O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) afirmou que os governos devem se preparar para uma "escassez crescente" de petr�leo nos mercados globais e para picos agudos de pre�os nos pr�ximos anos. Para o FMI, embora o efeito da escassez de petr�leo possa ser apenas um "freio menor" para a expans�o da economia global no m�dio e no longo prazo, "esses efeitos benignos no crescimento global n�o devem ser tomados como premissa, desde que a escassez, ou seus efeitos para o crescimento, poder�o ser mais significativos".
Em um cap�tulo de seu relat�rio Perspectiva da Economia Mundial, divulgado nesta quinta-feira, o FMI diz que "na pr�tica, ser� dif�cil fazer uma distin��o clara entre mudan�as inesperadas na escassez de petr�leo e choques mais tradicionais e tempor�rios, especialmente no curto prazo, quando muitos dos efeitos na economia global ser�o similares".
O relat�rio completo ser� divulgado na pr�xima semana, antes da reuni�o de primavera do FMI, na qual a alta dos pre�os das commodities dever� ser discutida. No cap�tulo revelado hoje, o Fundo exorta os governos a assegurarem que suas economias estejam preparadas para lidar com mudan�as inesperadas na oferta e nos pre�os do petr�leo - por exemplo, reduzindo os subs�dios aos pre�os dos combust�veis, de modo a proteger a posi��o fiscal dos governos, mas tamb�m fortalecendo as "redes de seguran�a" para os mais pobres - e a encorajarem pol�ticas que promovam fontes alternativas de energia.
O crescimento forte da demanda por petr�leo nos pa�ses emergentes, combinado com as preocupa��es quanto a poss�veis interrup��es na oferta do petr�leo produzido no Oriente M�dio, levou os pre�os a subirem mais de 25% no ano passado.
Endossando a opini�o de muitos analistas, para quem a produ��o global de petr�leo vai atingir seu pico em breve, se � que j� n�o come�ou a declinar, o relat�rio do FMI reconhece que a matura��o de muitos campos de petr�leo vai limitar a capacidade de alguns pa�ses produtores de elevar sua capacidade de produ��o.
Para o FMI, uma volta ao crescimento anual de 1,8% na produ��o global de petr�leo, visto entre 1981 e 2005, "parece improv�vel". "As possibilidades variam entre uma redu��o maior na tend�ncia de crescimento da oferta e uma redu��o propriamente dita na produ��o de petr�leo, tempor�ria ou mais permanente", diz o relat�rio.
As proje��es do FMI s�o de que uma desacelera��o de 1 ponto porcentual no crescimento da oferta global de petr�leo, para 0 8% ao ano, reduziria o crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) global em menos de 0,25% no m�dio e no longo prazo. Ainda assim, a transfer�ncia de riqueza dos pa�ses importadores para os exportadores faria crescerem os fluxos de capital e ampliaria os desequil�brios de conta corrente que j� existem.
Os economistas do Fundo advertem, por�m, para o potencial para "mudan�as grandes e abruptas", tendo em vista os riscos geopol�ticos associados ao mercado de petr�leo. "Efeitos adversos poder�o ser muito maiores, dependendo da extens�o e da evolu��o da escassez de petr�leo e da capacidade da economia mundial para lidar com uma escassez maior", diz o relat�rio.