
Pesquisa realizada pelos Institutos Locomotiva e Patr�cia Galv�o, com apoio do Fundo Canad�, constatou que, na percep��o da popula��o, o feminic�dio tem se tornando mais violento, cruel e mais frequente. Tr�s em cada dez mulheres adultas j� foram amea�adas de morte por um parceiro ou ex-parceiro, isso equivale a 25,7 milh�es de brasileiras. Cerca de 91,2 milh�es de pessoas, 57% da popula��o, conhece alguma v�tima de amea�as de feminic�dio.
Para a coleta dos dados, foram entrevistadas 1.503 pessoas, com mais de 18 anos, de todas as regi�es do Brasil, entre 22 de setembro a 6 de outubro de 2021. O resultado mostra que, mesmo sendo um termo conhecido e que 98% dos entrevistados reconhecem a gravidade do crime, o feminic�dio ainda � um problema muito presente na sociedade brasileira.
Mais de 90% dos entrevistados concordam que a amea�a de morte � uma forma de viol�ncia psicol�gica t�o ou mais grave que a viol�ncia f�sica e que quando as agress�es e amea�as do homem contra a mulher ocorrem com frequ�ncia, podem terminar em assassinato. Nove em cada dez mulheres consideram que o local que apresenta maior risco de feminic�dio � dentro de casa, por um parceiro ou ex-parceiro.
Ainda se questiona muito as mulheres que decidem permanecer em relacionamentos abusivos, mas a pesquisa revela que, para 45% das mulheres entrevistadas, o maior risco de morte para uma mulher que sofre de viol�ncia dom�stica � no momento que ela decide terminar a rela��o. Trinta e dois porcento acreditam que esse riso � a qualquer momento.
Outros motivos para uma mulher permanecer em um relacionamento violento apontados pelos entrevistados s�o: acreditar que o parceiro vai melhorar/mudar, medo de ser morta e de novas agress�es, depend�ncia econ�mica e afetiva, vergonha de que outras pessoas saibam da situa��o e o medo de perder a guarda dos filhos. Oito em dez entrevistados concordam que a presen�a de arma de fogo na casa dificulta a den�ncia feita pela mulher e aumenta o risco de que ela seja assassinada.
Apesar de 93% concordaram que � mais importante evitar o assassinato da mulher do que punir o assassino, 33% atribuem a culpa a ambos ou � mulher. Para 91% da popula��o, no caso de amea�a de assassinato por um atual ou ex-parceiro, a mulher v�tima deve buscar a Delegacia da Mulher, mas apenas 7% das cidades contam com esse servi�o especializado.
Al�m da falta de suporte especializado na maior parte do territ�rio brasileiro, 8 em 10 mulheres concordam que muitos policiais n�o acreditam na seriedade da den�ncia de amea�a e no risco que a mulher corre, e 78% acreditam que a Justi�a brasileira trata a viol�ncia contra as mulheres como um assunto pouco importante. Outro problema apontado � a impunidade dos agressores.
*estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz
