Com ofertas cada vez mais agressivas, o mercado de telecomunica��es promete ficar ainda mais concorrido este ano. Al�m da entrada de um n ovo participante no segmento m�vel, com o in�cio das opera��es da Nextel, a TIM tenta retomar a segunda coloca��o no ranking nacional de usu�rios, perdida em setembro de 2008 para a Claro. Nos planos pr�-pagos, essa supera��o j� ocorreu. Com o Infinity-Pr�, lan�ado em 2009, a empresa promoveu o conceito de tarifa��o por chamada e n�o por minutos falados. O resultado � um ac�mulo, at� janeiro deste ano, de mais de 2,5 milh�es de linhas � frente da concorrente.
E a dist�ncia s� cai. Em janeiro de 2010, a Claro, controlada pelo grupo do bilion�rio mexicano Carlos Slim, tinha folga de mais de 3,3 milh�es de usu�rios, o que garantia uma participa��o de mercado de 25,57%, contra os 23,69% da operadora controlada pelo grupo Telecom Italia. Em um ano, a diferen�a se reduziu a 427 mil aparelhos e analistas apostam na invers�o de posi��es at� o fim deste m�s. No mercado mineiro, a reviravolta da TIM tamb�m garante uma emocionante disputa pela segunda coloca��o, desta vez tendo como concorrente a operadora Oi (veja quadro).
Para o professor da Escola de Administra��o de Empresas da Funda��o Getulio Vargas (FGV-EAESP) especialista em telecomunica��es, Arthur Barrionuevo, o aumento da base de clientes n�o � sin�nimo de rentabilidade, o que justifica o est�mulo cada vez maior ao consumo de servi�os de valores adicionais, em especial a internet m�vel, a partir da dissemina��o dos smartphones e tablets. Prova disso, � a oferta do Infinity Web da TIM com custo di�rio de R$ 0,50 para planos pr�-pagos e a rea��o da Claro com o mesmo servi�o reduzido � cobran�a de R$ 0,39.
“H� oportunidade de amplia��o da receita de outras formas que n�o apenas conquistando fatias de mercado. A oferta de tarifas reduzidas para quem trabalha dentro da pr�pria rede, inclusive com liga��o interurbana, � uma das maneiras”, pontua Barrionuevo. Diante deste cen�rio, o especialista pondera sobre at� que ponto a Claro reagir� ao crescimento da TIM. “Se pegarmos o servi�o de dados, a taxa de crescimento de celulares com tecnologia 3G na Claro � mais elevada e � este cliente e este servi�o que trar�o maior lucratividade”, avalia. Em janeiro, a Claro concentrava 43,3% dos acessos de aparelhos 3G; seguida pela Vivo (28,7%), TIM (24%) e Oi (3,8%).
Para a especialista em telecomunica��es da Ativa Corretora, Luciana Leoc�dio, outra alternativa � a corrida pela oferta do modelo de servi�o chamado de quadruple-play que j� � adotado pela Oi. Al�m de telefonia m�vel e fixa, os planos ainda agregam banda larga e TV por assinatura. “As empresas v�o se voltar para a solu��o integrada de servi�os. A Claro vai acabar fazendo ofertas com a Embratel e NET, e a Vivo com a Telesp”, prev�. Para ela, a entrada da Nextel ter� poucos impactos na din�mica de mercado.
Nesta briga de gigantes, quem sai ganhando � o consumidor que agora consegue fazer liga��es interurbanas no celular pagando como local, algo impensado h� alguns anos. Sem contar as diversas possibilidades de liga��es gratuitas dentro da mesma rede. O barateamento do servi�o possibilitou a inclus�o de centenas de milhares de consumidores neste mercado, hoje com mais de um celular por habitante.
Classe C e 3G s�o bolas da vez
As operadoras reconhecem a crescente competitividade e confirmam que as oportunidades de expans�o est�o na oferta de servi�os agregados aos planos de voz, especialmente para os milh�es de usu�rios da classe C, que entram no mercado �vidos por consumo. “� um p�blico no qual estamos focados, pois apresentam as mesmas necessidades de consumo das classes A e B”, afirma o gerente regional da Vivo em Minas Gerais, Carlos Cipriano.
Identificada por ele como um dos grandes motores do mercado brasileiro, a classe C tamb�m est� na mira da TIM. “Este p�blico ainda tem uma rela��o simplista com a tecnologia. � preciso estimular novas demandas de servi�os”, avalia o diretor consumer da TIM no estado, Fernando Mota. “J� atingimos mais de uma linha por usu�rio. Agora temos que fazer mais neg�cios com os mesmos clientes.”
Para isso, as empresas n�o perdem de vista os investimentos em expans�o da rede e melhoria na qualidade dos servi�os, hoje entre os mais reclamados nos �rg�os de defesa do consumidor. L�der tanto no mercado nacional como no mineiro, a Vivo pretende manter a estrat�gia de aumento de munic�pios cobertos pela tecnologia 3G, hoje em 150. “Vamos chegar a 500”, antecipa Cipriano. A conquista de clientes no segmento p�s-pago, que tamb�m faz parte da atua��o da empresa do Grupo Telef�nica, � compartilhada pela Claro. Para o diretor regional da operadora em Minas Gerais, Ricardo Cesar de Oliveira, “� nesta faixa que h� uma grande concentra��o de receita”. J� a Oi destaca a parceria firmada com a Portugal Telecom em 2010. “Permitir� ampliar a capacidade de investimento e de expans�o nacional nos mercados de banda larga, TV por assinatura, 3G e servi�os convergentes.”