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Estado de Minas

BBB 22: atitude de Lucas com Nat�lia exp�e a solid�o da mulher negra

Depois de passar a tarde de chamego com Nat�lia, Lucas beijou Eslov�nia na festa. A sister chorou e pensou em desistir do confinamento


27/01/2022 10:00 - atualizado 27/01/2022 13:58

Natália chorando e amparada por Linn
(foto: TV Globo/reprrodu��o)

 

A primeira festa do Big Brother Brasil 22 rendeu beijos entre Eslov�nia e Lucas. Algo muito esperado, a forma��o de casais � celebrada no reality. No entanto, o epis�dio foi raz�o de profunda tristeza para Nat�lia, que chorou, reclamou de n�o se sentir amada e disse se sentir sozinha.  No Twitter, a campe� da edi��o 18 do reality Gleici Damasceno fez a leitura do ocorrido como indicativo da "solid�o da mulher negra".

 

 

"Muito triste isso que acontece com a Nat�lia, mas o mais triste � que as pessoas v�o resumir a mimimi. A solid�o da mulher negra � uma realidade e assistir aciona gatilhos terr�veis", escreveu Gleice, que tamb�m � negra. 

 

Durante o dia, horas antes da festa, Lucas ficou de chamego com Nat�lia na piscina e tudo indicava que a aproxima��o pudesse ter sequ�ncia na festa.  No entanto, durante a festa, o brother trocou beijos com Eslov�nia, frustrando a expectativa de Nat�lia. 

 

Ao ver a cena, Nat�lia entrou para a casa, chorando. Bastante abalada, ela demonstrou a frustra��o. Nat�lia foi consolada pelas sisters Naiara Azevedo e Linn da Quebrada.

 

 

Solid�o da mulher negra

 

A solid�o da mulher negra � um conceito criado pelo movimento negro. No Brasil, ele se baseia nas reflex�es de L�lia Gonzalez (1935-1994), intelectual e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU).

 

Em sua obra, L�lia aponta que a mulher negra est� ligada a maternidade social, ao trabalho social e a um imagin�rio social de objetifica��o do corpo. A psic�loga destaca que Nat�lia se encaixa no estere�tipo da mulata, o corpo sensual.

 

"Ela mesmo coloca que s� veem o corpo dela.  Nat�lia � uma mulher solit�ria por tudo que viveu", diz a psic�loga Camila Souza da Comiss�o de orienta��o em psicologia e rela��es �tnico-raciais. H� informa��es que Nat�lia tenha se casado aos 15 anos e teve que trabalha desde os 9 anos de idade. A psicol�ga destaca que, al�m de uma uni�o aos 15 anos ser ilegal, mas muitas vezes, pode ter ocorrido com Nat�lia em decorr�ncia da imagem que se cria da mulher negra na sociedade. 

 

Nat�lia � filha de uma m�e solo e ela desde cedo se viu respons�vel por conquistar tudo sozinha. "Diante da negritude dela, ela desenvolve esse sentimento que tem que fazer tudo sozinha para conquistar o que ela quer. Isso marca bastante a solid�o da mulher negra", pontua Camila.

 

Nos primeiros dias de confinamento, Nat�lia tem dito que n�o � apenas um corpo bonito. "Ela diz n�o sou apenas um corpo sexual, sou uma pessoa e preciso de sentimentos, preciso conviver com as pessoas de uma forma que elas n�o me vejam s� como um corpo, s� como um objeto".

 

Camila define a solid�o da mulher negra como um sentimento de esvaziamento das emo��es, sentimento de que � necess�rio caminhar sozinha para sobreviver na sociedade.

 

A solid�o da mulher negra come�a pelo preterimento, desde a inf�ncia, quando n�o � escolhida para ter um par na festa junina, para ser a noiva, e segue para a adolesc�ncia, quando ela n�o entra na lista de menina mais bonita da escola ou quando se torna amiga da pessoa que ela est� interessada. "Ela n�o � uma pessoa desej�vel pelos colegas e acaba se tornando uma garota de recados, garota mais feia da turma, n�o � vista como pessoa amada e isso reflete nas rela��es."

 

Essa situa��o torna a mulher negra mais vulner�vel a relacionamentos abusivos. "Tem probalidade maior de entrar em relacionamentos t�xicos. N�o consegue enxergar o lado agressivo do parceiro. Pode continuar nesse relacionamento por achar que ningu�m mais vai am�-la, vai querer ficar com ela". Na vida adulta, ela pode ser m�e solo ou at� mesmo estando em um relacionamento e se sentir sozinha.

 

Essa mulher deve buscar terapia e fazer parte dos grupos de mulheres negras, onde ela se sinta acolhida e com uma rede de apoio. 

 

 


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