
O governo japon�s acusou os especuladores de apostar na alta do iene, que alcan�ou recordes hist�ricos frente ao d�lar em detrimento das empresas exportadoras japonesas, j� duramente atingidas pelas consequ�ncias do terremoto e tsunami. A moeda japonesa alcan�ou seu m�ximo hist�rico frente ao d�lar desde a Segunda Guerra Mundial, sob o influxo da demanda em massa de ienes na noite de quarta-feira, em Nova York, e na manh� desta quinta nos mercados asi�ticos.
Esta for�a da moeda japonesa pode parecer paradoxal em um pa�s que sai �s duras penas da recess�o, devastado por um terremoto e tsunami, � sombra da amea�a nuclear. Mas os operadores do mercado parecem apostar numa repatria��o em massa dos fundos por parte das seguradoras japonesas para poder fazer frente aos enormes pr�mios que dever�o pagar aos atingidos pelos desastres.
O vice-ministro de Pol�tica Econ�mica e Or�ament�ria, Kaoru Yosano, assegurou que tudo n�o passada de "rumores sem fundamento", j� que as seguradoras japonesas disp�em de liquidez suficiente e n�o t�m necessidade de se desfazer de nenhum de seus ativos em divisas estrangeiras. Mas esses argumentos n�o serviram para dissuadir os operadores de proceder a compras maci�as de ienes com a esperan�a de revend�-los mais caros, j� que, se as seguradoras vendem ativos no exterior e convertem em ienes o dinheiro obtido, a moeda japonesa se valorizar� ainda mais.
"Extremadamente especulativos"
Yosano denunciou movimentos "extremadamente especulativos" num momento em que o governo tenta tranquilizar as preocupa��es dos mercados quanto � situa��o da terceira economia mundial. A busca febril de ienes ocasiona grandes perdas para as empresas exportadoras do Jap�o, j� que obt�m menos ienes ao converter em moeda nacional as somas faturadas no exterior. Para manter suas margens de lucros, devem aumentar seus pre�os, mas isso reduz a competitividade de seus produtos.
V�rios operadores consideram, em compensa��o, que as autoridades japonesas se ver�o obrigadas a intervir para frear a valoriza��o do iene, pois n�o podem permitir de modo algum que a situa��o das empresas nacionais, atingidas pela cat�strofe de 11 de mar�o, continuem se agravando.
O ministro das Finan�as, Yoshihiko Noda, se negou a fazer qualquer tipo de coment�rio sobre essa possibilidade. A atividade econ�mica do arquip�lago est� semiparalisada desde o terremoto e o tsunami do 11 de mar�o. As empresas t�m dificuldades de abastecimento e os transportes p�blicos funcionam com muitas perturba��es em T�quio.
O governo realizou em 15 de setembro passado opera��es de compras de d�lares para reduzir a press�o j� existente sobre o iene. Com o apoio do Banco do Jap�o, leiloou 2,125 trilh�es de ienes (18,5 bilh�es de euros), um total recorde para uma �nica opera��o. O iene caiu num primeiro momento, mas rapidamente voltou a seus n�veis de antes da interven��o.