
O livro aborda, a partir das experi�ncias pessoais e de pesquisa, as dificuldades que mulheres pretas t�m de chegar e de se estabelecer em cargos eletivos. Segundo a autora, o livro tem elementos de autobiografia, mas tamb�m dialoga com experi�ncias de outras mulheres negras que se candidataram para o Executivo ou para o Legislativo. “Eu cito, inclusive as situa��es de viol�ncia pol�tica que a gente vive”, disse, em entrevista � Ag�ncia Brasil.
A deputada, que tem mais de 35 anos de trajet�ria nas lutas sociais, chegou ao segundo mandato, com 92.559 votos, nas elei��es de 2022. A primeira vit�ria para deputada contou com 57.755 votos.
“Eu sou a �nica deputada preta da Assembleia Legislativa no estado mais negro do Brasil”, afirmou a parlamentar. “A popula��o negra � maioria neste pa�s e, mesmo assim, a gente n�o tem a presen�a refletida adequadamente nos espa�os de poder”.
O livro ser� lan�ado tamb�m no Museu do Amanh� (no Rio de Janeiro), no dia 15 de julho, e na Casa Mulher com a Palavra, no Instituto Goethe (em Salvador), em 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
De faxineira a deputada
A deputada, que � professora e pedagoga, trabalhou, antes de chegar ao ensino superior, como faxineira e merendeira de uma escola. Encantada com o que via em uma sala de aula, resolveu estudar para ser docente.
Foi com dificuldades que fez o curso de pedagogia na Universidade Federal da Bahia, ao mesmo tempo em que trabalhava na faxina. “Imaginem o que faz uma universidade na cabe�a de uma faxineira, favelada e inquieta”, escreveu na introdu��o do livro.
Minoria
Ela lamenta que dos 63 deputados da Assembleia Legislativa da Bahia, por exemplo, as mulheres continuem sendo minoria. “Em 2018, n�s �ramos dez mulheres e eu era a �nica mulher preta.
Agora, s� oito mulheres foram eleitas, apesar de n�o ter as mesmas ferramentas que os meus colegas homens tinham para fazer a campanha”.
Mesmo com mandato, ela percebeu momentos em que era preterida. “A gente sabe quando o racismo e o machismo se articulam para deixar a gente de fora, ou para a gente ter menos garantia de emendas parlamentares”.
Al�m disso, ela identifica que o racismo se apresenta em diferentes faces. A parlamentar recorda, inclusive, epis�dios em que eleitores estranhavam o fato de ela ser candidata ou parlamentar.
“N�s somos t�o poucas nos espa�os de poder, historicamente associados a homens brancos. Essa constru��o serve tamb�m como um pared�o para nos isolar desses espa�os e formatar um imagin�rio coletivo”.
Ol�via Santana foi secret�ria de Educa��o e Cultura de Salvador, e pelo Estado da Bahia, atuou nas secretarias de Pol�tica para Mulheres e de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte.
Servi�o
Lan�amento do livro Mulher Preta na Pol�tica, de Ol�via Santana
Data: 8 de julho de 2023, �s 14h
Festival Latinidades - Anexo do Museu Nacional, em Bras�lia