
A luta de imigrantes africanos para tentar sair da Ucr�nia e a fuga dos magnatas russos em seus iates demostram que na guerra os mais pobres est�o ainda mais submetidos � pr�pria sorte. Os dois casos relatados nesta quarta-feira (2/3), s�timo dia da guerra na Europa entre R�ssia e Ucr�nia revelam que, nas situa��es extremas, empatia e solidariedade t�m a quem ser direcionadas e alguns t�m mais direito a se salvar do que outros.
A maioria dos africanos era formada por estudantes e migrantes, que foram para o pa�s do Leste Europeu em busca de oportunidades. Assustados pela escalada dos bombardeios, pelo menos 660 mil pessoas se tornaram refugiados de acordo com a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). No entanto, a cor da pele impediu que muitos deles pudessem atravessar as fronteiras com Hungria e Pol�nia para tentar se salvar.
Watch how they are threatening to shoot us!
%u2014 Nze (@nzekiev) February 27, 2022
We are currently at the Ukraine -Poland border.
Their Police and Army refused to let Africans cross they only allow Ukrainian.
Some have slept here for 2 days under this scorching cold weather, while many have gone back to Lviv. pic.twitter.com/47YG4gxFC4
Enquanto isso, superiates de magnatas russos seguiram para Maldivas e Ilhas Seychelles, depois que foram anunciadas �s san��es � R�ssia devido � guerra de Vladimir Putin. De acordo com a Bloomberg News, cerca de 7% a 10% da frota global de iates de luxo s�o de propriedade dos russos.
Eles fugiram da R�ssia prevendo os efeitos das medidas impostas com o objetivo de enfraquecer a economia do pa�s. Entre as restri��es est�o o impedimento de transa��es econ�micas com bancos e empresas russas, a retirada de multinacionais no pa�s e a suspens�o da conex�o do sistema internacional com as institui��es financeiras russas.
Em alguns casos, foram exaltados os tra�os dos ucranianos, brancos de olhos azuis; e feita a compara��o da Ucr�nia com outros pa�ses que tamb�m sofreram com guerras, como o Afeganist�o e o Iraque.
O efeito Titanic
O filme "Titanic", de 1997, mostra como pano de fundo do romance de Jack e Rose, mas a hist�ria tamb�m � de pessoas pobres deixadas para morrer no acidente, impedidas de pegar botes salva-vidas. Uma atitude que tem ficado aparente em relatos vindos da Ucr�nia. Um efeito que se espalha por v�rios aspectos desse conflito.
O Titanic foi considerado a obra mais colossal da engenharia no ano de 1909, quando come�ou a ser constru�do. Com 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 53 metros de altura, o navio estava organizado para tr�s classes sociais: primeira, segunda e terceira classe.
A terceira mantinha contato restrito com as demais. Havia port�es que limitavam a circula��o. Mais de 1.500 pessoas morreram quando o navio, que transportava 2.224 passageiros e tripulantes, afundou sob o comando do capit�o Edward Smith, em 14 de abril de 1912.
Especialistas dizem que havia uma medida sanit�ria por tr�s: o medo de que os imigrantes espalhassem doen�as infecciosas. Eles eram mantidos separados e desembarcavam primeiro, para passar por procedimentos sanit�rios.
No entanto, essa divis�o facilitou a morte das pessoas da terceira classe quando o Titanic naufragou. Eles teriam que caminhar por labirintos de corredores e escadas at� chegar ao deque.
Um descaso que se repetiu
Uma reportagem do Daily Mail revelou conte�do de telegramas sigilosos entre Mackay-Bennett, o principal navio de recupera��o de corpos, e a White Star Line, a empresa que operou o Titanic.
A tripula��o do Mackay-Bennett ficou sobrecarregada com o n�mero de corpos do desastre e tinha espa�o limitado. Ent�o, decidiu priorizar os corpos de passageiros de primeira e segunda classe. Eles foram recuperados, embalsamados e devolvidos aos parentes das v�timas.