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Estado de Minas SISTEMA FALHO

Foto de Michael B. Jordan aparece entre suspeitos de chacina

Especialista aponta como o sistema de reconhecimento fotogr�fico contribui para o racismo no Brasil


07/01/2022 13:52 - atualizado 07/01/2022 15:05

Foto de Michael B. Jordan no reconhecimento fotográfico ao lado de uma foto do ator em redes sociais
Foto do ator americano Michael B. Jordan aparece entre fotos de suspeitos de chacina no Cear� (foto: Reprodu��o)


O m�todo de reconhecimento facial, usado pela pol�cia brasileira em investiga��es e inqu�ritos para identifica��o de suspeitos, mais uma vez mostrou falhas ao indicar o ator Michael B. Jordan como suspeito da chacina de Sapiranga, no Cear�, ocorrida no dia 25 de dezembro de 2021, que deixou cinco v�timas. O ator � mundialmente conhecido por seus pap�is em “Creed: Nascido para Lutar” (2015) e “Pantera Negra” (2018).

Segundo informa��es, divulgadas pelo Di�rio do Nordeste, nesta quinta-feira (6), o ator foi identificado como um dos suspeitos chacina de Sapiranga em uma das tr�s fotos disponibilizadas no Termo de Reconhecimento Fotogr�fico da Pol�cia Civil do Cear� (PCCE), horas depois do ocorrido.

“Vale ressaltar ainda que o reconhecimento fotogr�fico � apenas uma das etapas que podem levar ao indiciamento de um acusado. Depoimentos de testemunhas e per�cias t�cnicas nos locais de crime (coleta de impress�es digitais, an�lise de c�meras de seguran�a, por exemplo) tamb�m constituem parte do processo de investiga��o”, declarou a Pol�cia Civil em nota. 

Falhas no sistema

O sistema de reconhecimento de suspeitos por meio de imagens � amplamente usado pela pol�cia brasileira devido � robotiza��o e � amplia��o do sistema de c�meras pela cidade e do uso de tecnologia pelas corpora��es, entretanto, ainda apresenta falhas, que contribuem para a perpetua��o do racismo.

 “Essa tecnologia ainda n�o apresenta nenhuma efici�ncia no reconhecimento das pessoas, e essa inefici�ncia acaba fazendo com que haja essa injusti�a com as pessoas com peles mais escuras, com as pessoas pretas, pelas suas caracter�sticas, suas an�lises fenot�picas”, aponta Gilberto Silva, advogado e presidente da Rede A��o e Rea��o Internacional (RARI) Minas Gerais.

Gilberto aponta que toda investiga��o e reconhecimento, feito por m�quinas ou seres humanos necessita de outras formas de confirma��o e de aprimoramento. “� mais que necess�rio que, para que n�o haja encarceramento de pessoas inocentes, que se tenha uma investiga��o mais completa, n�o somente por meio desses reconhecimentos, mas usando outros mecanismos investigat�rios que a pol�cia tem”, afirma.

� recorrente que, em reconhecimentos por fotografias, imagens de pessoas negras sejam colocadas para serem apontadas como suspeitos, muito disso vem do racismo estrutural no Brasil. Os algoritmos que selecionam imagens, por exemplo, replicam padr�es presentes nos meios digitais, em especial as redes sociais, que no contexto hist�rico brasileiro, relacionam as pessoas negras com o crime.

“Esse algoritmo racista vem culpabilizar essas pessoas atrav�s desse mecanismo existente. At� mesmo porque � um sistema configurado e feito por pessoas n�o negras e que, infelizmente, pelo curso da hist�ria tra�am o perfil de pessoas criminosas como se pessoas pretas fossem respons�veis por todos os crimes e todas as quest�es de seguran�a p�blica”, declara Gilberto.
 
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz 


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