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Estado de Minas REPRESENTATIVIDADE TRANS

Duda Salabert � a primeira travesti eleita por Minas para o Congresso

Duda obteve vota��o superior a Maria do Carmo Lara, em 2002, at� ent�o a mulher com a maior vota��o para deputada federal no estado


02/10/2022 20:36 - atualizado 04/10/2022 10:51

Duda Salabert no Centro de BH
Duda Salabert (foto: Bruna Brand�o/Divulga��o)
 
Duda Salabert (PDT) � a primeira travesti eleita para a C�mara dos Deputados, com terceira maior vota��o em Minas, neste domingo (2/09), com mais de 208.208 votos. O di�logo com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) e o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), a mobiliza��o em favor da Serra do Curral e leis em defesa das mulheres e de pessoas trans marcaram a atua��o de Duda na C�mara Municipal da capital. 
 
"Foi uma vit�ria dos direitos humanos. Fazemos parte de um pa�s em que 90% das travestis e transexuais est�o na prostitui��o. Isso j� mostra que nunca fomos pauta de pol�tica p�blica da esquerda, da direita, do centro. Ter essa vit�ria � forma de alargar a democracia", disse Duda. Ela avaliou que mesmo o Congresso ter refor�ado candidaturas conservadores, n�o apaga vit�rias ind�genas e candidaturas trans que "d�o nova cor e novo tom no modo de construir pol�tica."
 
 

Neste domingo, Duda votou de colete a prova de balas, na se��o eleitoral do Centro Universit�rio Newton Paiva, no Bairro Cai�aras, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Uma exig�ncia da escolta de Duda, que recebeu nove amea�as de mortes durante a campanha. 
 
Foram eleitas tr�s mulheres trans para a C�mara dos Deputados: Duda por Minas e Erika Hilton (80.690) por S�o Paulo (256.902). 
 
� frente da ONG Transvest, conquistou o aux�lio a 90 travestis e demais transg�neros que exercem trabalho sexual, no valor de R$ 100. Duda tamb�m ajudou a fundar a primeira casa de acolhimento pessoas trans em situa��o de rua e fundou o Transvet. No entanto, Duda defendeu os direitos de pessoas trans, mas n�o se restringiu apenas a essas causas.
 
Duda iniciou a trajet�ria pol�tica pelo PSOL, mas, em abril de 2019, deixou a agremia��o com cr�ticas � estrutura partid�ria, considerada por ela, transf�bica. "Deixo o PSOL por n�o concordar com a transfobia estrutural do partido. Enquanto vegana, ambientalista e defensora dos direitos dos animais, n�o posso aceitar que a luta para difundir o respeito �s vidas de todos animais fique em segundo plano”, disse � �poca.
 
Filiada ao PDT, Duda enfrentou cr�ticas tanto da direita quanto da esquerda. “N�o sou uma pessoa de partido, sou de campo. Reconhe�o a import�ncia do partido do ponto de vista pol�tico, program�tico e ideol�gico, mas mais importante que avan�ar no partido � avan�ar no campo pragm�tico. Sou fiel ao campo progressista".

Antes de ser vereadora, Duda atuou por por 20 anos na educa��o, sendo 15 deles como professora de literatura no Col�gio Bernoulli. A entrada na pol�tica ocorreu em 2016. "Decidi entrar na pol�tica depois do golpe contra a presidente Dilma Rousseff. Entendi que haveria a partir da cis�o democr�tica um esvaziamento do campo democr�tico  e seria necess�rio estar na pol�tica contra a classe trabalhadora que viria", avaliou. 

Duda afirma que n�o tinha inten��o de se candidatar, mas, em 2018, rejeitou disputar o governo e aceitou sair para o Senado, mas n�o venceu. A candidatura ao Senado, como ela define, foi uma “ferramenta pedag�gica para conquistar novas consci�ncias". “O importante n�o s�o novas leis, mas novas consci�ncias, que a gente estava disputando”, completou.

