Durante caf� da manh� com a imprensa, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse n�o estar arrependido de ter avaliado, em setembro, que a crise financeira internacional chegaria ao Brasil apenas como uma "marolinha". "N�o tenho arrependimento. � preciso lembrar que era setembro e o crescimento no trimestre tinha previs�o de 6,8% do PIB (Produto Interno Bruto)", justificou.
Ele disse que o governo trabalha com a hip�tese de crescimento de 4% do PIB em 2009. "Se fosse um crescimento maior da economia seria mais gostoso", afirmou. Lula disse que a popula��o soube entender as circunst�ncias e origens da crise. Ele observou que a maioria dos entrevistados nas pesquisas de opini�o diz ter conhecimento do problema. "� preciso respeitar a capacidade e a intelig�ncia do povo brasileiro", disse.
O presidente reclamou de setores que querem apresentar uma crise maior do que a da realidade. A uma pergunta sobre a quem estava se referindo, ele mandou o rep�rter ler os jornais para saber.
Novas obras
Lula disse que a receita do governo para enfrentar a crise � anunciar novas obras e investir nas a��es de infra-estrutura. Na entrevista de final de ano no Pal�cio do Planalto, ele demonstrou otimismo a ponto de dizer que o governo prepara at� um "novo PAC" (Programa de Acelera��o do Crescimento). "N�o iremos parar nenhuma obra do PAC. E n�o fiquem surpresos se apresentarmos novas obras e um novo PAC", disse. "Vamos fazer muito mais", completou.
Lula disse que espera que a Petrobras mantenha os investimentos previstos para 2009. "A Petrobras vai continuar com seus investimentos", afirmou.
O presidente disse ainda que, no ano que vem, ser�o inauguradas mais de 100 escolas t�cnicas e uma s�rie de obras do PAC.
Ao comentar sobre a crise financeira internacional, Lula disse que est� otimista com a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, em janeiro. Ele avaliou, no entanto, que Obama tem de ser r�pido na solu��o da crise para evitar que a m�quina o absorva. Ele disse que torce para que os pa�ses europeus resolvam os problemas de suas economias. "Eles n�o querem continuar com esse problema", disse. Lula observou que algumas marcas famosas no mercado sofrem com os efeitos da crise. "� impens�vel o mundo sem a GM, a Ford e a Chrysler, que geram 3 milh�es de empregos", disse.
Emprego
Lula voltou a dizer que a suspens�o tempor�ria dos contratos de trabalho s� pode ocorrer com acordo entre trabalhadores e empres�rios. "N�o � um debate do presidente da Rep�blica, mas de empres�rios e sindicatos", afirmou. "As mudan�as na lei trabalhista poder�o ser constru�das pelos trabalhadores", completou.
O presidente, que ontem j� havia dito que poderia intermediar acordos, afirmou hoje que o governo ser� sempre o indutor de boas causas. Ele observou, por�m, que trabalhadores s�o contra a flexibiliza��o e empres�rios, a favor.