(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DIVERSIDADE

CNJ: judici�rio brasileiro tem apenas 15% de magistrados negros

De acordo com recadastramento feito pelo CNJ, em 36 dos 92 �rg�os da Justi�a pesquisados n�o h� magistrados negros


04/09/2023 14:27 - atualizado 04/09/2023 14:27
1156

Fachada do Supremo Tribunal Federal
Segundo o levantamento, os ramos da Justi�a com menor percentual de magistrados negros s�o a Militar (3%), as cortes superiores (11%) e a Justi�a Federal (14%) (foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Ag�ncia Brasil )
O Judici�rio brasileiro tem apenas 15% de ju�zas e ju�zes negros em um universo de 13.272 magistrados. Em 36 dos 92 �rg�os da Justi�a que participaram do recadastramento feito pelo CNJ (Conselho Nacional de Justi�a), n�o h� magistrados negros. Os dados foram divulgados durante Semin�rio de Quest�es Raciais no Poder Judici�rio, realizado pelo �rg�o nesta segunda-feira (4/9).

 

O estudo destaca que, ao longo dos anos, a metodologia das pesquisas sobre representa��o de negros no Judici�rio mudaram. O Censo do Poder Judici�rio, feito em 2013 e publicado em 2014, foi uma tentativa de contagem de toda a popula��o que trabalhava neste Poder. Naquela ocasi�o, participaram do censo 64% dos magistrados e 60% dos servidores.

 

Em 2018, outra pesquisa que tamb�m buscou tra�ar perfil sociodemogr�fico na magistratura brasileira contou com a ades�o de 63% dos ju�zes, desembargadores e ministros.

 

Leia: Pedestres negros podem n�o ser detectados por carros de dire��o aut�noma 

 

J� o Relat�rio Negros e Negras no Poder Judici�rio de 2021 foi uma pesquisa realizada a partir dos registros administrativos dos tribunais. Neste ano, o relat�rio traz uma metodologia diferente de coleta de dados.

 

A partir de iniciativa do Pacto Nacional do Judici�rio pela Equidade Racial, com ades�o de todos os tribunais, foi realizada uma campanha de recadastramento de ju�zes, servidores e estagi�rios. Os dados foram previamente enviados ao CNJ, e as informa��es coletadas pelo sistema M�dulo de Produtividade Mensal.

 

Leia: Pesquisa mostra como paternidade desafia homens negros

 

Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) de Tocantins, Rio de Janeiro, Para�ba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e os tribunais da Justi�a estadual do Amazonas e do Rio Grande do Sul n�o responderam ao levantamento.

Dentre as cortes que participaram do estudo, os ramos da Justi�a com menor percentual de magistrados negros s�o a Militar (3%), as cortes superiores (11%) e a Justi�a Federal (14%).

 

Embora a maior presen�a de magistrados negros tenha sido registrada na Justi�a do Trabalho (16%) � nesse ramo que est� o tribunal com menor percentual de ju�zes negros, o TRT-4, com 1,9%. O tribunal abrange os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

Leia: Adolescentes negros t�m o dobro de chances de serem abordados pela pol�cia 

 

Na Justi�a estadual, o menor n�mero est� no TJ-MT (Tribunal de Justi�a de Mato Grosso), com 2% de ju�zes negros. Na eleitoral, o percentual mais reduzido est� no TRE de Mato Grosso do Sul, com 3%.

 

Apesar disso, a Justi�a Eleitoral e Justi�a Estadual aparecem como o segundo e terceiro ramos com maior representa��o de negros, com 16% e 14% de ju�zes, respectivamente.

 

O estudo do CNJ mostra ainda que alguns tribunais t�m mais de 50% de magistrados negros, caso dos TJAC (Tribunal de Justi�a do Acre), com 67%, e do Amap�, com 61%. Na Justi�a do Trabalho, o maior percentual � verificado no TRT-20, de Sergipe, com 47%.

 

Representa��o  

 

O levantamento tamb�m mostra como essa representa��o aparece em termos de cargos no Judici�rio.

 

Enquanto brancos ocupam majoritariamente os postos de desembargadores, ju�zes substitutos de 2º grau e ministros ou conselheiros, com percentuais pr�ximos a 90%, a maior representa��o de magistrados negros est� entre ju�zes substitutos, com 17%, e ju�zes titulares, com 15%.

 

A ju�za auxiliar da presid�ncia do CNJ (Conselho Nacional de Justi�a) e supervisora do programa de Equidade Racial, Karen Luise de Souza, afirma que os dados mostram que n�o houve avan�o substancial apesar da pol�tica de cotas.

 

De acordo com o levantamento, apenas 3% de ju�zes negros ingressaram na magistratura por meio da a��o afirmativa. Entretanto, o n�mero pode ser maior, porque em 19% dos registros a informa��o estava indispon�vel.

 

Na abertura do semin�rio, a ministra Rosa Weber afirmou que a descrimina��o e a intoler�ncia vitimam majoritariamente homens, mulheres e crian�as em diferentes graus e dimens�es de viol�ncia. Como exemplo, ela citou o assassinato a tiros no dia 17 de agosto da ialorix� e lideran�a quilombola baiana, Bernadete Pac�fico.

 

"[M�e Bernadete] que lutava com a sua voz corajosa contra esta odiosa impunidade � exemplo candente que o estado brasileiro falhou", afirmou.

 

Ao final de seu discurso, a ministra afirmou que o Conselho Nacional de Justi�a quer construir estrat�gias efetivas para buscar medidas de combate ao preconceito racial.

 

"N�o se trata de quest�o, compromisso ou projeto de negros, brancos ou ind�genas, cuida-se isto sim de quet�o que diz com a nossa dignidade de seres humanos, uma quest�o de direitos humanos albergada na nossa lei fundamental. Nessa medida, trata de uma quest�o que afeta todos n�s brasileiros e brasileiras, negros e brancos, negras e brancas", concluiu.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)