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Estado de Minas

Mulheres invadem a bolsa de valores


postado em 08/03/2011 10:51

Sem medo do que encontraria pela frente, a servidora p�blica Sueli Batista, 45 anos, invadiu um terreno predominantemente masculino. Depois de superar a barreira do mercado de trabalho e de atingir a t�o sonhada estabilidade financeira, ela decidiu correr riscos que a maioria das mulheres evita. H� dois anos, apostando no sonho de comprar um im�vel, Sueli engrossou as estat�sticas femininas da Bolsa de Valores. Desde ent�o, n�o tem do que se arrepender.

No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta ter�a-feira, Sueli diz que elas podem ir ainda mais longe na �rea financeira. “Poupei R$ 20 mil e ganhei quase 50% do valor. Mas n�o foi f�cil. Quando as a��es ca�am, eu quase tinha um ataque do cora��o. Ligava para o meu irm�o, que tamb�m investe, desesperada”, diz a servidora. “Segui a dica de esquecer o dinheiro l� e verificar apenas depois de um tempo e deu certo. Consegui uma cobertura em �guas Claras”, completa.

Entre 2002 e 2011, o n�mero de investidoras na BM&FBovespa saltou de 15.030 para 149.536 — aumento de 894%. A maioria (35.768) tem entre 26 e 35 anos — faixa et�ria em que, geralmente, elas j� conseguiram se estabelecer na profiss�o. Na outra ponta, h� 867 investidoras de at� 15 anos e 5.579 com idade entre 16 e 25 anos, ou seja, aquelas que ainda est�o no in�cio da jornada escolar ou prospectando as primeiras oportunidades na carreira.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos pela seguradora MetLife com mil mulheres de 45 a 70 anos revelou que, embora possuam elevado grau de escolaridade e bom n�vel de renda, elas ainda se mostram avessas a comprar a��es. O perfil � mais conservador do que o dos homens. A desconfian�a tem raz�o de ser: a preocupa��o em direcionar os recursos para a fam�lia. Na avalia��o dos especialistas, no entanto, a tend�ncia natural � que, em se tratando de neg�cios, as mulheres assumam caracter�sticas mais agressivas. “Elas est�o deixando de ser conservadoras. A mulher percebeu que a poupan�a n�o � mais atraente e est� optando por novos investimentos”, adverte a gerente do Easynvest, Miriam Macari.

No pa�s, conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), existem 97,3 milh�es de mulheres. Na m�dia, essa parcela da popula��o, embora seja maioria e mais escolarizada, ainda ganha menos do que os homens, em especial quando alcan�a cargos de chefia. Miriam Macari prev� um aumento da participa��o feminina no mercado acion�rio. “Hoje, representamos 24,78% do n�mero de investidores cadastrados na Bolsa e, nos pr�ximos anos, esse percentual deve se igualar ou superar o dos homens”, justifica. Miriam ressalta, por�m, que o primeiro passo para as mulheres participarem dessa revolu��o � entender o processo. “Ela precisa se informar melhor sobre as companhias em que deseja investir e fazer cursos para conhecer o funcionamento e as opera��es na Bolsa”, justifica.

Pr�tica

A servidora p�blica Carolina Lopes Teixeira, 25 anos, � uma investidora ass�dua. Ela come�ou a aplicar aos 18 anos, sem um objetivo espec�fico, e entrou em um grupo para aprender mais. A jovem recomenda que os iniciantes destinem para as a��es uma quantia de que n�o v�o precisar num per�odo curto. “Estudei para fazer o dinheiro render. N�o � quest�o de sorte. Isso envolve muito estudo dos gr�ficos”, diz.

A consultora da BM&FBovespa T�rcia Rocha refor�a que a diferen�a entre o percentual de homens (75,22%) e de mulheres (24,78%) que investem na Bolsa representa a realidade do mercado de trabalho. “Na maioria das fam�lias nas quais homem e mulher trabalham, ou s� o homem trabalha, os investimentos ficam em nome deles. Se pensarmos no perfil de renda familiar, 36% das fam�lias s�o sustentadas pelas mulheres, 33% s�o por mulheres e homens e 31%, s� por homens. Os investimentos dessas duas �ltimas fam�lias ficam no nome do homem”, adverte.

Para T�rcia, as mulheres que decidem comprar a��es est�o em busca, principalmente, de estabilidade. “Elas come�am a se informar para usar o or�amento do lar da melhor forma. Poupam e buscam investir corretamente para terem independ�ncia financeira”, acrescenta. Luciano Miranda, s�cio da A��oDall’Oca Investimentos, orienta as novas investidoras a buscarem informa��es. “A mulher est� trabalhando, tendo mais conhecimento e se expondo ao risco. S� � preciso estudar mais para conseguir melhores resultados”, ressalta.

Oportunidade

A Bovespa percebeu o interesse do p�blico feminino pelo mercado acion�rio e, desde 2003, mant�m o site Mulheres em A��o, com informa��es detalhadas sobre como investir. Na p�gina www.bmfbovespa.com.br/mulheres, � poss�vel encontrar simuladores de investimentos, dicas sofre finan�as pessoais, conceitos do mercado de a��es e do funcionamento de a��es e, inclusive, informa��es sobre como oferecer educa��o financeira aos filhos de maneira did�tica.

Maioria de curr�culos

As mulheres n�o avan�aram apenas na �rea de finan�as. Na hora de procurar emprego, elas s�o pr�-ativas e sabem utilizar melhor os instrumentos oferecidos pela tecnologia. Levantamento feito pelo site de empregos Curriculum mostra que, dos 5,8 milh�es de curr�culos armazenados na p�gina eletr�nica, 3,1 milh�es, ou 54%, s�o de mulheres. Do total de cadastradas, 46% informaram ter escolaridade acima do n�vel superior, enquanto 44% dos homens disseram estar na mesma condi��o. Al�m disso, 71% delas s�o solteiras e 75% t�m entre 20 e 39 anos de idade. Os homens nessa situa��o representam 65% e 71% do total, respectivamente.


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