Em 2020, foi eleita a vereadora mais bem votada da hist�ria de Belo Horizonte, com 37 mil votos, e trabalhou para ser muito bem votada na disputa para a C�mara dos Deputados. "N�o basta s� eleger. Temos que ser bem votadas para chegarmos com capital pol�tico, que nos d� possibilidade de pautar nossos projetos com maior chance de aprova��o", afirmou.
 
Professora de literatura, Duda escolheu o cl�ssico Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, como o livro predileto. "Todos os professores e professoras t�m alma quixotesca, sempre lutando contra moinhos de vento e tentando mudar o mundo”.

Atua��o na C�mara

Duda veste terno azul
Duda Salabert se torna a primeira travesti eleita para o Congresso Nacional (foto: Jorge Gontijo/EM/DA PRESS)
 
Em Belo Horizonte, Duda travou um embate com o vereador Nikolas Ferreira (PL), que conseguiu a maior vota��o para a C�mara dos Deputados em Minas em toda a hist�ria, com mais de 1,4 milh�o de votos. “Os projetos que pautei na cidade foram aprovados. Consegui conquistas para BH, em um ano de mandato, maiores que vereadores que t�m dois ou tr�s mandatos. N�o � s� a qualidade parlamentar, mas se deve ao fato de ter chegado bem votada".

Duda atuou em conjunto com a gest�o de Kalil na constru��o da lei que garantiu a distribui��o de absorventes nas escolas. Outra lei proposta por ela foi a institui��o da Semana Mundial de Brincar. "Cidade para crian�a � cidade boa para os adultos e para os idosos". � de autoria dela tamb�m a lei que determina a presen�a de int�rpretes de Libras, nas maternidades, para acompanhar m�es surdas. Na avalia��o de Duda, a medida evita que essas mulheres sofram viol�ncia obst�trica.

A defesa do meio ambiente foi a frente de atua��o da vereadora que a projetou. Tornou-se uma das principais opositoras � autoriza��o dada pelo governo de Minas � Tamisa para minerar na Serra do Curral. “A Serra do Curral ter se tornado um assunto n�o s� nacional como internacional se deve muito � nossa luta para o tombamento da Serra do Curral”, argumenta. Quando foi eleita vereadora, Duda prometeu plantar uma �rvore para cada voto recebido. Neste primeiro ano, o mandato plantou cerca de 3 mil �rvores, e junto �s escolas, outras 50 mil �rvores. 

Maternidade

Duda foi a primeira travesti, na hist�ria do Brasil, a conseguir a licen�a maternidade. “Foi uma conquista nossa  ter 120 dias de licen�a pelo INSS. Uma  revolu��o do ponto de vista pessoal”, afirma ela, que � m�e de uma menina de tr�s anos com a companheira. “Estar na pol�tica � uma forma de lutar pelo mundo melhor pela minha filha de tr�s anos”.

Ela lamenta que vida pol�tica tenha reduzido o tempo dedicado � filha. "A campanha eleitoral � um desgaste muito grande, tenho estado muito ausente por causa da campanha eleitoral", diz ela que leva a filha para o bal�, nata��o e aula de m�sica. "Reconhe�o que o maior bem que temos � a nossa fam�lia", diz ela que usa o desenho animado Patrulha Canina para explicar � filha qual � o seu trabalho. "Saio sempre tal qual a patrulha canina resolver os problemas que a prefeitura tem gerado".
 
Duda afirma que assumiu uma posi��o independente em rela��o aos governos de Alexandre Kalil e Fuad Noman. "Quando  � um projeto ruim para a cidade, voto contra. Quando � bom, sou favor�vel." Ela afirma que, na pol�tica, adota o di�logo. "Quando a palavra falha a viol�ncia entra em cena. Pol�tica espa�o do di�logo", pondera. No entanto, ela afirma que alguns pontos s�o "inegoci�veis": "defesa das serras, �guas e dos direitos humanos".

Desinforma��o

Duda afirma que nesta campanha, como ocorreu na campanha de 2020, ela recebeu ataques da direita e de uma parcela da esquerda. Ela afirma que da ultra direita recebeu amea�as de morte e por setores da esquerda foi atacada com fake news. "Como vice-presidente do PDT e ajudei a construir chapa mais � esquerda, mais at� do que alguns partidos, que se dizem de esquerda". 






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