
Se o mercado profissional efervescente no Brasil � considerado vantajoso por cada vez mais americanos, os altos pre�os e o tr�nsito de S�o Paulo surpreendem os imigrantes que chegam � cidade.
"Aqui, pago o dobro de aluguel por um apartamento com um ter�o do tamanho da casa onde morava em Dallas", conta a americana de origem mexicana Marcela Lizarraga, que se mudou para S�o Paulo h� um ano, com o marido, Jos�, e a filha de dez anos do casal. "Em geral, os pre�os de restaurantes, comida e transporte est�o duas ou tr�s vezes mais altos do que no Texas", acrescenta.
Em contrapartida, a receptividade nos c�rculos profissional e pessoal � elogiada pelos americanos. Comecei entendendo menos de 30% do que me diziam, mas meus colegas de trabalho foram pacientes", diz o chef gastron�mico americano Todd Harkin, que est� h� dois anos no Brasil, trabalhando em uma rede restaurantes. "Mas tamb�m ajudou o fato de eu j� estar familiarizado com os processos (da empresa)."
Marcela tem opini�o semelhante. "Viemos com a mente aberta, e (em um emprego pr�vio) eu tinha contato constante com o pa�s. A cultura de trabalho � diferente, mas sab�amos o que nos aguardava. E as pessoas foram receptivas e sol�citas", relata. "Nossa vida social em um ano j� � maior do que nos 30 anos em que vivi nos Estados Unidos", completa a americana.
Burocracia
O marido de Marcela chegou ao Brasil para trabalhar em uma empresa do setor hoteleiro que havia decidido mudar sua sede latina de Dallas para S�o Paulo. Na capital paulista, Jos� Lizarraga acabou recebendo uma proposta para atuar no ramo de tecnologia para o setor de avia��o, e aceitou.
Marcela afirma que tamb�m recebeu novas propostas de trabalho em S�o Paulo, mas recusou para ter mais tempo para a fam�lia. Para a americana, o melhor do Brasil "s�o as pessoas, muito hospitaleiras". O pior � o tr�nsito de S�o Paulo, e a burocracia. "As empresas nos ajudaram com os vistos, mas � um processo muito burocr�tico."
Harkin e sua mulher, a brasileira Melissa, dizem que se sentem capazes de abrir um escrit�rio despachante depois do trabalho que tiveram para legalizar sua mudan�a e seu casamento no Brasil. E ainda est�o esperando parte dos documentos. O tr�nsito consome cerca de quatro horas por dia do casal Harkin, o que � motivo de frustra��o e de menos tempo de sono. E os pre�os da educa��o tamb�m assustam os dois, que t�m planos de formar fam�lia no Brasil.
"Nos Estados Unidos, ter�amos qualidade semelhante em uma escola p�blica", avalia Melissa. Mas, no balan�o final, o casal conclui que a mudan�a para S�o Paulo valeu a pena. "O Brasil tem mais oportunidades financeiras, especialmente para o Todd. Ele pode conquistar mais", diz a esposa brasileira.