
A Prefeitura de Belo Horizonte, os shoppings populares, o Banco do Brasil e a Universidade Fumec v�o se reunir para tentar legalizar os empreendedores informais. A meta inicial � de que pelo menos 40% dos propriet�rios dos boxes se tornem empres�rios, com firma registrada, dentro do projeto “Legalize j�”. A partir de ter�a-feira, o BB vai instalar um ponto de atendimento no Oiapoque com linha de cr�dito com juros de menos de 1% ao m�s para investimentos como melhoria nos boxes e compra de mat�ria-prima. Em seguida, vai estender a atua��o a outros shoppings populares.
“Resolvemos juntar as for�as. Vamos fazer um diagn�stico do quadro atual dos comerciantes e tra�ar um plano de desenvolvimento”, afirma Welton Petrillo, gerente de Centro de Com�rcio Popular da Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte. Os estudantes da Fumec v�o ajudar a fazer o levantamento da atual situa��o dos empreendedores populares, al�m de treinamento de futuros empres�rios.
BH tem atualmente cinco shoppings populares (Oiapoque, Tupinamb�s, Xavantes, Caet�s e Tocantins). Os empreendedores que tiverem o neg�cio regularizado v�o ter acesso mais f�cil ao cr�dito. “A formaliza��o do com�rcio s� traz benef�cios. Os empres�rios e trabalhadores passam a ter acesso a mecanismos e linhas de cr�dito que antes n�o tinham”, afirma Carlos Nagib Nunes Monteiro, gerente do BB na �rea de desenvolvimento sustent�vel.
O presidente da Cooperativa dos Empreendedores de Shoppings Populares (Cooesp), Haroldo Jos� dos Santos, afirma que o objetivo do projeto � levar aos empreendimentos populares as mesmas transforma��es do Mercado Central no passado. “Antes, os lojistas do mercado eram todos informais. Hoje, todo mundo trabalha gerando renda, emprego e impostos”, afirma Santos. Dos 964 boxes que o Oiapoque tem, 120 est�o legalizados.
O ex-camel� Gilson Lima de Souza, o Cear�, mudou de condi��o no ano passado e n�o se arrepende. “Sou empres�rio h� 10 meses”, afirma com orgulho. Ele abriu seu box de roupas indianas h� tr�s anos, no Xavantes. Hoje, mudou de ponto e est� em uma loja maior, a Palma da �ndia. “Com empresa registrada, no entanto, os custos com tributos aumentaram, e ainda tenho que pagar a taxa da m�quina do cart�o de cr�dito”, diz. Mas, segundo ele, as vantagens s�o maiores. “J� fiz empr�stimo para comprar produtos para a loja. No m�s passado, por exemplo, peguei R$ 5 mil no banco. Confiaram em mim. O cliente tamb�m sempre pergunta se tenho nota fiscal. Se chega a fiscaliza��o, n�o preciso fechar as portas e sair correndo”, observa.
Ao legalizar as empresas, os empreendedores dos shoppings evitam os preju�zos com as batidas freq�entes da Receita e da Pol�cia Federal. Em maio do ano passado, v�spera do Dia das M�es, os vendedores do Oiapoque foram surpreendidos com a “Opera��o Cacique”, que, com 190 mandados de busca e apreens�o de mercadorias, levaram cerca de 58 mil unidades de eletroeletr�nicos avaliados em R$ 4 milh�es.