O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recha�ou novamente a possibilidade de taxa��o de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), embora exista a possibilidade de parte desses recursos estarem sendo direcionados a opera��es de arbitragem, em vez de investimentos. “N�o estamos taxando com IOF (Imposto sobre Opera��es Financeiras) os ingressos de IED, mas � claro que se verificarmos que h� arbitragem com esses recursos, poderemos estudar medida, mas n�o se cogita isso por enquanto”, disse Mantega. O ministro anunciou, no in�cio da noite de hoje, novas medidas para conter a queda do d�lar ante o real.
Mantega tamb�m descartou a utiliza��o de Recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para agir no mercado de c�mbio via derivativos. Segundo ele, o Banco Central (BC) tem atuado no mercado para conter a valoriza��o do real. “O FSB foi preparado para adquirir d�lares e n�o para atuar em mercado de derivativos”, afirmou. “Por enquanto, o BC est� comprando d�lares e n�o h� necessidade de usar FSB agora. Se houver, ocorrer�”, concluiu.
O ministro afirmou ainda que o governo n�o trabalha com um patamar ideal de c�mbio. Segundo ele, o c�mbio � flutuante e “continuar� a flutuar” no Brasil. O ministro reconheceu, no entanto, que a valoriza��o do real prejudica as empresas exportadoras brasileiras, que perdem competitividade em rela��o aos pre�os praticados por firmas de outros pa�ses.
“Sabemos que existem pa�ses que est�o se aproveitando dessa situa��o do c�mbio e queremos evitar a chamada guerra cambial”, afirmou Mantega. “Tomaremos medidas para evitar que as empresas brasileiras sofram com essa modalidade de manipula��o cambial”, completou.
Destino
O ministro afirmou ainda ser muito dif�cil para o governo saber o destino do dinheiro captado em forma de empr�stimo no exterior. “A gente vai fazendo por aproxima��o”, explicou. “A gente toma a medida e v� o efeito dela e pode estend�-la na medida da necessidade. Ach�vamos que um ano era suficiente e agora estamos passando para dois”, completou, justificando a eleva��o para 720 dias do prazo das opera��es de empr�stimo externo sujeitas a pagamento de 6% de IOF.
Mantega destacou que as medidas do governo adotadas at� agora fizeram efeito. “N�o � que n�o deu resultado. Todas as medidas deram resultado. Se n�o tiv�ssemos tomado estas medidas, o real estaria mais valorizado do que est�”, disse. Ele ressaltou que a medida anunciada hoje vai evitar o aumento do fluxo de capital externo. “Nunca antes neste Pa�s entrou tanto fluxo de capital como entrou neste trimestre. � um problema”, afirmou o ministro. Mantega destacou, no entanto, que � melhor que o fluxo seja positivo, embora o governo tenha que inibir os exageros.
FMI
Apesar de ainda n�o ter lido o relat�rio completo do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) que sugere a utiliza��o de medidas de controle cambial, mas apenas como �ltima alternativa para pa�ses emergentes, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que criticar� o texto na pr�xima reuni�o do organismo em Washington, semana que vem. Segundo ele, se seguissem a orienta��o do FMI, os pa�ses “quebrariam” antes de poder tomar esse tipo de medidas.
“Eu n�o li ainda o relat�rio do FMI, mas me foi feito um resumo. Vou l�-lo durante a minha viagem na semana que vem para a reuni�o do FMI, para poder criticar l� as quest�es erradas que est�o no relat�rio”, disse Mantega. “Baseado no resumo, se tomarmos medidas como est�o no relat�rio, voc� quebra primeiro para depois tomar medidas de controle de capitais. Em Washington farei as devidas cr�ticas”, completou.