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Estado de Minas MODA E EMPODERAMENTO

Ex-BBBs Camilla de Lucas e P.A. esbanjam beleza na primeira fila da NYFW

Os influenciadores foram convidados pela grife Tommy Hilfiger para o evento de moda, realizado no fim de semana em Nova York


12/09/2022 08:00 - atualizado 12/09/2022 08:10

Montagem com duas imagens. À esquerda, Camilla de Lucas e Paulo André estão lado a lado. Ela é uma mulher negra de cabelos escuros e lisos e usa uma camisa branca; ele é um homem negro e tem cabelos curtos e escuros. À direita, um frame do vídeo em que a influenciadora mostra o espaço em que está, com várias araras com roupas da grife Tommy Hilfiger. Há também uma mesa com aperitivos.
Camilla de Lucas e Paulo Andr� representar�o Tommy Hilfiger na NYFW (foto: Instagram/Reprodu��o)


A influenciadora digital, modelo e youtuber carioca Camilla de Lucas e o atleta Paulo Andr� foram convidados pela grife estadunidense Tommy Hilfiger para assistir ao desfile da Semana de Moda de Nova York (NYFW) na primeira fila. Ambos participaram de edi��es do Big Brother Brasil recentemente.

A ex-BBB, que entrou no reality show em 2021 pela categoria Camarote – participantes que n�o se inscreveram no programa, mas receberam convites –, chegou a participar da Semana de Moda de S�o Paulo (SPFW) em outubro do ano passado representando a grife Apartamento 03, na primeira edi��o depois da pandemia da COVID-19.
 
Na �poca, afirmou nunca ter ido a um desfile, mas que, desde a adolesc�ncia, tinha o sonho de se tornar modelo. “Eu nunca nem assisti a um desfile, meu amor. O m�ximo que eu andei foi na cal�ada de Nova Igua�u City”, brincou.

Al�m da SPFW, Camilla de Lucas tamb�m estampou a capa da revista digital ELLE View, refer�ncia de publica��o de moda, pouco tempo antes de estrear nas passarelas, em maio de 2021. Em entrevista ao Gshow, ela contou que ficou surpresa, mas feliz, por ter recebido o convite para o projeto, e que est� contente em ter se tornado uma refer�ncia que, para ela, esteve ausente durante seu crescimento.


“Estou muito feliz em ter chegado onde cheguei. Quando era mais nova, n�o via tantas refer�ncias de mulheres negras em revistas, sobretudo as de moda e beleza. Ent�o, hoje, poder me ver nessa capa e ser uma refer�ncia para tantas meninas e mulheres � muito significativo para mim”, afirmou.

Desmotiva��o e ascens�o

A influenciadora afirma realizar um sonho que lhe foi renegado durante sua adolesc�ncia. Mulher negra e de cabelos crespos, ela conta que j� foi desencorajada a entrar no mercado da moda por coment�rios racistas.
“Quando era mais nova, sonhava em ser modelo, mas fui desacreditada em testes por conta de coment�rios negativos, como o de que beleza negra n�o vendia, ent�o acabei deixando essa vontade de lado”, relata ela.

Em 2017, no entanto, Camilla come�ou a produzir v�deos para o YouTube sobre beleza, alcan�ando os 100 mil seguidores j� em seu primeiro ano na plataforma. Em 2020, atingiu seu primeiro milh�o de seguidores no Instagram e no TikTok com v�deos de teor mais humor�stico, publicados principalmente durante a pandemia da COVID-19, quando as pessoas buscavam conte�dos mais leves para se distrair.

Em pouco tempo, cresceu muito e come�ou a chamar a aten��o de famosos, como Regina Cas�, Ta�s Araujo e Tat� Werneck, que chegaram a compartilhar seu conte�do e elogiar seu trabalho como “blogueirinha da vida real”. N�o demorou para que Camilla se tornasse refer�ncia nos ramos da beleza e do humor, sendo convidada a participar do Big Brother Brasil logo no in�cio de 2021, programa no qual teria se inscrito previamente – e n�o conseguido uma vaga – duas vezes.

Na Rede Globo, continuou crescendo e, ainda no ano passado, foi convidada para ser co-apresentadora do programa “The Masked Singer Brasil”, um reality show em que personalidades famosas cantam enquanto est�o fantasiados e o j�ri e o p�blico d�o palpites sobre quem pode estar por baixo da fantasia.

Atualmente, a modelo usa suas redes sociais de maneira descontra�da, mostrando os bastidores das produ��es em que trabalha de maneira leve e amig�vel, mas sem deixar de lado quest�es importantes que a cercam. "Eu s� me posiciono sobre o que eu acredito que � v�lido me posicionar. N�o quero ficar falando por a� sobre tudo, mas vou comentar sobre aquilo que acho necess�rio e sobre aquilo que eu acredito que a minha voz e a minha visibilidade v�o contribuir de forma positiva", afirma Camilla.

