Isabela Coelho, que nasceu com perda severa de audi��o, viralizou no Twitter ao compartilhar as primeiras experi�ncias ouvindo m�sicas, muitas delas indicadas por seguidores. O que pegou muita gente de surpresa foi ela n�o ter gostado de m�sicas consagradas, como "Another brick in the wall", do Pink Floyd.
A analista de qualidade de software come�ou compartilhando sua primeira experi�ncia com o implante coclear, que a permitiu voltar a ouvir, no dia 16 de fevereiro. Ao completar tr�s semanas da cirurgia, fez a seguinte postagem “Hoje faz exatamente tr�s semanas, desde que passei a ouvir, depois de muito tempo no sil�ncio, e agora entrei na fase de ouvir m�sica, pois j� consigo distinguir alguns sons.”
Antes de qualquer coisa.. para contexto, eu nasci com perda severa/profunda de audi��o e de fato estou aprendendo a ouvir como uma beb�.
%u2014 a surda cyberisa%u2122 (@isaouisabela) March 3, 2022
Segue o v�deo da minha ativa��o do implante coclear (� um aparelho auditivo)https://t.co/98aoT3oRpc
Como o diagn�stico de surdez foi feito quando ainda era muito pequena, os pais de Isabela iniciaram tratamento com fonoaudi�logos aos 4 anos e a colocaram em escola regular para aprender a ler, escrever e falar, o que a ajudou a se adaptar sem a necessidade de um aparelho auditivo.
“Aquele olhar de pena que as pessoas soltam quando olham as pessoas com alguma defici�ncia � algo que n�o agrega a ningu�m, estamos cientes de nossas defici�ncias e que se acreditarem que somos capazes de tudo, incentivam mais ainda a adapta��o”.
Por�m a pandemia a fez perceber o qu�o � prejudicial depender exclusivamente de leitura labial, ent�o decidiu fazer o implante coclear para que, futuramente, tamb�m possa usar a audi��o. Durante as postagens, Isabela foi identificando sons que eram agrad�veis, e aqueles que a incomodavam. Ela explica que sons mais graves soam melhor para ela, e os agudos nem tanto. Outro ponto em comum das m�sicas que n�o gostou foi a sibil�ncia, a sonoridade agudaou chiada produzida pelas vias respirat�rias. Al�m disso, m�sicas mais “organizadas” tamb�m soam mais agrad�veis.
Antes de qualquer coisa.. para contexto, eu nasci com perda severa/profunda de audi��o e de fato estou aprendendo a ouvir como uma beb�.
%u2014 a surda cyberisa%u2122 (@isaouisabela) March 3, 2022
Segue o v�deo da minha ativa��o do implante coclear (� um aparelho auditivo)https://t.co/98aoT3oRpc
Isabela conta que achou incr�vel o apoio de muita gente tentando ajudar a descobrir qual a melhor m�sica para ela, por�m conforme ela explicou para as pessoas, muitas m�sicas s�o sugeridas mais pelo apelo emocional do que pelo som em si. “N�o � toda m�sica que dar� certo para mim e precisam estar cientes disso, espero que, ao longo do tempo, minha percep��o de m�sica que n�o gostei possa mudar”, afirma.
As m�sicas "Bohemian Rhapsody" e "Don’t stop me now", do Queen, e "Don’t stop til you get enough", de Michael Jackson, entraram para o set de m�sicas que Isabela gostou, junto com "Starman", que chegou a algo pr�ximo de favorita. “Coloquei tr�s vezes essa m�sica para ouvir de t�o bom que o ritmo �.” Postou sobre a m�sica de David Bowie. J� John Mayer entrou para o grupo que n�o agradou.
Isabela procurou um amigo musicista que a ajudou nesse processo de identifica��o de sons. Ela indicava para ele o momento que a incomodava e ele explicava qual som estava sendo feito ali, no caso uma “sujeira”.
Antes de qualquer coisa.. para contexto, eu nasci com perda severa/profunda de audi��o e de fato estou aprendendo a ouvir como uma beb�.
%u2014 a surda cyberisa%u2122 (@isaouisabela) March 3, 2022
Segue o v�deo da minha ativa��o do implante coclear (� um aparelho auditivo)https://t.co/98aoT3oRpc
N�o � a primeira vez que Isabela tenta usar um aparelho de audi��o, por�m, na primeira tentativa, ela n�o conseguiu se adaptar bem e acredita que uma mudan�a t�o radical precise do apoio de um psic�logo para que d� certo.
Ela explica que h� dias em que � um pouco mais dif�cil que os outros, por�m preparou seu psicol�gico sabendo que no come�o ser� assim mesmo e que melhorar� com o tempo. “A vantagem � que eu n�o levo mais esse susto, a n�o ser que eu esteja na rua e ocorre algum som alto como moto sem escapamento, mas estou me adaptando melhor do que na primeira vez. Acredito que a maturidade ajudou nisso”.
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz