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Estado de Minas

D�ficit comercial com EUA � desafio em visita de Obama ao Brasil


postado em 16/03/2011 09:23



O déficit foi agravado pela crise econômica nos Estados Unidos, que freou as exportações brasileiras para o mercado americano(foto: ALEX WONG)
O d�ficit foi agravado pela crise econ�mica nos Estados Unidos, que freou as exporta��es brasileiras para o mercado americano (foto: ALEX WONG)
Em um momento em que o Brasil amarga um d�ficit de US$ 8 bilh�es em sua balan�a comercial com os Estados Unidos, o presidente Barack Obama chega a Bras�lia neste s�bado disposto a promover novos neg�cios e a fomentar ainda mais as exporta��es americanas.

Obama viaja acompanhado de v�rios ministros da �rea e de uma comitiva de empres�rios em busca de oportunidades de com�rcio e investimento, especialmente nas �reas de energia, turbinada pelas descobertas de petr�leo na camada do pr�-sal; de infra-estrutura, com a expectativa em torno da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Ol�mpicos em 2016; e de alta tecnologia.

O governo americano, que em casa luta para acelerar o ritmo da recupera��o econ�mica p�s-crise e baixar a taxa de desemprego, atualmente em 9%, j� avisou que pretende ampliar o com�rcio com a Am�rica Latina e, em especial, o Brasil.

"Essa viagem � fundamentalmente sobre a recupera��o dos Estados Unidos, as exporta��es dos Estados Unidos, e a rela��o crucial que a Am�rica Latina tem em nosso futuro econ�mico e na cria��o de empregos aqui", disse nesta ter�a-feira o vice-conselheiro de seguran�a nacional para assuntos de economia internacional do governo americano, Mike Froman.

Do lado brasileiro, o desejo de refor�ar os la�os comerciais vem acompanhado da cobran�a por mais equil�brio na balan�a. "� claro que queremos mais com�rcio, mas tamb�m queremos um com�rcio bem equilibrado", disse o embaixador brasileiro em Washington, Mauro Vieira.

Balan�a

A diferen�a de US$ 8 bilh�es representa o maior d�ficit brasileiro e o quinto maior super�vit dos Estados Unidos, que no ano passado perderam para a China o posto de principal parceiro comercial do Brasil. De acordo com o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio, em 2010 o Brasil exportou US$ 19 bilh�es para os Estados Unidos, e importou US$ 27 bilh�es.

O d�ficit foi agravado pela crise econ�mica nos Estados Unidos, que freou as exporta��es brasileiras para o mercado americano, e pela valoriza��o do real frente ao d�lar. Aliado a esses fatores est� o plano agressivo de Obama de dobrar as exporta��es at� 2014, como forma de impulsionar a recupera��o da economia dom�stica e gerar empregos.

Alguns analistas afirmam ainda que o foco na Am�rica Latina � tamb�m fruto de uma preocupa��o com a crescente influ�ncia chinesa, rela��o negada pelo governo americano, que diz tamb�m ter presen�a marcante na regi�o.

Segundo dados do governo americano, as exporta��es dos Estados Unidos para o Brasil dobraram nos �ltimos cinco anos, tornando o Brasil o oitavo principal mercado para os americanos. S� no ano passado, o crescimento foi de 35%. "As exporta��es para o Brasil mant�m 250 mil empregos nos Estados Unidos", disse Froman.

Se no �mbito pol�tico a visita de Obama vem cercada de simbolismo, com a promessa de um recome�o nas rela��es bilaterais ap�s dois anos marcados por diverg�ncias durante o governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva, na �rea econ�mica o objetivo � ampliar os la�os comerciais.

"A elei��o de Dilma Rousseff nos d� uma oportunidade de nos engajarmos com o novo governo e marcar um bom in�cio em economia e outros temas", afirmou Froman, ao lembrar que o Brasil saiu da crise mundial "mais forte e est�vel" e hoje � a s�tima maior economia do mundo, com crescimento de 7,5% em 2010.

"Metade de sua popula��o � considerada de classe m�dia agora, e isso cria uma grande oportunidade para nos engajarmos e vendermos nossos produtos e criarmos uma rela��o econ�mica mais profunda", disse o conselheiro de Obama.

Subs�dios

Froman rejeita a sugest�o de que o d�ficit brasileiro seja um problema. "Eu n�o acho que n�s vemos o d�ficit ou super�vit comercial em qualquer ponto como um problema espec�fico", disse, ao ressaltar que isso demonstra o potencial para refor�ar os la�os comerciais entre os dois pa�ses.

