
Depois do feij�o e da carne de boi, vil�es da infla��o j� conhecidos desde o ano passado em Belo Horizonte, hortali�as, frutas e principalmente as batatas surpreendem o consumidor, levando o custo da cesta b�sica a uma alta de 5,65% na capital mineira somente de janeiro aos primeiros 10 dias deste m�s. O aumento foi observado com preocupa��o pela Secretaria Municipal Adjunta de Abastecimento, em levantamento regular dos pre�os de uma cesta de produtos essenciais contendo 36 alimentos, quatro itens de limpeza dom�stica e cinco de higiene pessoal. A despesa m�dia total nos supermercados da cidade, de R$ 468,85, apurada no dia 10, subiu tr�s vezes mais que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) em BH, de 1,86% no acumulado do ano.
A batata inglesa assumiu o comando das remarca��es verificadas particularmente nos �ltimos 15 dias, com eleva��o de pre�os de 91,61% no per�odo. Foi quando caiu a oferta dos hortifrutis, em geral, e n�o s� da batata, sob press�o dos estragos provocadas pelas chuvas em seguida � estiagem e altas temperaturas. Na vice-lideran�a, ficou a cebola branca, com alta de 26,10% no per�odo de 15 dias analisados (entre 23 de fevereiro e 10 de mar�o). O tomate santa cruz tamb�m se destacou, com eleva��o de 17,61%. A pesquisa � feita em 58 supermercados da cidade.
Ao todo, o consumidor est� pagando R$ 28,31 a mais, em m�dia, na compara��o com a cesta que a Secretaria de Abastecimento apurou no fim de janeiro, de R$ 440,54. Segundo o economista Jo�o �vila Filho, coordenador do levantamento, a explica��o da alta est� nos efeitos das mudan�as clim�ticas bruscas e que sacrificaram bastante as regi�es agr�colas em Minas e em outros estados importantes no abastecimento do varejo, como S�o Paulo e o Sul do pa�s. “A tend�ncia � de que os pre�os dos alimentos in natura comecem a baixar em maio, com a regulariza��o da oferta at� julho”, afirma.
O consumidor protesta nos supermercados. O motorista Pedro Gurgel, de 28 anos, costumava fazer compras no Centro de Belo Horizonte, mas, trocou de sacol�o para aproveitar ofertas. Na ter�a-feira, ele se surpreendeu com os pre�os mais favor�veis de um supermercado instalado na Rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova, onde mora. A pesquisa compensou e ele acredita ter feito uma economia de 15%.
Para o diretor adjunto de pesquisa da Funda��o Ipead, vinculada � UFMG, respons�vel pela apura��o dos dados da cesta b�sica para a Secretaria de Abastecimento, h� um componente adicional especulativo de pre�os que pressiona os gastos com a cesta. “Vivemos um per�odo de infla��o mais alta, no entanto nada que se assemelhe a descontrole”, diz. Ricardo Martins, chefe do setor de Informa��es de Mercado da Ceasa Minas, confirma a tend�ncia de redu��o dos pre�os a partir de maio, passados os reflexos das chuvas.
A saca de 50 quilos da batata inglesa chegou a ser comercializada do produtor para o varejista na Ceasa Minas entre R$ 100 e R$ 130 na segunda-feira. As cota��es alcan�aram mais que o dobro dos pre�os verificados no fim de fevereiro, que variaram de R$ 45 a R$ 50 a saca. A Secretaria Municipal de Abastecimento calcula, ainda, a menor cesta encontrada em cada regional da cidade. Jo�o �vila, da Secretaria de Abastecimento, chama a aten��o para o valor da pesquisa de pre�os. O varejo de Venda Nova se mostrou o mais competitivo, com uma cesta de R$ 396,03, apurada no dia 10, representando economia de 15,53% em rela��o � despesa m�dia na cidade.
No Noroeste de BH, a economia foi a menor, de 9,31% frente � m�dia, com a cesta de R$ 425,20. Num supermercado da regi�o, Sebasti�o Ant�nio Moreira, de 61 anos, n�o poupou, ter�a-feira, cr�ticas � disparada dos pre�os. “O quiabo encareceu muito, assim como o tomate. Fui gerente de um sacol�o por tr�s anos e recomendo �s pessoas que pesquisem bastante”, afirma. Adilson Rodrigues, superintendente da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis) observa que as diferen�as de pre�os entre as regionais refletem a concorr�ncia do setor e as pol�ticas das redes para atrair a sua clientela mais frequente nas lojas.