
"Voc� � ser humano? N�o parece. � o diabo em figura de gente, um dem�nio harmonizado". A frase proferida por Maria Cristina Rodrigues dos Santos, de 53 anos, foi apenas uma de v�rias ofensas racistas ditas por ela para tr�s mulheres negras que aguardavam atendimento em uma ag�ncia banc�ria na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na tarde de quarta-feira (5/1). De acordo com testemunhas, Maria deixou a ag�ncia e passou a filmar as mulheres e cham�-las de macaca, ela disse ainda que uma "bruxaria" feita pelas mulheres a impediu de conseguir resolver um problema financeiro.
O crime rendeu � mulher uma pris�o em flagrante. Ela est� presa na Cadeia P�blica Jos� Frederico Marques, em Benfica (RJ), mas passar� por uma audi�ncia nesta quinta-feira (6/1). A empres�ria Fabiana Garcia Cunha da Silva, de 41 anos, foi a respons�vel por denunciar o caso � pol�cia e propiciar a pris�o. Ela foi uma das agredidas pela mulher.
"Ela saiu da ag�ncia e estava visivelmente alterada, talvez insatisfeita por n�o ter conseguido resolver o que foi fazer. Foi para o caixa eletr�nico, do lado de fora onde eu estava numa fila, e come�ou a falar que negros n�o prestam e quando n�o 'cagam' na entrada, cagam na sa�da, e, entre outras agress�es verbais, me chamou de macaca", contou a empres�ria ao O Globo.
Fabiana acionou o seguran�a da ag�ncia e ligou para a pol�cia. Enquanto aguardava a viatura, ela passou a filmar Maria e a pedir que ela repetisse as ofensas. Em resposta, a mulher disse que "n�o era besta" e que tinha "ensino superior". No entanto, nas filmagens, � poss�vel ver ela dizer que Fabiana n�o � ser humano e, sim, um "dem�nio harmonizado". Veja:
Maria, Fabiana e as outras duas mulheres ofendidas - Regina Garcia da Cunha e Edna Cristina Vital - foram levadas pelos policiais que atenderam a ocorr�ncia at� a 16ª Delegacia de Pol�cia, na Barra da Tijuca, local em que Fabiana registrou um boletim de ocorr�ncia. Os agentes afirmaram que ao chegar no local, encontraram "Maria Cristina falando de forma desconexa, alegando tratar-se de bruxaria" feita pelas mulheres para que n�o conseguisse resolver o problema no banco.

Na delegacia, Fabiana falou que n�o iria embora at� a ocorr�ncia ser feita. "Daqui n�o vamos sair, at� essa situa��o se resolver, porque isso � racismo e ela tem que pagar pelas palavras racistas que ela falou, de que �ramos negros e por isso est�vamos fazendo mal. Isso � racismo e racismo tem que acabar. Em pleno s�culo 21 a gente est� na fila do banco e a gente � agredido com essas palavras. � um absurdo", desabafou.
O Correio n�o conseguiu contato com Maria Cristina ou com algum representante da acusada at� o fechamento desta mat�ria. O espa�o continuar� aberto para eventual manifesta��o.