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Estado de Minas ESPORTE

Narradoras da Globo driblam frio e fuso por Copa contada por mulheres

Crias do 'Narra quem sabe', Renata Silveira, Nat�lia Lara e Isabelly Morais est�o em contagem regressiva comandar as transmiss�es da Copa do Mundo feminina


26/06/2023 10:02 - atualizado 26/06/2023 15:32
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Montagem com três imagens, cada uma com uma das narradoras Renata Silveira, Natália Lara e Isabelly Morais uniformizadas
Narradoras est�o em contagem regressiva comandar as transmiss�es da Copa do Mundo feminina (foto: Manoella Mello/Globo)
 

Entre muitas anota��es e uma pitada de frio na barriga, as narradoras Renata Silveira, Nat�lia Lara e Isabelly Morais est�o em contagem regressiva para soltar a voz e comandar as transmiss�es da Copa do Mundo feminina no Grupo Globo.

 

Crias do "Narra quem sabe", concurso do Fox Sports em 2018, elas t�m o esporte na veia desde cedo, mas nem sequer imaginavam que se tornariam as caras da retomada da narra��o por mulheres. Anos depois, o trio encara o preconceito e at� o fuso hor�rio pela chance de ter vozes femininas contando hist�rias de atletas e sele��es.

 

Ter mulheres comentando foi o primeiro inc�modo, e agora � uma mulher 90 minutos falando do jogo. Ningu�m � obrigado a gostar, a quest�o s�o as cr�ticas, as agress�es, todas as mensagens horr�veis que a gente recebe o tempo inteiro. A gente tem que ser forte para atravessar tudo isso". Renata Silveira

 

Renata dividir� com Luis Roberto as transmiss�es da Globo. J� Nat�lia e Isabelly estar�o no Sportv ao lado de Luiz Carlos Jr. e Daniel Pereira. A emissora carioca planeja exibir pelo menos sete partidas do Mundial da Austr�lia e da Nova Zel�ndia na TV aberta, e no m�nimo 34 - al�m das cerim�nias de abertura e encerramento - na TV fechada.

 

'Sempre a primeira a fazer alguma coisa'

Prestes a narrar sua primeira Copa feminina, Renata Silveira est� acostumada a ser pioneira. Primeira contratada da Globo, em 2021, ela brinca que "daqui a pouco eu n�o tenho mais adrenalina no corpo".

 

"� legal, mas quem dera que outras mulheres j� tivessem feito isso, porque a gente teria menos responsabilidade, menos press�o, menos cobran�a, menos hate. Mas que bom que estamos aqui para representar e ocupar esse espa�o, e estamos ocupando muito bem", falou Renata.

 

Confiante e confort�vel para comandar transmiss�es na Globo, Renata pode ser a voz respons�vel por narrar os �ltimos momentos de Marta em uma edi��o de Copa do Mundo. E, apesar de n�o ser f� de ensaios, quer preparar algo � altura da Rainha.

 

"Eu nem sei dimensionar isso, porque vai ser com certeza uma das narra��es que eu vou levar para a vida. E eu vou me preparar. Eu gosto de fazer na hora, mas quando a gente tem toda essa hist�ria, todo esse cen�rio, vale a pena montar um roteiro para fazer mais bonito ainda", diz.

 

Renata tamb�m � a m�e entre as narradoras, e suas narra��es fazem sucesso entre os amigos de Bernardo, 10. M�e e filho se divertem lan�ando desafios nas redes sociais, mas tamb�m conversam sobre preconceito e racismo, tudo pela "responsabilidade de formar um futuro homem que respeite as mulheres, que entenda que futebol tamb�m � para mulher".

 

'Quero ocupar um cargo de igualdade'

O objetivo de Nat�lia Lara sempre foi narrar uma Copa do Mundo feminina. De olho em jogadoras, times e sele��es, ela diz ter "certa tranquilidade" para narrar os jogos. O desafio ser� lidar com o fuso hor�rio.

 

No que diz respeito � alimenta��o, a estrat�gia � deixar comida pronta; quanto ao sono, vai depender da escala de jogos. Isso atrelado �s poucas sa�das de casa, o inalador port�til e os exerc�cios de fono.

 

"Vamos ver o que a Copa feminina me reserva, mas eu admiro quem consegue virar o fuso. Eu n�o sei se eu vou virar o fuso hor�rio completo. Tudo depende dos meus hor�rios", afirma.

 

Nat�lia v� o futebol feminino em um "momento excelente" e afirma que "n�o cabe qualquer tipo de coment�rio pejorativo do tipo tem que diminuir o gramado ou o gol, porque as meninas mostram que o jogo tem muita qualidade".

 

O preconceito atinge tamb�m as narradoras, que Nat�lia define como o "pre�o da visibilidade". Ela trabalha a quest�o na terapia, conversa com pessoas pr�ximas e confia nos feedbacks da chefia, mas acredita que o cen�rio "n�o vai melhorar de uma hora para a outra".

 

Voc� est� quebrando um tradicionalismo, e isso nunca � f�cil. [...] � uma coisa que eu questiono muito, 'quanto que a gente tem que ficar aguentando', 'por que que eu tenho que ficar aguentando isso?', mas � o pre�o da visibilidade".

 

'N�o d� mais para sucatear a hist�ria das mulheres'

Isabelly Morais � a novata do trio. Contratada pelo Grupo Globo em mar�o deste ano, a mineira, apelidada de "Eminem de Itamarandiba" por falar muito r�pido, celebra a chance de ter mulheres contando a hist�ria das atletas.

 

N�s contamos pouco as hist�rias das atletas brasileiras ao longo da hist�ria. Juntar tudo isso com a oportunidade de ter a voz de uma mulher contando a hist�ria de uma mulher atleta � lindo e muito potente, porque a gente junta duas situa��es que foram muito marginalizadas na hist�ria".

 

Isabelly conta, inclusive, que uma visita � CBF durante o "Narra Quem Sabe" a marcou: "Olhei para o lado e vi todas aquelas mulheres ouvindo aquelas vozes de homens contando a hist�ria do futebol brasileiro, eu percebi como nos �ltimos anos a gente estava pronta para viver uma transforma��o mesmo".

 

Diante disso, Isabelly tenta controlar a ansiedade e programar a rotina para o pr�ximo m�s, at� porque, nas Olimp�adas de T�quio, ela sofreu: "demorei uns dois meses para voltar a minha rotina de sono. S� fui dormir direito em outubro e novembro. Tem uma outra quest�o tamb�m, que � o frio. Isso para a voz � mais complicado".

 

Dificuldades � parte, o que a narradora espera � que o Mundial termine com o Brasil levantando a ta�a: "N�o existe uma sele��o que mere�a tanto ser campe�".

 

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