Casos de racismo

Por ser uma mulher negra, Camilla de Lucas j� foi alvo de racismo diversas vezes, e faz quest�o de se posicionar contra este crime. Em caso recente envolvendo os filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, a influenciadora refor�ou em suas redes sociais que mulheres brancas e homens brancos devem ser aliadas da causa antirracista, j� que pessoas pretas ainda s�o vistas como vitimistas quando reclamam.

“� necess�rio voc�, enquanto homem e mulher branca, ter a mesma atitude da Giovanna e do Bruno. E tamb�m dar o mesmo apoio para pessoas negras que t�m essa atitude, porque numa situa��o como essa, n�s ser�amos expulsos do local porque at� nisso n�o temos direito [...] Quando uma pessoa negra tamb�m reclamar de racismo, ou apontar, voc�s parem de dizer que � mimimi. Porque � aquilo, negro denunciando racismo � vitimismo, n�?”, disse no Twitter.


Em outra ocasi�o, quando estampou a capa da revista ELLE View, a influenciadora deixou seus cachos naturais, mas explicou que n�o deve ter a obriga��o de us�-lo apenas dessa forma. “A minha escolha � deixar o cabelo natural. Mas tamb�m quero escolher em determinado dia usar o cabelo liso, porque eu gosto, isso n�o tem nada a ver com a minha identidade como mulher negra”, afirmou. Em junho do mesmo ano, no entanto, enquanto passava por transi��o capilar, Camilla desabafou em suas redes sociais sobre coment�rios racistas que recebeu depois de colocar uma lace loira.

“Mulheres brancas que fazem transi��o nunca s�o questionadas para mostrar o cacho. [Para] mulheres negras, sempre surge um fiscal para perguntar quando vai mostrar o black [power]. Eu uso lace antes, vou usar durante e at� quando eu quiser. Isso n�o t� associado a vergonha capilar”, afirmou.

Dentre os coment�rios que recebeu, muitos questionavam seu ativismo. “Cad� o cabelo que representa o orgulho negro? Puro teatro o que fizeram no BBB”, questionou um internauta, referindo-se aos epis�dios em que Camilla de Lucas discursou ao vivo sobre racismo e sua rela��o com cabelos crespos; e quando retirou suas tran�as, emocionando a audi�ncia do programa.

Paulo Andr�,  um homem negro, tamb�m � alvo de coment�rios racistas, mas n�o costuma se manifestar sobre o tema em suas redes sociais. Essa semana, no entanto, ao ser criticado por n�o ter dado muita aten��o a uma f� durante o Rock in Rio, disse que “preto vencendo incomoda! Quem n�o � da cor, fala que � maluquice”. Em resposta a isso, recebeu coment�rios afirmando que estaria usando a pauta racial de maneira desnecess�ria.

O atleta, ent�o, resolveu expor algumas das mensagens que recebeu em seu Instagram sobre fotos que publicou na festa de anivers�rio com seu filho, incluindo compara��es entre eles com macacos – chamando, ainda, a crian�a de sagui – e emojis de bananas e macacos.

 

 

O que � racismo?

O artigo 5º da Constitui��o Federal prev� que “Todos s�o iguais perante a lei, sem distin��o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pa�s a inviolabilidade do direito � vida, � liberdade, � igualdade, � seguran�a e � propriedade.”

Desse modo, recusar ou impedir acesso a estabelecimentos, recusar atendimento, impedir ascens�o profissional, praticar atos de viol�ncia, segrega��o ou qualquer outra atitude que inferiorize ou discrimine um cidad�o motivada pelo preconceito de ra�a, de etnia ou de cor � enquadrado no crime de racismo pela Lei 7.716, de 1989.

Qual a diferen�a entre racismo e inj�ria racial?

Apesar de ambos os crimes serem motivados por preconceito de ra�a, de etnia ou de cor, eles diferem no modo como � direcionado � v�tima. Enquanto o crime de racismo � direcionado � coletividade de um grupo ou ra�a, a inj�ria racial, descrita no artigo 140 do C�digo Penal Brasileiro, � direcionada a um indiv�duo espec�fico e classificada como ofensa � honra do mesmo.

Leia tamb�m: O que � whitewashing?

Penas previstas por racismo no Brasil

A Lei 7.716 prev� que o crime de racismo � inafian��vel e imprescrit�vel, ou seja, n�o prescreve e pode ser julgado independentemente do tempo transcorrido. As penas variam de um a cinco anos de pris�o, podendo ou n�o ser acompanhado de multa. 

Penas previstas por inj�ria racial no Brasil

O C�digo Penal prev� que inj�ria racial � um crime onde cabe o pagamento de fian�a e prescreve em oito anos. Prevista no artigo 140, par�grafo 3, informa que a pena pode variar de um a tr�s anos de pris�o e multa. 

Como denunciar racismo?

Caso seja v�tima de racismo, procure o posto policial mais pr�ximo e registre ocorr�ncia.
Caso testemunhe um ato racista, presencialmente ou em publica��es, sites e redes sociais, procure o Minist�rio P�blico e fa�a uma den�ncia.


 

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podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.

 


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