O ritmo de crescimento das exporta��es brasileiras tem superado o aumento das importa��es desde dezembro do ano passado, mas boa parte desse movimento se deve ao cont�nuo aumento dos pre�os das commodities. Em fevereiro de 2011, os embarques cresceram 23,5% ante o mesmo m�s do ano passado, enquanto as compras do exterior aumentaram 18,4%.
No entanto, o aumento da participa��o dos produtos b�sicos na pauta de exporta��es em fun��o dos aumentos de pre�os tem preocupado o governo. O porcentual de industrializados (semi e manufaturados) no total das vendas caiu de 59,7% no primeiro bimestre do ano passado para 53,8% este ano, enquanto os embarques de mat�rias-primas cresceram de 37,6% para 44%. As opera��es especiais (como venda de servi�os de engenharia, design e consultoria, entre outros) ca�ram de 2,7% para 2,3% no mesmo per�odo de compara��o.
"Obviamente, a nossa meta e o nosso desejo � que a gente continue o processo de diversifica��o da pauta. Agora n�o d� pra dizer que � ruim que a gente tenha um desempenho superior nas vendas de b�sicos. Estar�amos muito mais preocupados se industrializados n�o tivessem aumentando vendas", acrescentou Schaefer.
Um dos maiores respons�veis pelo super�vit na balan�a brasileira � o min�rio de ferro, cujas vendas em valor se expandiram 111,2% em fevereiro na compara��o com o mesmo m�s de 2010. O forte desempenho, entretanto, est� diretamente relacionado ao aumento de 136,2% no pre�o da commodity, enquanto a quantidade real embarcada na verdade caiu 10,6%. "O min�rio de ferro realmente � um ponto fora da curva e a Vale est� em negocia��o com a China, com um j� divulgado aumento de 20% no pre�o no segundo trimestre", afirmou o secret�rio.
O mesmo acontece com o pre�o da soja, que aumentou 50,2% nessa compara��o, enquanto a quantidade exportada cresceu apenas 7,3%. "No geral a tend�ncia � de crescimento dos pre�os das commodities aliment�cias", afirmou Schaefer.
Com o bom desempenho dos b�sicos e um aumento mais comedido, mas ainda significativo, dos bens manufaturados, as exporta��es brasileiras bateram recorde para meses de fevereiro, com US$ 16 733 bilh�es. O resultado do primeiro bimestre tamb�m foi in�dito de acordo com a secret�ria de Com�rcio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.
Segundo ela, a crise pol�tica em pa�ses do Oriente M�dio e do norte da �frica ainda n�o afetou os embarques brasileiros. Tanto que as vendas em fevereiro aumentaram para Egito, L�bia e Tun�sia, na compara��o com o mesmo m�s de 2010. "Temos a expectativa de que isso se resolva no curto prazo sem preju�zo das exporta��es brasileiras", completou Tatiana.
Mesmo crescendo de forma mais moderada que as exporta��es, as importa��es tamb�m foram recordes tanto em fevereiro quanto no bimestre. Segundo Schaefer, por�m, a redu��o do ritmo de crescimento da economia brasileira em 2011 e, por consequ�ncia, do consumo das fam�lias, deve impactar a din�mica das importa��es. "Por outro lado, ritmo de investimento deve continuar elevado, impulsionando as importa��es de bens de capital", concluiu.