as medidas de isolamento social devem ser mantidas devido ao surgimento de variantes.
O candombe � uma reza em forma de canto. A festa foi retratada na m�sica "Casa aberta" (m�sica de Fl�vio Henrique e letra de Chico Amaral), interpretada por Milton Nascimento no disco Piet�: "Na casa aberta/� noite de festa/Dan�am Geralda, Helena, Flor/Na beira do rio/Escuto Ramiro/Dona Merc�s toca tambor/Lua luou/Vento ventou/Rio correu pro mar/Foi beijar/As areias de l�..."
Os tambores tocam, enquanto as pessoas cantam e fazem ora��es em uma das festas de muita simbologia. As caixas de percuss�o usadas, denominadas tambu, foram confeccionadas no final do s�culo 19. O candombe � a principal manifesta��o cultural da comunidade e tamb�m um patrim�nio da cultura mineira.
O reconhecimento da comunidade como quilombo chegou em 2004. O local � um espa�o de manuten��o das tradi��es da cultura negra. Na comunidade vivem cerca de 200 fam�lias negras, que mant�m devo��o � Nossa Senhora do Ros�rio.