Dirigentes das centrais sindicais defenderam nesta ter�a-feira, durante comiss�o geral da C�mara dos Deputados, um sal�rio m�nimo de R$ 560. O governo quer reajustar para R$ 545, valor defendido hoje na comiss�o geral pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. As centrais vinham defendo um aumento para R$ 580, mas passaram a apoiar R$ 560 na tentativa de um acordo com o governo.
O presidente da For�a Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), disse que recuou da proposta de R$ 580 para apoiar R$ 560 num gesto de acordo. “Eu sinto at� vergonha de dizer ao trabalhador que estamos brigando s� por R$ 15 a mais, ou R$ 0,50 por dia, o que n�o d� para comprar dois p�ezinhos”.
Representando a Uni�o Geral dos Trabalhadores, Francisco Canid�, tamb�m defendeu a aprova��o de R$ 560. Segundo ele, o reajuste acima do previsto pelo acordo � “uma excepcionalidade importante para diminuir o fosso da desigualdade salarial no pa�s”.
Canid� disse que as centrais sindicais s�o contr�rias ao fim do acordo com o governo, que prev� o reajuste do sal�rio m�nimo pela varia��o do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, mais a infla��o do ano anterior.
Tamb�m o presidente da Central Geral dos Trabalhadores, Antonio Neto, pediu a aprova��o de um sal�rio m�nimo de R$ 560 e a manuten��o do acordo das centrais com o governo para reajuste do m�nimo nos pr�ximos anos. Ele justificou o aumento maior com o argumento de que o sal�rio m�nimo � um dos principais indutores do crescimento econ�mico e de distribui��o de renda no pa�s.
Para o presidente da Central de Trabalhadores do Brasil, Wagner Gomes, � importante antecipar 3% do crescimento e reajuste do m�nimo para R$ 560. Segundo ele, o problema do reajuste n�o � falta de dinheiro, “pois o ministro (Guido Mantega) falou o tempo todo s� do acordo”.
Os presidentes da Central �nica dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, Jos� Calixto, defenderam na comiss�o geral a pol�tica de valoriza��o do sal�rio m�nimo com aumento maior do que o proposto pelo governo. Calixto argumentou que a economia cresceu, que a renda cresceu e que “agora queremos uma compensa��o”.
Ele tamb�m lembrou que quando da luta para elevar o sal�rio m�nimo para US$ 100 se argumentava que a Previd�ncia Social quebraria e que as prefeituras n�o suportariam e que hoje o m�nimo � de quase US$ 300 e ningu�m quebrou.
Para o presidente da CUT, o argumento de que a infla��o poderia aumentar com a coloca��o de mais dinheiro no mercado n�o faz sentido. Segundo ele, a infla��o n�o � de demanda, “ela vem da mensalidade escolar, do transporte p�blico”. Para ele, o que est� em jogo s�o as pol�ticas e os programas de distribui��o de renda. “Aumentar o sal�rio m�nimo � essencial, porque injeta recursos na veia da economia”.