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Estado de Minas

Biocombust�vel tem s� 1,5% dos investimentos destinados ao setor de energia no Brasil


postado em 11/03/2011 06:31

Desde que o ex-presidente Lula foi intitulado garoto-propaganda do etanol, chegando a defender o produto nacional na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) em 2009, pouca coisa avan�ou no setor de biocombust�veis, pelo menos sobre o ponto de vista da atra��o de recursos. Apesar de carregar a bandeira da energia limpa, a previs�o de investimentos para o segmento (etanol e biodiesel) � bem modesta, especialmente se comparados � bilion�ria ind�stria do combust�vel f�ssil. Para se ter ideia, at� 2014, a Petrobras prev� um plano de neg�cios com investimentos de mais de US$ 220 bilh�es. Deste total, o petr�leo fica com mais de 85% dos recursos. �s bioenergias sobram 1,5%. S�o US$ 192 bilh�es contra US$ 3,5 bi.

N�meros divulgados pela Ag�ncia Internacional de Energia (AIE) mostram que os investimentos totais do pa�s em biocombust�veis, considerando os aportes da iniciativa privada, somaram US$ 3,3 bilh�es em 2009 (�ltimos dados dispon�veis). Segundo a ag�ncia, a queda em rela��o ao ano anterior � de 66%. O setor sucroalcooleiro passa pela primeira crise desde 2003, e at� hoje continua brigando pelo marco regulat�rio, que definiria uma pol�tica nacional a longo prazo para o setor, alavancando novos investimentos.

O biodiesel se tornou op��o real no mercado europeu, mas, no Brasil,o segmento est� trabalhando com 50% de ociosidade. Para este ano, o mercado firme � de 2,6 bilh�es de litros do �leo. A capacidade da ind�stria � o dobro, comportando produ��o superior a 5 bilh�es de litros. Em busca de f�lego, a expectativa do segmento � que, nos pr�ximos meses, o governo antecipe a eleva��o do percentual do �leo adicionado ao diesel, de 5% para 7%. “As margens est�o apertadas e at� negativas. Defendemos uma transi��o escalonada para o B10, previsto para 2014”, diz o diretor-executivo da Uni�o Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), S�rgio Beltr�o. “Trabalhar com um n�vel t�o grande de ociosidade n�o � benef�cio para nenhum setor. ”

O relat�rio da AIE aponta que o Brasil investiu US$ 7,8 bilh�es em energias sustent�veis – o que inclui fontes como energia e�lica, solar e biomassa – se posicionando � frente de pa�ses como �ndia e tamb�m do continente africano, sendo ultrapassado em larga dist�ncia pela China, que investe mais de quatro vezes o montante nacional, pelos Estados Unidos e Uni�o Europeia. “O momento � favor�vel para as energias limpas, mas a op��o do Brasil � pelo petr�leo. Talvez fosse o momento de discutir se vale a pena investir menos no pr�-sal e mais em energias alternativas”, comenta Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

O derivado da cana de a��car conta com o excelente momento da ind�stria automotiva, que j� produziu mais de 12,5 milh�es de autom�veis flex, mas a falta de investimento gera um descompasso entre oferta e demanda. No ano passado, o consumo do etanol foi de 22,1 bilh�es de litros, 2,9% menor que 2009. Foi a primeira queda desde o in�cio das vendas dos autom�veis flex, iniciada h� oito anos, e atualmente respons�vel pelo patamar de 86% dos autom�veis novos. Nas bombas, as vendas do combust�vel hidratado ca�ram 8,5% no ano passado. As previs�es para os pr�ximos anos tamb�m n�o s�o animadoras. De acordo com o diretor t�cnico da Uni�o da Ind�stria de Cana de A��car (Unica), Ant�nio de Padua Rodrigues, os investimentos para produ��o de etanol no pa�s est�o parados. “O que acontece hoje � suficiente para atingir a capacidade tra�ada h� quatro anos”, afirma Rodrigues.

O ritmo forte dos investimentos no combust�vel f�ssil e a desacelara��o dos setores alternativos est� ligado � demanda mundial. Na opini�o do especialista e coordenador do MBA em petr�leo e g�s da FGV/IBS, Alberto Machado, que tamb�m � ex-executivo da Petrobras, a hora e a vez s�o do petr�leo. Ele n�o acredita em outra fonte de energia pelo menos at� 2030. Segundo Machado, o Brasil at� 2020 vai dobrar sua produ��o de petr�leo para 5 milh�es de barris/dia. Para ele, os conflitos nos pa�ses �rabes podem refor�ar ainda mais os investimentos. “O Brasil se torna um local seguro e privilegiado para investimentos.”

Mercado seguro

De acordo com estimativa da consultoria Data Agro, a falta de investimento pode diminuir o volume de etanol em at� 4% para a pr�xima safra (2010/2011). Ant�nio Rodrigues, da Unica, os investidores n�o confiam em fazer grandes aportes, pois n�o t�m seguran�a no futuro do mercado. Na perspectiva do biodiesel, a disparada das commodities no mercado internacional eleva o pre�o da soja, principal mat�ria-prima do �leo. Por outro lado, o ritmo investimentos em culturas alternativas �s alimentares encontram-se em marcha lenta, j� que n�o h� financiamento oficial. Um exemplo � o pinh�o-manso no Norte de Minas. “O Brasil ainda est� muito limitado. A falta de zoneamento e do aval t�cnico da institui��o governamental para o cultivo, impedem o financiamento oficial por bancos estatais” aponta Nagashi Tominaga, diretor da Biojan, produtora de sementes da esp�cie.


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