No entanto, empres�rios brasileiros, ao mesmo tempo que est�o otimistas com as perspectivas de ampliar os neg�cios e investimentos, esperam que o presidente americano ofere�a algo em troca.

"H� uma certa pol�mica. O super�vit � em favor dos Estados Unidos, e o presidente Obama quer vender mais", disse nesta ter�a-feira o presidente da C�mara de Com�rcio Americana para o Brasil, Gabriel Rico, em visita a Washington.

"� claro que, para isso, ele dever� oferecer alguma concess�o. E essa concess�o deve ser relacionada com os subs�dios � agricultura", afirmou. Os subs�dios aos produtores agr�colas americanos - assim como tarifas, barreiras n�o-tarif�rias e cotas - provocam reclama��es do lado brasileiro.

Em 2009, depois de uma disputa de sete anos, a OMC (Organiza��o Mundial do Com�rcio) autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos em US$ 829 milh�es por conta dos subs�dios concedidos aos produtores de algod�o. No ano passado, os dois pa�ses acabaram firmando um acordo para buscar uma solu��o que evite a retalia��o.

O subs�dio ao etanol, aliado a uma tarifa de importa��o de 54 centavos de d�lar por gal�o (equivalente a 3,78 litros), que acaba sobretaxando o produto brasileiro, � outra reclama��o antiga.

A elimina��o dos subs�dios, por�m, depende de aprova��o Congresso americano - atualmente dividido, com a oposi��o republicana no comando da C�mara dos Representantes - e enfrenta resist�ncia de v�rios setores.

Apesar de admitir que Obama n�o tem o poder de decis�o sobre o tema, Rico diz que o presidente americano deveria "mostrar um compromisso de exercer sua lideran�a no Congresso para eliminar os subs�dios".

Acordos

A agenda econ�mica e comercial dever� dominar o primeiro dia da visita ao Brasil, no s�bado, em Bras�lia. Obama dever� participar de um f�rum de l�deres empresariais de ambos os pa�ses e tamb�m de uma c�pula de neg�cios Brasil - Estados Unidos.

Segundo Steven Bipes, diretor-executivo do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, ligado � C�mara de Com�rcio dos Estados Unidos, 60 empresas americanas v�o marcar presen�a no Brasil. Encerrada a visita presidencial, muitos desses emprres�rios permanecer�o no Rio, na segunda-feira, para analisar as perspectivas nas �reas de petr�leo e g�s, al�m de passarem por S�o Paulo antes de embarcarem de volta aos Estados Unidos.

Como demonstra��o da import�ncia da �rea comercial na agenda da viagem, a comitiva de Obama inclui os secret�rios do Tesouro, Timothy Geithner, do Com�rcio, Gary Locke, e de Energia, Steven Chu. Tamb�m acompanham o presidente o representante de Com�rcio dos Estados Unidos, Ron Kirk, a chefe da Ag�ncia de Prote��o Ambiental (EPA), Lisa Jackson, e o presidente do Ex-Im Bank, Fred Hochberg.

Empres�rios afirmam que, mais do que negociar acordos ou resolver barreiras pontuais, o tom da visita � o de promover neg�cios. Apesar disso, h� a expectativa de assinatura de um Tratado de Coopera��o Econ�mica e Comercial (Teca, na sigla em ingl�s).

Esse tratado n�o significa uma liberaliza��o do com�rcio ou compromisso de abertura de mercado, mas cria um processo para negociar quest�es comerciais. "Resulta na cria��o de um f�rum inestim�vel para abordar barreiras ao com�rcio e aos investimentos", diz o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos.

Outra demanda do setor empresarial � avan�ar no acordo bilateral na �rea de tributa��o e em outro na �rea de investimentos. No entanto, mesmo que n�o haja grandes an�ncios imediatos durante o fim de semana, a expectativa do setor empresarial � de que a visita de Obama abra caminho para aprofundar o di�logo comercial.

"Eu n�o acho que o Brasil e os Estados Unidos ir�o assinar muitos acordos bilaterais importantes durante esta visita. Mas estou certo de que os dois governos ir�o estabelecer as bases para uma nova rela��o, um novo clima, que vai acelerar as negocia��es", disse Rico. "Temos grandes expectativas para essa viagem. E mesmo que n�o tenhamos muitas a��es concretas imediatas, n�o vai significar que a viagem n�o funcionou."

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