
A prefeitura de Ribeir�o das Neves confirmou, por meio de nota, que recebeu den�ncia contra uma professora da Apae da cidade, por meio do canal da ouvidoria. A suspeita � que a docente tenha cometido um ato descriminat�rio ao sugerir aos alunos que completassem a imagem do cabelo do desenho de um homem negro com bombril.
Segundo a prefeitura, como a institui�ao � filantr�pica, o m�todo de ensino n�o � definido pela Secretaria de Educa��o do munic�pio. "No entanto, mesmo n�o tendo v�nculo direto com os materiais did�ticos utilizados pela institui��o filantr�pica Apae, solicitamos esclarecimentos do ocorrido e estamos aguardando".
No �ltimo dia 20 de novembro, o Dia da Consci�ncia Negra, os pais de alunos receberam em um grupo de rede social, a li��o de casa dos filhos, que s�o crian�as com defici�ncia. No desenho, que reproduz a imagem de uma pessoa negra, a professora pedia que os alunos colassem bombril no lugar dos cabelos. O dever de casa foi encaminhado com o �udio da professora, orientando para a atividade.
Alguns pais se indignaram com a proposta de trabalho e se recusaram a passar a tarefa para os filhos. Uma den�ncia an�nima foi registrada no portal da prefeitura. " A atividade refor�a o preconceito e os estere�tipos que amparam o racismo estrutural que tanto prejudicam a sociedade", escreveu o denunciante que tamb�m pediu provid�ncias.
Uma m�e, que pediu para n�o ser identificada, por medo de retalia��es, conta que a professora alvo da den�ncia, tem v�rias atitudes question�veis e acredita que � fruto do despreparo para a fun��o desenvolvida juntamente a crian�as especiais. "At� ent�o eu achava que para entrar na Apae era uma sele��o mais complexa. Agora estou assustada."
A m�e, que se negou a repassar a atividade a crian�a, afirma que a Apae mant�m as aulas no formato remoto sem data data para o retorno presencial. "A Apae de Neves est� abandonada. Est� sucateada. Al�m do problema da atividade a Apae precisa de mais aten��o. A escola ainda n�o retomou as aulas presenciais e n�o tem data para que isso aconte�a".
Ap�s a divulga��o da den�ncia pelo Estado de Minas, um novo �udio gravado pela professora vazou e circula pelas redes sociais. Nele a professora tenta justificar a tarefa enviada. "M�es eu mandei uma atividade sobre consci�ncia, trabalhar a consci�ncia negra. E pedi que colocasse no cabelo bombril. Gente, a minha inten��o n�o foi um trabalho preconceituoso. N�o foi preconceito. Eu quero mostrar sim para a sociedade a import�ncia do cabelo crespo, na cabe�a de uma pessoa afrodescendente, de uma pessoa branca e amarela... n�o houve preconceito da minha parte...voc�s me desculpam (sic) se eu ofendi algu�m."
A Secretaria Municipal de Educa��o de Ribeir�o das Neves ainda afirma na nota enviada que 'repudia qualquer a��o discriminat�ria, reconhecendo a import�ncia do papel da educa��o para a forma��o de uma sociedade igualit�ria. Os materiais did�ticos utilizados na educa��o dos nossos alunos da rede municipal de ensino, refor�am a import�ncia do respeito �s diferen�as.
A Pol�cia Civil informou que n�o foi registrado boletim de ocorr�ncia contra a professora. As pessoas que se sentiram ofendidas podem fazer o registro por meio do telefone 181, den�ncia an�nima ou por meio do disk 100. O Minist�rio P�blico tamb�m pode ser acionado, por meio da Promotoria de Direitos Humanos.
O crime de racismo se caracteriza pela ofensa a um grupo �tnico em geral. J� o crime de inj�ria racial se refere a uma pessoa individualmente. Caso o MP seja acionado, um a��o p�blica poder� ser movida incondicionalmente.
A reportagem tentou falar com a dire�ao da Apae, mas ningu�m atendeu as liga�oes.