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Estado de Minas RACISMO

Departamento de Justi�a dos EUA aponta discrimina��o racial e viol�ncia na pol�cia de Minneapolis

Investiga��o iniciada ap�s morte de George Floyd revela padr�es de discrimina��o, uso excessivo de for�a e abordagens inapropriadas em crises mentais


16/06/2023 13:44
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Bandeira Estados Unidos
(foto: Pixabay/Reprodu��o)
O Departamento de Justi�a dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (16) que o Departamento de Pol�cia de Minneapolis, onde atuavam os policiais envolvidos na morte de George Floyd h� tr�s anos, apresentava um hist�rico de discrimina��o racial e emprego excessivo de for�a letal. A investiga��o teve in�cio em abril de 2021, logo ap�s o governo de Joe Biden presenciar a repercuss�o mundial causada pelas imagens do assassinato de Floyd, um homem negro, por um policial branco, o que gerou protestos e demandas por reformas na pol�cia.

O caso de George Floyd, que foi sufocado durante nove minutos pelo policial Derek Chauvin no estado americano de Minnesota, desencadeou uma s�rie de manifesta��es antirracistas, cujo slogan era as �ltimas palavras de Floyd: "N�o consigo respirar." Com base na an�lise de c�meras corporais, relat�rios de incidentes e entrevistas, o Departamento de Justi�a concluiu que a pol�cia de Minneapolis adotava pr�ticas discriminat�rias e viola��o de direitos constitucionais, tornando poss�vel a morte de Floyd.

Segundo o �rg�o, a pol�cia de Minneapolis utilizou, durante anos, t�cnicas e armas perigosas contra indiv�duos que cometeram pequenos delitos ou, em alguns casos, nenhum delito. Os policiais tamb�m usavam a for�a como retalia��o contra aqueles que os irritavam ou criticavam. A investiga��o revelou ainda que a pol�cia patrulhava bairros de forma diferenciada com base na composi��o racial e discriminava racialmente durante abordagens, algemas e uso de for�a.
Al�m disso, a pol�cia n�o estava adequadamente preparada para lidar com pessoas em crise mental, o que resultava em respostas inadequadas ou desnecess�rias, �s vezes com consequ�ncias tr�gicas, colocando em risco os pr�prios agentes e a comunidade de Minneapolis.

O Departamento de Direitos Humanos de Minnesota j� havia identificado em um relat�rio anterior que a pol�cia de Minneapolis apresentava "um padr�o de discrimina��o racial" e, por isso, processava a cidade exigindo uma reforma. Em mar�o, a prefeitura chegou a um acordo com o estado, que inclui mudan�as nos manuais de abordagem de pessoas em crises mentais ou de comportamento, empregando estrat�gias de distensionamento de crises. Tamb�m foram implementadas medidas espec�ficas, como a proibi��o de abordar motoristas por problemas mec�nicos simples e a proibi��o de revistar algu�m apenas por sentir cheiro de maconha.

Ap�s a morte de Floyd, o departamento de pol�cia j� havia proibido o enforcamento em abordagens. Desde o assassinato em Minneapolis at� o ano passado, pelo menos 25 estados e a capital, Washington, tamb�m proibiram t�cnicas de enforcamento, e 20 unidades da federa��o aplicaram normas restringindo o uso da for�a, de acordo com a Confer�ncia Nacional dos Legislativos Estaduais (NSCL).

A reforma policial foi uma das principais demandas dos manifestantes ap�s o assassinato, mas n�o houve grandes mudan�as na estrutura e na responsabiliza��o das pol�cias no pa�s, com exce��o de avan�os pontuais em alguns estados. Epis�dios de viol�ncia policial continuam frequentes nos EUA, como a morte de Tyre Nichols em 2021 pela pol�cia de Memphis, no Tennessee, ap�s uma abordagem de tr�nsito.

Em seu primeiro ano de governo, Biden tentou aprovar a "Lei George Floyd por justi�a no policiamento", que permitiria que o Departamento de Justi�a convocasse pol�cias locais para prestar esclarecimentos, criaria um registro nacional de a��es disciplinares contra agentes, exigiria o uso de c�meras de seguran�a nos uniformes dos agentes e em viaturas, e proibiria o uso de t�cnicas de estrangulamento, entre outros pontos. O projeto foi aprovado na C�mara, mas barrado no Senado, onde Biden tinha maioria apenas no voto de desempate. O presidente tentou retomar a pauta outras vezes, inclusive ap�s a morte de Nichols, neste ano, quando pediu a aprova��o no discurso do Estado da Uni�o ao Congresso, mas ficou ainda mais dif�cil agora que n�o tem o controle da C�mara.

O pacote de resgate econ�mico de US$ 1,9 trilh�o que Biden aprovou em 2021 inclu�a US$ 1,2 bilh�o para unidades de pol�cia que trabalham com interven��es em crises de sa�de mental. No ano passado, a "lei de treinamento de desescalada na aplica��o da lei", bipartid�ria, tamb�m foi aprovada, prevendo US$ 124 milh�es para financiar o treinamento de abordagens mais humanizadas em quatro anos.

Embora apenas 15% dos americanos defendam a diminui��o do financiamento das pol�cias, segundo pesquisa de 2021 do Pew Research Center, a maioria expressiva dos americanos afirma que � preciso haver uma transforma��o no policiamento, de acordo com pesquisa do instituto Gallup do ano passado. Ao todo, 89% defenderam mudan�as, dos quais 50% advogaram altera��es profundas na forma como a pol�cia age. Entre as pautas com mais apoio est�o a exig�ncia de que os agentes tenham boas rela��es com a comunidade (95%), puni��es a abuso de poder (91%) e uso excessivo da for�a (81%) e promo��o de abordagens menos violentas (78%).
O governo americano n�o possui uma contagem nacional de quantas pessoas a pol�cia mata por ano, e esse levantamento � realizado por pesquisadores independentes, devido ao complexo e descentralizado sistema de aplica��o da lei no pa�s, que conta com cerca de 18 mil inst�ncias policiais diferentes e independentes umas das outras. Segundo o portal Mapping Police Violence, da ONG Campaign Zero, houve 1.238 mortes causadas pela pol�cia em 2022 nos EUA, maior n�mero desde o in�cio do monitoramento, em 2013. De janeiro a 31 de mar�o deste ano, foram 301 mortes. Considerando as propor��es e a parcela da popula��o que representam, uma pessoa negra tem 2,9 vezes mais chance de ser morta pela pol�cia do que uma pessoa branca. No Brasil, a pol�cia matou 6.145 pessoas em 2021, de acordo com o dado mais atualizado do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica.


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