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Estado de Minas ARTE

Arte perif�rica exp�e mazelas da sociedade contempor�nea

2� Festival Camelo de Arte contempor�nea ocupa os espa�os do Viaduto das Artes no Barreiro


20/10/2021 11:31 - atualizado 20/10/2021 13:21

A artista Laryssa Machada segurando um espelho que produz sombra em seu rosto
Laryssa Machada apresenta uma s�rie de fotografias e um v�deo, al�m de ocupar os arredores do Viaduto com alguns lambe-lambes (foto: Divulga��o)

Est� em andamento o 2º Festival Camelo de Arte Contempor�nea, com exposi��es de quatro artistas que, com suas perspectivas distintas, mostram a diversidade da arte contempor�nea e debatem temas presentes na sociedade atual. 

O festival ocupa os mais de 200m² da galeria do Viaduto das Artes, um espa�o cultural idealizado em 2007 por Leandro Gabriel, localizado no viaduto da Avenida Olinto Meireles, no Barreiro. Tanto o festival quanto o espa�o cultural compartilham a mesma vontade de dissemina��o da arte para al�m dos museus tradicionais.

Laryssa Machado, de Salvador, vai apresentar uma s�rie de fotografias e um v�deo, al�m de ocupar os arredores do Viaduto com alguns lambe-lambes.

Marcel Diogo, artista de Contagem, convidou os artistas Estandelau e Will, e juntos eles conceberam a mostra “Exposi��o de pessoas que constantemente s�o abordadas pela pol�cia”, que tem o foco nos artistas que s�o abordados pela pol�cia, questionando a forma��o social atual da comunidade perif�rica e do corpo negro.

Galeria do Viaduto das Artes com %u201CExposição de pessoas que constantemente são abordadas pela polícia'
Instala��o %u201CExposi��o de pessoas que constantemente s�o abordadas pela pol�cia", no Viaduto das Artes


Juliana Oliveira, de Belo Horizonte, vai organizar uma exposi��o de pinturas. “Ela tem uma pintura bel�ssima, onde ela retrata a sua comunidade, as pessoas dessa comunidade e suas dificuldades, criando um universo muito pr�prio dela”, conta Luiz Lemos, curador e idealizador do Festival.

Rafael Ribeiro, que vive entre S�o Paulo e Itamonte (SP), vai apresentar a exposi��o “Ressurg�ncias” com instala��o, v�deo e fotografias. A instala��o ser� criada nos fundos do Viaduto das Artes e � um trabalho em que Rafael cria uma grande estufa de plantio.

“Acho que trazer o trabalho do Rafael neste momento em que se constatam os maiores desmanches de pol�ticas p�blicas de preven��o � muito significativo. Ent�o, h� o interesse de que os trabalhos tamb�m conversem com o nosso contexto social e pol�tico. E n�o s� o trabalho do Rafael possibilita isso, mas os outros tr�s artistas tamb�m est�o sintonizados com essa ideia”, declara Luiz.

O Festival acontece at� o dia 14 de novembro, com curadoria do artista e idealizador Luiz Lemos, da artista e pesquisadora Gabriela Carvalho (Universidade do Porto), do professor e pesquisador Eduardo de Jesus (UFMG) e da artista, professora e pesquisadora Br�gida Campbell (UFMG).

SERVI�O
Visita��o: de 20 de outubro a 14 de novembro 
Local: Viaduto das Artes - Av. Olinto Meireles, 45, Barreiro
2ª, 3ª, 4ª e 6ª-feira: das 10h �s 17h 
5ª-feira: das 13h �s 21h.
Cursos, oficinas e palestras a serem realizados de forma online e gratuita mediante inscri��o no site do Festival: festivalcamelo.com


UM VIADUTO DE POSSIBILIDADES

 

Um viaduto � uma liga��o entre dois pontos no qual o acesso de um para o outro � dificultado de alguma forma. O Viaduto das Artes nasceu com a miss�o de proporcionar acesso � arte e cultura para a comunidade do Barreiro.

Apresentação de malabarismo por uma palhaço para grupo de espectadores sob o Viaduto Olinto Meireles no evento de inauguração do Viaduto das Artes
Evento de inaugura��o do Viaduto das Artes (foto: Vitor Lupianez)

Leandro Gabriel, escultor nascido e criado no Barreiro que idealizou a institui��o, conta: “Isso aqui foi um sonho que ningu�m acreditava. Imagina h� 15 anos voc� falar que vai mudar a realizada de um espa�o de uso de drogas para um espa�o de arte e cultura”, e completa: “A gente acredita que a arte � transformadora n�o s� de lugares, mas de pessoas”.

Atrav�s de muito esfor�o e trabalho em conjunto com a Assist�ncia Social, a Secretaria de Cultura de Belo Horizonte e patroc�nio privado que iniciou o direcionamento da popula��o em situa��o de rua do local. Os que escolheram permanecer, hoje t�m acesso � banheiro e �gua pot�vel, os acolhendo ao inv�s de segregar.

O Viaduto das Artes hoje � um espa�o com cerca de mil metros quadrados que conta com ateli�, biblioteca, sala de oficinas e uma galeria profissional de alto n�vel, climatizada, que j� recebeu grandes exposi��es. Al�m de exposi��es a institui��o oferece oficinas, cursos, palestras, shows e apresenta��es teatrais para a comunidade.

Instalação de violões que pendem do teto da galeria do Viaduto das Artes
Exposi��o Sinfonia em Dor Maior (foto: Daniel Moreira)

Leandro conta que “A gente tenta n�o s� descentralizar a arte trazendo para c�, mas a gente tenta buscar as produ��es que s�o produzidas no Barreiro e leva-las para fora. Porque descentralizar n�o � s� trazer a arte para c�, � levar o artista de c� para outros lugares, outras institui��es de renome”.

O escultor tamb�m acredita na replica��o do projeto em outros espa�os da cidade. “Acho que o mais importante da nossa proposta, para al�m de descentralizar a arte e a cultura, � mostrar que outros viadutos da cidade podem ter o mesmo destino”, declara.

Hoje o Viaduto das Artes est� investindo na constru��o de uma quadra de areia para oferecer aulas de beach tennis, futebol de areia e v�lei de praia para a popula��o do Barreiro e acredita na forma��o de jovens que ao se tornarem tomadores de decis�es, sejam mais humanizados e valorizem a arte, perpetuando projetos como este.


A CASA CAMELO

A Casa Camelo surgiu em 2011 da jun��o de sete amigos, em vias de se formarem na faculdade, pensando nas dificuldades de se inserir no mercado de trabalho das artes. A ideia era proporcionar um espa�o de oportunidades para jovens artistas, formar p�blico e possibilitar que ideias que n�o tivessem sido absorvidas pela l�gica de mercado institucional viessem a ser executadas.

Luiz Lemos, um dos idealizadores da Casa, conta que “Se na minha �poca tivesse uma Casa Camelo, a minha carreira teria o potencial de estar em um outro lugar, eu tinha o potencial de ter realizado coisas e entendido processos de uma maneira mais simples, mais direta, que a gente aprendeu na marra”.

Al�m disso, a Casa prop�e o deslocamento dos centros culturais para a regi�o perif�rica, proporcionando a dissemina��o de arte e cultura por toda a cidade, tornando-a acess�vel a todos os p�blicos.




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