
Grandes empresas, incluindo Disney, JP Morgan e Meta (propriet�ria do Facebook) disseram aos funcion�rios que cobrir�o as despesas de viagem para abortos, j� que agora milh�es de mulheres americanas t�m acesso restrito ao procedimento.
Em uma decis�o hist�rica, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou o direito constitucional ao aborto na sexta-feira (24/6) ao revisar a decis�o do caso "Roe x Wade".
Isso abriu caminho para que Estados americanos pro�bam o procedimento.
Outras empresas, como a Amazon, j� haviam anunciado medidas semelhantes.
Mas, desde a decis�o, um n�mero crescente de companhias confirmaram que cobrir�o os custos de viagem de seus funcion�rios, por meio de seus planos de sa�de, se eles tiverem de sair de seu Estado de origem para fazer um aborto.
A Disney afirmou ter dito aos seus funcion�rios que reconhece o impacto da decis�o da Suprema Corte e continua comprometida em dar a eles "acesso abrangente" a cuidados de sa�de acess�veis, incluindo planejamento familiar e cuidados reprodutivos, "n�o importa onde morem".
A Disney emprega cerca de 80 mil pessoas na Fl�rida, onde o governador j� sancionou a proibi��o de abortos ap�s 15 semanas de gravidez, que deve entrar em vigor em 1º de julho.

O banco de investimentos JP Morgan tamb�m disse a seus funcion�rios dos Estados Unidos que cobriria despesas de viagem para servi�os m�dicos, incluindo "abortos legais", de acordo com um memorando de 1º de junho ao qual a ag�ncia de not�cias Reuters teve acesso.
"Estamos focados na sa�de e no bem-estar de nossos funcion�rios e queremos garantir acesso equitativo a todos os benef�cios", disse uma porta-voz do banco na sexta-feira (24/6).
Outro importante banco de investimento dos EUA, o Goldman Sachs, tamb�m afirmou que cobriria as despesas de viagem para funcion�rios que precisassem ir a outro Estado para fazer um aborto a partir de 1º de julho, segundo a Reuters.
A Meta disse que pretende reembolsar despesas de viagem quando permitido por lei, "para funcion�rios que precisar�o delas para acessar cuidados de sa�de fora do Estado".
"Estamos no processo de avaliar a melhor forma de faz�-lo, dadas as complexidades legais envolvidas", acrescentou um porta-voz.
Outras empresas que indicaram que tomar�o medidas semelhantes incluem a editora Cond� Nast, a marca de roupas Levi Strauss e as empresas de transporte Lyft e Uber.
A Lyft tamb�m disse que protegeria legalmente os motoristas em casos de aborto, com um porta-voz acrescentando que "nenhum motorista deveria ter que perguntar a um passageiro para onde est� indo e por qu�".
V�rias outras empresas, incluindo a Amazon, o site Yelp e o banco Citigroup j� haviam dito antes da decis�o da Suprema Corte que reembolsariam funcion�rios que viajassem para contornar as restri��es locais ao aborto.
O presidente do Yelp, Jeremy Stoppelman, disse no Twitter que a decis�o do tribunal "coloca a sa�de das mulheres em risco", acrescentando que "os l�deres empresariais devem se manifestar".
Boicote

O aborto n�o se tornar� automaticamente ilegal nos Estados Unidos - mas os Estados agora poder�o decidir se e como permitir�o abortos.
Ao menos 13 j� aprovaram "leis de gatilho", que entraram em vigor quando "Roe x Wade" foi derrubada, para proibir o aborto.
Mais de 20 Estados est�o tomando medidas para limitar o acesso, de acordo com o Instituto Guttmacher.
As empresas que se oferecem para cobrir o custo de viajar para outro Estado para realizar o procedimento provavelmente enfrentar�o uma rea��o dos republicanos antiaborto.
Os legisladores do Texas j� amea�aram o Citigroup e o Lyft com repercuss�es legais, enquanto o presidente do Partido Republicano no Estado, Matt Rinaldi, pediu aos republicanos que n�o usem os servi�os do Citi.
O aborto � uma quest�o altamente pol�mica nos Estados Unidos.
Uma pesquisa recente do Pew mostrou que 61% dos adultos dizem que o aborto deveria ser legal o tempo todo ou a maior parte do tempo, enquanto 37% dizem que deveria ser ilegal o tempo todo ou na maior parte do tempo.
- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61946434
Sabia que a BBC est� tamb�m no Telegram? Inscreva-se no canal.
J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!