
Em um pa�s com mais de 46 milh�es de pessoas com defici�ncia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o Brasil conta com apenas 1,6% de candidatos que declararam ter alguma defici�ncia nas elei��es de 2022, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Al�m disso, apenas 1,2 milh�o de eleitores com defici�ncia declararam que comparecer�o �s se��es eleitorais neste domingo (02/10).
“Segundo o �ltimo censo, 23,9% da popula��o t�m algum tipo de defici�ncia. Ent�o � muito importante ter pessoas que vivenciaram na pr�tica o que as pessoas com defici�ncia precisam. N�s estamos buscando o que � nosso de direito, ter acessibilidade e inclus�o. E � importante ter pessoas que de fato v�o representar as pessoas com defici�ncia nas assembleias, na C�mara Federal ou pr�prio governo”, afirma Cl�udio Luiz de Oliveira, coordenador estadual de articula��o e aten��o � pessoa com defici�ncia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Defici�ncia (Conped).
Perfil dos candidatos de 2022
Dos 475 candidatos com defici�ncia, 53,69% possuem alguma defici�ncia f�sica. Seguido dos candidatos com defici�ncia visual, com 23,58%, auditiva, com 11,58% e autismo com 2,74%. Candidatos que declararam ter outras defici�ncias somam 8,42%. O cargo que apresenta maior n�mero de candidatos com defici�ncia � para deputado estadual, com 284, e em seguida vem deputado federal, com 167 candidatos.
Os homens, assim como em outros aspectos da pol�tica, s�o maioria: 306 candidatos homens e 169 mulheres, ou seja, as candidaturas masculinas s�o quase o dobro das femininas, mostrando que a quest�o do g�nero apresenta uma rela��o de interseccionalidade com a defici�ncia.
Assim como houve maioria de candidaturas negras nestas elei��es de modo geral, os candidatos pretos e pardos somam 253, o que corresponde a 53% das candidaturas, contra 215 candidaturas bancas (45%). Ind�genas com defici�ncia s�o apenas 1%, com cinco candidatos.
Representatividade de fato
Este ano, as urnas eletr�nicas contar�o com interprete de LIBRAS e fones de ouvido para aqueles que necessitem, al�m de ser oferecidas salas especiais para aqueles que solicitarem, para um ambiente mais confort�vel para pessoas autistas, por exemplo. Tais medidas s�o importantes para a garantia do direito ao voto a todos. “� um passo ainda longo, mas estamos caminhando para termos uma inclus�o de fato, e essa vai ser a hora da pessoa com defici�ncia poder exercer seu direito”, avalia Claudio.
O presidente da Condep ainda ressalta que candidatos com defici�ncia, al�m de representar o grupo, tamb�m prop�em pautas para a comunidade como um todo, sendo importante avaliar as propostas de forma geral, uma vez que podem ser bons representantes mesmo de pessoas sem defici�ncia.
Al�m dos candidatos com defici�ncia, Diego Sanchez, Conselheiro da Conped, afirma que � importante tamb�m votar em pessoas sem defici�ncia, mas que se identificam e defendem a pauta.
“Vamos colocar ali homens e mulheres, com defici�ncia ou n�o, mas que abra�am efetivamente essa causa. S�o muitas pessoas que precisam dessa voz dessas pessoas, que se colocam como representantes. Ent�o � um sentimento de esperan�a e de otimismo, que a gente vai cada dia mais evoluir no sentido da defesa dos direitos das pessoas com defici�ncia”, afirma Diego.
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz
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