
Erika, uma das primeiras pessoas trans eleitas para o Congresso Nacional, classificou a audi�ncia como "violenta" e "brutal". "� mais uma tentativa de promo��o do caos, da desinforma��o, dessa frente antitrans que vem ganhando for�a no Brasil e em todo mundo. � um �dio irrestrito fantasiado de preocupa��o, � uma viol�ncia contra um grupo que j� � massacrado historicamente", disse.
A audi�ncia foi proposta pela deputada Franciane Bayer (Republicanos-RS) para debater "a altera��o no nome social, mudan�a em registros de documentos, utiliza��o de bloqueadores de puberdade e cirurgias para redesigna��o sexual". "Tais interven��es ainda mostram-se experimentais, repleta de riscos desconhecidos", argumentou a deputada na justificativa.
A lista de convidados da audi�ncia contou com nomes como Eugenia Rodrigues, porta-voz da Campanha "No Corpo Certo", que se apresenta como uma organiza��o que questiona o "discurso transg�nero"; e a psiquiatra Akemi Shiba, que trata a transsexualidade como uma "epidemia" e uma "doen�a" - indo contra o entendimento da pr�pria Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), que desde 2018 deixou de classificar a transexualidade como disfun��o mental.
Erika Hilton se disse chocada com discursos feitos na audi�ncia, que associaram fam�lias de crian�as trans � pedofilia e a hiperssexualiza��o na inf�ncia, al�m de informa��es falsas que associam a transsexualidade com o transtorno do espectro autista.
"Convidadas que se baseiam na mentira de que h� processos transexualizadores e tratamentos hormonais em crian�as no Brasil, a audi�ncia virou palco para discursos conspiracionistas. N�o existe tratamento hormonal antes dos 16 anos no Brasil. N�o existe processo transexualizador antes dos 18", pontuou Erika.
A deputada aproveitou a audi�ncia para relembrar a morte da adolescente trans Keron Ravach, de 13 anos, assassinada brutalmente no Cear�, em 2021, v�tima de transfobia."N�s somos expulsas das nossas casas por volta dos 12 anos de idade e somos obrigadas a viver da prostitui��o compuls�ria. E eu n�o vejo a mesma preocupa��o e o mesmo discurso em defender nossas vidas", argumentou.
"Eu n�o vi esses que bradam a defesa da inf�ncia chorarem a morte de Keron e tantas outras crian�as. Eu n�o vejo essa mesma preocupa��o contra o �dio, a viol�ncia e o estigma que acomete essa popula��o. Eu vejo essa fantasia, eu vejo essa fal�cia", completou.
Confira a �ntegra da fala de Erika Hilton na comiss�o: