(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas M�SICA, AFETO E TRANSFORMA��O

Na batida da diversidade:escola ensina percuss�o pelo afeto

A escola de m�sica Percuss�o Circular completa dez anos em 2023, com metodologia participativa, que abre espa�o para mulheres, LGBTQIA e pessoas da periferia


16/01/2023 11:51 - atualizado 16/01/2023 15:04

Di Souza (à direita) com alunos posando com tambores
Escola de m�sica Percuss�o Circular desenvolve projeto junto ao MLB para levar aulas de m�sica gratuitas � moradores de ocupa��es (foto: Aldine Mara/Divulga��o)

 

No carnaval 2023, o Bloco Circulad� sair� pelas ruas do bairro Floresta, na Regi�o Leste de Belo Horizonte, para celebrar a cultura popular. A cada esquina ao longo do percurso, o bloco apresentar� teatro, capoeira e dan�a. As interven��es art�sticas s�o realizadas por alunos da Escola Musical Percuss�o Circular e por artistas convidados.

 

O bloco � uma iniciativa da Escola Musical Percuss�o Circular, que tem como norte a diversidade: alunos de todas as idades, posi��es e classes sociais. Atualmente, s�o 250 alunos, e a perspectiva � dobrar, chegando a 500.

 

Entre os alunos, parte significativa � formada por mulheres. De acordo com o m�sico Di Souza, idealizador e fundador da Escola de M�sica Percuss�o Circular, 80% dos musicistas s�o mulheres que assumem os tambores e d�o o ritmo do bloco.

 

A escola de m�sica completa dez anos em outubro. "Em 2013, quando a escola surgiu, o quadro de alunos era composto por maioria masculina. Hoje isso se inverteu. Sinal de que as mulheres est�o reivindicando e conquistando protagonismo na percuss�o tamb�m."

 

E a chave para celebrar a primeira d�cada � o ensino, que tem como base metodologias participativas e decoloniais. Di Souza se distancia dos padr�es euroc�ntricos, definidos por ele como "coloniais", e se aproxima das pr�ticas populares.

 

"S�o pr�ticas de ensino n�o coloniais. Partem do princ�pio de valoriza��o do saber popular e do respeito ao indiv�duo, que � protagonista do seu pr�prio processo de aprendizagem.

Escola do afeto

Di Souza tirando uma selfie com uma turma de alunos do Percussão Circular
As aulas da Percuss�o Circular s�o dadas com base no afeto e em metodologia participativa (foto: Aldine Mara/Divulga��o)


A Percuss�o Circular trabalha com a perspectiva de educa��o constru�da pelo afeto. Diferente do tradicional, onde os professores colocam metas para os alunos a cada per�odo de tempo, a escola desenvolve as aulas de acordo com as potencialidades de cada aluno, tornando-os parte do processo.

 

“Eu sou uma mulher preta e perif�rica, participei de v�rios projetos sociais, mas o que me abriu portas e mudou minha vida foi a Percuss�o Circular, em todos os sentidos: profissional, pessoal e emocional. Muitos outros projetos deveriam surgir pensando nessa l�gica do afeto”, afirma Vit�ria Pires, aluna e parte da equipe de comunica��o da Percuss�o Circular.

 

Com uma equipe amplamente formada por pessoas da periferia, em postos de destaque, o projeto se torna refer�ncia no cen�rio belo-horizontino. Prova dessa relev�ncia � o fato de a escola ter sido o tema de tr�s trabalhos de conclus�o de curso e foco de uma pesquisa de mestrado.

M�sica � para todos

Quatro mulheres negras se apresentando no palco do Sesc Palladium tocando instrumentos de percussão
Vit�ria Pires se apresentando no show "Tum, P�!" da escola de musica Percuss�o Circular (foto: Felipe Miniz/Divulga��O)

O acesso � cultura � um direito de todos. Por isso, aproximadamente 20% dos alunos da Percuss�o Circular s�o bolsistas de baixa renda. Al�m disso, a escola desenvolve um projeto em parceria com o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), movimento social nacional que luta pela reforma urbana e pelo direito a moradias dignas, que oferece aulas para uma turma composta apenas por moradores de ocupa��es desde 2019.

 

Di Souza explica que, pelo fato de ter muitas pessoas que pagam pelas aulas, a Percuss�o Circular conseguiu criar, com os pr�prios recursos da escola, esse espa�o gratuito para pessoas que n�o teriam condi��es para pagar por uma aula de percuss�o.

 

“A gente est� reivindicando o acesso � cultura para essas pessoas. Muitas vezes � negado ao povo pobre essa oportunidade, j� que a cultura � vista como algo do campo do entretenimento, mas a gente sabe que o acesso � arte � um ponto muito importante na nossa exist�ncia”, afirma Di Souza.  

Transforma��o pela m�sica

Vitória Pires, jovem negra com cabelos longos e caceados, cantando ao microfone em um fundo preto
Vit�ria Pires cantou para um p�blico de mais de 2 mil pessoas pela primeira vez (foto: Felipe Muniz/Divulga��o)


Vit�ria Pires, de 23 anos, entrou para a Percuss�o Circular em 2018, depois de receber uma bolsa para estudar com a m�e e a irm�. Hoje faz parte da equipe de comunica��o da escola e tem uma renda fixa de shows com a banda Amora Tropical, um grupo de amigos que se conheceram na Percuss�o.

 

Ela conta que atrav�s das aulas de m�sica se percebeu capaz de correr atr�s dos seus sonhos. Em dezembro de 2022 se apresentou como cantora para um p�blico de mais de 2 mil pessoas pela primeira vez no show “Tum,P�!”, realizado com 300 componentes da escola no Sesc Palladium.

 

“Alguns lugares parecem que n�o nos pertencem, mas pela cultura a gente toma isso de volta. A cultura faz eu realizar sonhos e perceber que sou capaz de fazer muitas coisas. Eu nunca viveria a experi�ncia de tudo isso agora se eu n�o tivesse tido essa oportunidade”, conta Vit�ria.

Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM




podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.

*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)